Nektar |
Inglaterra |
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Revisto por: Gibran Felippe | Nota:9.0 |
Extremamente bom, um cl�ssico do rock progressivo. Trabalho emblem�tico na carreira do Nektar, respons�vel por sedimentar a populariza��o do grupo na Alemanha e por abrir portas na Am�rica, 'A Tab In The Ocean' � de uma for�a incr�vel, imposs�vel n�o apreciar a bateria vintage, o �rg�o carregado e a guitarra super inspirada que formam os pilares b�sicos durante a execu��o do disco. Outra caracter�stica marcante � a primazia com que o grupo � capaz de alternar as partes pesadas com outras suaves, com destaque para a pegada hard da cozinha, na linha de bandas como Deep Purple, Wishbone Ash, Scorpions e Eloy fase 'Inside'/'Floating'. O grupo manteve a forma��o original para esse segundo disco, trazendo em suas fileiras Roye Albrighton - vocal e guitarra, Allan Freeman - teclados, Ron Howden - bateria e vocais e Derek 'Mo' Moore - baixo, vale destacar a participa��o nos efeitos de Mick Brockett que j� havia trabalhado com o Pink Floyd alguns anos antes. O embrion�rio 'Journey To The Centre Of The Eye' trouxe � tona uma sonoridade marcada pelas origens do grupo em Hamburgo, na Alemanha, mas foi este segundo trabalho que al�ou o grupo ao estrelato da cena progressiva mundial, repercutindo com sucesso nos EUA, provando que o Nektar foi o maior respons�vel pela concep��o original da jun��o entre o mais puro krautrock (afinal estavam in loco, no cora��o do estilo), com os elementos do rock cl�ssico ingl�s, capitaneado por bandas como Uriah Heep, Yes e notadamente o Pink Floyd, maior fonte de inspira��o conterr�nea para o grupo, antes de rumar para terras germ�nicas. A primeira faixa, respons�vel pelo t�tulo do disco, � daquelas su�tes que est�o marcadas na hist�ria do rock. O tema � fortemente relacionado � tem�tica de fic��o cient�fica que tanto agrada o Nektar, conforme anteriormente observado no �lbum de estr�ia. A introdu��o marcada pelo �rg�o de Freeman � on�rica e segue num crescente magn�fico at� desembocar numa segunda etapa pesada, onde se percebe a f�rmula que marca a condu��o do grupo pela figura de lideran�a do guitarrista Roy Albrighton, da� pra frente a guitarra segue sempre em primeiro plano, deixando os teclados meio escondidos e a cozinha marcando com efici�ncia o ritmo dos vocais. Algumas vezes a mixagem que permite � guitarra estar sempre em primeiro plano, incomoda um pouco, j� que na maioria das vezes ofusca os outros instrumentos, relegando-os ao pano de fundo. Na apresenta��o que o Nektar fez no palco do Canec�o, no Rio de Janeiro, essa caracter�stica ficou nitidamente acentuada, tendo a guitarra sido executada num volume excessivo, tornado quase que completa a inexist�ncia dos teclados, e ainda assim Roye insistia com os t�cnicos para aumentar o retorno da guitarra. Felizmente em Niter�i, as guitarras estavam mais ajustadas e n�o t�o ensurdecedoras, tornando a apresenta��o do grupo bem superior. Voltando � m�sica t�tulo, a virada de ritmo ao seis minutos � marcante, ap�s um movimento de turba��o entre baixo e bateria, surge um solo suave de guitarra para os vocais de Roye - 'Falling, I'm only falling/To the answer, to every question/Is it real, or just deception? Depois outro movimento mais forte com o famoso rif de guitarra caracter�stico de 'A Tab In The Ocean', seguindo a linha hard at� desembocar num movimento psicod�lico com um coro de vozes agonizante. Apesar dessa m�sica ter sido a grande respons�vel pelo sopro de popularidade do Nektar nos anos setenta, ainda assim considero 'Burn Out Of My Eyes' superior, por isso aprecio como o grande disco da banda, o debutante. A verve blueseira de Roye aflora na introdu��o de 'Desolation Valley/Waves', um primor o desenvolvimento nas guitarras com notas choradas e um feeling incr�vel. A linha de baixo de Moore tamb�m arrebenta numa virada alucinante para o contraponto entre a for�a do hard e a suavidade do blues, permeado em tintas psicod�licas no hammond de Freeman. A partir dessa etapa percebe-se que o Nektar seguiu uma f�rmula consagrada na �poca, semelhante a de sucessos como 'Tarkus' e 'Atom Heart Mother', que consiste numa longa su�te de abertura preenchendo a totalidade do lado A do vinil, com uma distribui��o de faixas de curta/m�dia dura��es no lado B. 'Crying In The Dark' � o maior hit do �lbum, composi��o venerada pelos admiradores da banda, exaltada nos quarto cantos do planeta, ao pensar em Nektar, se pensa na for�a da letra: I've been cryin'/cryin' in the dark. O breve solo de teclado � o melhor em todo o disco, criando a deixa perfeita para um solo de guitarra matador do Roye Albrighton que culmina com o t�rmino da m�sica, numa apoteose sem fim emendada com a resplandecente 'King Of Twilight'. O cover criado pelo Iron Maiden desta breve m�sica nos anos oitenta, gerou um certo frenesi nos jovens f�s dos deuses do metal cl�ssico, ocasionando uma certa busca pelo pilar original, que na pr�pria Inglaterra era pouco conhecido em meados da d�cada de oitenta. A Rock Symphony lan�ou esse belo disco no Brasil, na mesma vers�o da Dream Nebula, contendo a vers�o original produzida na Alemanha e tamb�m a vers�o americana de 1976, onde esta segunda � muito superior � primeira, o instrumental est� bem mais equilibrado, permitindo visibilidade a todos os instrumentos de forma mais equ�nime, ao contr�rio da vers�o original pautada nas guitarras. A destacar tamb�m a melhora nas bateria, com in�meras viradas que n�o constam na vers�o germ�nica. A �nica exce��o reside nos vocais, j� que nessa mixagem americana o Roye desafinou bastante, com alguns falsetes super inveross�meis, mas n�o tenho a menor d�vida em optar pela vers�o americana quando coloco o cd no player. Para aqueles que pensam em adquirir essa vers�o nacional, podem se preparar para desembolsar a pre�o de importado, j� que em menos de dois meses saiu de cat�logo, sucesso total de vendas! 'A Tab In The Ocean' � mais progressivo que o primeiro, mas sempre achei 'Journey To The Centre Of The Eye' o disco do Nektar! Pois me parece mais consistente, mais vibrante, inclusive por se sobressair com a leveza da originalidade, se comparado aos demais trabalhos do grupo. |