Ain Soph |
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Japao |
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| Revisto por: Gibran Felippe | Nota:10.0 |
| Discoteca B�sica, fundamental. Se o Jap�o foi um dos grandes respons�veis pelo investimento e manuten��o na cena progressiva a partir da d�cada de oitenta, pode-se considerar que 'A Story Of Mysterious Forest' foi um dos pilares fundamentais a compor essa nova ordem voltada para o oriente, afinal de contas, mesmo com os diversos lan�amentos em vinis dos medalh�es setentistas produzidos no Jap�o, fica complicado uma cultura sobreviver sem �dolos locais. Este lan�amento de 1980 completou este aspecto, ainda mais se levando em conta a imensa qualidade das composi��es e execu��o instrumental. Acontece, ainda hoje, que a cena japonesa � vista dos incautos suscite algumas d�vidas quanto ao seu teor progressivo, j� que muitos pensam que o rock japon�s � sin�nimo t�o somente de Kitaro e outros do g�nero. � comum imaginar que devido aos tra�os culturais calcados na medita��o, reflex�o e paci�ncia oriental, a musicalidade dos grupos pudessem ser sin�nimo de um ramerr�o por completo, sem a for�a que muitas vezes a sonoridade progressiva exige. Esta d�vida � dissipada logo de imediato na primeira faixa do disco. Com a fren�tica 'Crossfire', apresenta-se uma quebradeira digna de nomes como ELP e Focus, onde a velocidade dos acordes nos teclados, dos solos de guitarra e principalmente das viradas de bateria deixa v�vida a percep��o do grande talento dos m�sicos japoneses. A forma��o do grupo nesta obra debutante consiste em Yozox Yamamoto - guitarras, Masey Hattori - teclados, Masahiro Torigaki - baixo e Hiroshi Natori - bateria. Interessante perceber no encarte da edi��o em cd pela Spalax a seguinte advert�ncia: 'A m�sica contida neste cd n�o foi feita para dan�ar, mas basicamente para se ouvir.' S� em ouvir o segundo n�mero executado integralmente ao viol�o de Yamamoto essa refer�ncia j� fica �bvia. A miscel�nea de estilos vai se clarificando com o desenvolvimento do disco, em que a sonoridade canterburyana se destaca em meio a uma atmosfera sinf�nica a la Camel, azeitada por um jazz prog de primeira grandeza, sempre a cargo do trio piano, baixo e bateria. S� em utilizar de forma requintada estes elementos j� torna o Ain Soph um grupo original e �mpar no cen�rio progressivo, soma-se a isso o fato de ser oriundo do extremo oriente, ent�o o inesperado toma conta dos ouvintes. A influ�ncia do jazz rock fica mais clara nos temas iniciais, muito se deve ao estilo do baterista Hiroshi Natori que bebeu na melhor fonte que poderia. N�o h� equ�vocos em afirmar, com tranq�ilidade, que se trata de um dos dez melhores bateras oriundos da d�cada de oitenta. 'Natural Selection' prima por uma gama de improvisos ao piano de Masey Hattori que s�o realmente soberbos, dando a deixa ap�s cinco minutos de intensa energia para um solo de guitarra matador, at� o loop de retorno ao tema inicial altamente canterburyano. A quebradeira segue com for�a no n�mero seguinte, 'Variations On A Theme By Brian Smith', vale destacar o solo de viol�o em meio a uma bateria hiper fren�tica logo aos dois minutos de m�sica. Na seq��ncia os teclados assumem o comando de forma sinf�nica, com profus�o de mellotron, alterando todo o movimento para uma levada nervosa no baixo que s� finda para outra grande seq��ncia jazz�stica de tirar o f�lego. Ap�s estas duas faixas de grande envergadura musical, eis que surge a su�te que intitula a obra, para aqueles que curtem uma sonoridade jazz�stica ortodoxa, provavelmente a su�te n�o ser� de todo agrado, produzindo um menor interesse na audi��o da obra, pois a quebradeira vista antes d� lugar para um n�mero progressivo cl�ssico. Dessa forma, os amantes do progressivo convencional e sinf�nico podem lavar a alma no desenvolvimento dos dezoito minutos dessa estupenda su�te, uma das mais deslumbrantes produzidas no Jap�o em todos os tempos. Aqui � que o grupo finalmente se aproxima do Camel, pois at� ent�o havia praticamente nada que se relacionasse ao medalh�o ingl�s, logo quando algu�m citar a similaridade entre os grupos, nunca pense nesta obra de forma integral, para evitar dissabores, mas sim na su�te 'A Story Of Mysterious Forest' somente. Esta similaridade fica latente pelo estilo que Hattori imprime nos mais diversos timbres de teclados que se aproximam bastante com as bases de Peter Bardens. O mellotron no movimento 'Darkness' � um absurdo, de uma beleza e profundidade rara, que vai sumindo, sumindo, sumindo... at� a retomada pelos viol�es no movimento seguinte. Nesta m�sica o trabalho do guitarrista Yamamoto tamb�m � maravilhoso, seu estilo encontra refer�ncia nas cordas latinas da It�lia, tais como do grande Franco Mussida, mas nos solos tamb�m mostra influ�ncias de Steve Hackett. J� n�o percebo similaridade com as guitarras de Andy Latimer, por isso que a aproxima��o com Camel fica muito mais vis�vel pelos teclados. O grupo ainda se encontra na ativa e em 2004, durante a passagem do emitente grupo franc�s Zao de zeuhl, rio e fusion pelo Jap�o, numa turn� hist�rica de reuni�o, o show de abertura acabou sendo muito mais badalado justamente por contar com a presen�a marcante do Ain Soph, um dos principais respons�veis pela explos�o progressiva nip�nica nos prim�rdios dos anos oitenta, onde considero 'A Story Of A Mysterious Forest' a mais brilhante p�gina escrita nesta ocasi�o. |