Pendragon |
Inglaterra |
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Revisto por: Francisco Kraus | Nota:2.0 |
Vou tentar n�o vou me alongar muito nesta "resenha" do primeiro disco do Pendragon - The Jewel.
Pe�o-lhes desculpas, mas n�o vale a pena. Ao ouvir coisas como estas, quase me levo a concordar com um amigo sobre o mal da d�cada de 80 sobre a m�sica. Mas acabo por me lembrar de coisas legais daquela d�cada, ainda que n�o fossem progressivas, mas com qualidade, dignidade e at� um"q" de originalidade. A m�sica que abre o disco, "High Circles", � triste. Parece algo que tocaria em qquer pista de danceteria da �poca, ao lado de coisas como Wham! ou similares, com teclados com timbres pasteurizados, bateria com equaliza��o de latinha com reverber, e vocais pop na pior concep��o do termo. E estou escrevendo aqui ouvindo a vers�o remasterizada do mesmo. O que se segue e uma amontoado de "id�ias" do rock progressivo diluidas para facilitar a audi��o do novo mercado, fazendo com que o som nem pare�a progressivo e muito menos pop. As guitarras carregadas de chorus chegam a me dar arrepios! Impressionante � que o Marillion, quase contempor�neo do Pendragon, conseguiu n�o ser t�o raso como seu par. Ainda que bebesse diretamente da fonte genesiana, tinha um tanto de conte�do a mais. Outra coisa que normalmente ou�o em rela��o ao Pendragon, � sua proximidade ao Pink Floyd. Onde isso se encontra aqui? Em solinhos de guitarra com acento blues? Ser� que o Pink Floyd se resume a isso? Ou o Genesis? Do �ltimo nota-se a pior fase em "Fly High Fall Far", j� sem o Hackett e com Colins arrasando o passado da banda. Certa vez, antes de conhecer o Pendragon, se n�o estou enganado pr�ximo a �poca em que eles estiveram aqui, li numa publica��o algo do tipo que eles "tinham o mesmo valor que um cachorro morto numa vala a beira da estrada". Grosseiro, n�o? Ao ouvir este (desnecess�rio) disco, come�o a n�o achar t�o grosseiro assim. Aos f�s da banda, pe�o antecipadas desculpas pelos, sinceros, coment�rios acima. Aos que n�o a conhecem, o progressivo e os anos 80 t�m muitas outras coisas infinitamente melhores que isso aos vossos ouvidos. |
Revisto por: Gibran Felippe | Nota:9.0 |
Posso dizer que o Pendragon foi o catalisador principal para que meu paladar musical bandeasse com grande satisfa��o para o neo progressivo feito durante os anos 80, principalmente por ocasi�o do seu trabalho debutante: "The Jewel", n�o que esse seja o primeiro trabalho do grupo que travei contato. Na realidade, em meados dos anos 90 conheci o Pendragon atrav�s da audi��o do "The Window Of Life", mas meses depois, ao ouvir o "The Jewel", definitivamente passei a verter grande afinidade pela m�sica esbelta do quarteto ingl�s.
A import�ncia do Pendragon ainda se estende por um campo maior ao percebermos, que, juntamente com o Marillion e o IQ, foi uma das maiores influenciadoras de bandas surgidas na d�cada seguinte e ainda hoje dentro do contexto progressivo. E muito se deve a esse �lbum de estr�ia que est� baseado numa proposta que alia uma revitaliza��o dos elementos progressivos dos anos 70 com o frescor t�pico do rock convencional produzido nos anos 80, por�m com muita isen��o e qualidade, nunca descambando para o apelo comercial que acabaria por tragar dezenas de bandas cl�ssicas da d�cada de 70. A �nica m�sica contida na obra que realmente deixa a desejar um pouco � justamente o tema de abertura "Higher Circles", t�pica m�sica linear, sem muitas varia��es, pouco inspirada, burocr�tica mesmo e na qual muitos proggers embasam suas cr�ticas ao estilo neo progressivo, parece que tinha sido um mero aquecimento para o que viria depois e, diga-se de passagem, a continuidade do �lbum em nada se assemelha a essa primeira m�sica, todas as outras s�o muito superiores e n�o justifica tirar o m�rito dessa produ��o por apenas uma m�sica irregular. "The Pleasure Of Hope" � quando passamos a conhecer a grande destreza dos m�sicos, guitarra chorada rasgando a alma, moog em profus�o e uma cozinha quebrada principalmente nas linhas de baixo hiper instigante. Sem falar que Nick Barret consegue a proeza de ser um excelente vocalista tamb�m, conseguindo belos timbres tanto nos momentos melanc�licos como nos mais vibrantes. A pureza cristalina das notas extra�das de sua guitarra o al�aram � condi��o de um dos principais instrumentistas de sua gera��o. Vale destacar que algumas m�sicas dessa obra s�o proeminentes, tais como "Alaska", "Oh Divineo" e "The Black Night". "Alaska" em minha opini�o � a melhor m�sica do �lbum e uma das melhores de toda a carreira da banda. Para ser sincero a considero, sem exageros, como um dos melhores momentos do rock progressivo nos anos 80. Nick Barret imprime dramaticidade nos vocais e nas guitarras dedilhadas na medida certa no primeiro movimento, mostrando ser um m�sico extra classe e Rick Carter destr�i nos sintetizadores no segundo movimento, totalmente instrumental e contagiante para todos que curtem um bom rock progressivo. Apesar de "Alaska" o carro-chefe desse trabalho ficou mesmo sendo "The Black Night", que hoje em dia j� � composi��o cl�ssica do grupo, obrigat�ria nos seus shows mundo afora e uma das mais apreciadas pelos f�s. As principais influ�ncias do Pendragon se fundem na personalidade instrumental de cada componente: - As guitarras de Nick Barret seguem a linha do Pink Floyd e Camel, outra similaridade � que assim como Gilmour ele tamb�m canta maravilhosamente bem. - Os teclados, nessa forma��o, conduzidos por Rik Carter, s�o influenciados principalmente pelo Genesis. - As linhas de baixo do aclamado Peter Gee seguem dois pilares do progressivo mundial: Doug Ferguson(Camel) e Klaus Peter Matziol(Eloy). - Por fim a bateria da banda executada aqui por Nigel Harris em diversos movimentos possui uma linha parecida com a do Yes a partir da segunda metade da d�cada de 70, imposta por Alan White. Com todas essas boas influ�ncias, o Pendragon conseguiu em "The Jewel" um mix muito interessante e agrad�vel, sendo necess�rio abandonar a superficialidade de audi��o para realmente apreciar toda a qualidade do grupo, que est� longe de ser um mero clone de bandas setentistas como alguns insistem em afirmar em tom depreciativo, afinal na concep��o da sua sonoridade a banda se ap�ia em diversas influ�ncias e n�o apenas numa s�, o que j� comprova certa originalidade e isen��o nas suas m�sicas. Em 2005 foi editado uma remasteriza��o desse trabalho, com quatro b�nus de can��es compostas no in�cio de carreira do grupo, que muito acrescentaram � obra original, sendo os dois �ltimos executados pelo tecladista e batera atuais, respectivamente Clive Nolan e Fudge Smith. Por esse motivo recomendo a aquisi��o desse lan�amento remasterizado, o �nico problema � que trocaram a capa original por outra, quanto a isso n�o sei por qual motivo. � not�rio que o Pendragon conseguiu uma evolu��o musical ao longo de sua carreira, muitos afirmam que a banda atingiu a maturidade dez anos depois desse �lbum de estr�ia com o lan�amento do "The Masquerade Overture" e uma respectiva tour mundial vitoriosa, inclusive com passagens por Argentina e Brasil com sucesso, mas na minha �tica, "The Jewel" continua sendo um dos melhores trabalhos do grupo em nada deixando a desejar perante os trabalhos posteriores. |