Evergrey |
Suecia |
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Revisto por: Gibran Felippe | Nota:7.0 |
Bom, mas apenas para f�s ou admiradores do subg�nero. 'Broken Wings' � um belo cart�o de visitas para esse nov�ssimo trabalho de est�dio do grupo sueco Evergrey, m�sica introduzida por um singelo teclado, mas logo em seguida as guitarras surgem com for�a, marca caracter�stica do grupo, al�m das pausas abruptas. Em seguida os vocais d�o o tom, a base remonta �s caracter�sticas tradicionais do metal, entretanto o Evergrey sempre abre generosos espa�os para movimentos cadenciados e leves, onde os solos de guitarra e os arranjos dos teclados ficam bem percept�veis, mostrando que os instrumentistas possuem boa t�cnica, n�o se prendendo apenas �s estruturas b�sicas do metal, os �ltimos minutos apresentam com exatid�o essas caracter�sticas. A forma��o em 'Torn' � composta pelos competentes vocais e guitarras de Tom Englund, Henrik Danhage - guitarra, Rickard Zander - teclados, Jonas Ekdahl - bateria e Jari kainulainen - baixo. 'Soaked' n�o mant�m o mesmo n�vel da primeira, poucas varia��es, um vocal mais rasgado e agressivo, falta-lhe melodia e quase n�o se percebe os teclados, t�pico n�mero de metal tradicional e sem maiores novidades. O violento power metal da banda aparece em todas as suas tintas em 'Fear', pedaleira dupla e baixo pesad�o marcam o n�mero. Os vocais s�o muito bons e os solos de guitarra tamb�m mostram-se interessantes. Do meio para o fim, o grupo abre espa�o para mostrar o perfil da contextualiza��o t�o prop�cia aos suecos, tem�tica funesta que outros pares ocidentais n�o possuem de forma t�o acentuada, mas ainda est� longe de ser melanc�lico ou gutural, como os magistrais trabalhos do Tristania, por exemplo. Assim como a maioria dos grupos de power metal oriundos da d�cada de noventa, o Evergrey tamb�m sofreu fortes influ�ncias do Metallica, aut�nticos deuses do metal em todos os tempos. Entretanto n�o chega a ser t�o pesado, buscando com os teclados e solos mais lentos de guitarras, alguns quase chorados, arranjos t�o caracter�sticos do que vem a ser rotulado de prog metal. Os tr�s n�meros seguintes: 'When Kingdoms Fall', 'In Confidence' e 'Fail' buscam uma maior aproxima��o com temas contemplativos e rebuscados, mas sem deixar de lado o power metal dos trabalhos anteriores, mostrando que o grupo tentou com um pouco mais de �nfase uma aproxima��o com o ambiente progressivo, talvez o problema � que a �nfase foi realmente pouca, poderiam tentar uma su�te, por exemplo, algo t�o comum nos grandes grupos de metal progressivo dos anos 90, a se destacar logicamente o Dream Theater, mas ainda assim 'Torn' � um trabalho distinto na discografia da banda, pois essa converg�ncia com o progressivo talvez possa ser um fator que desagrade seus f�s genu�nos, algumas passagens chegam a se aproximar de discos como 'Nucleus' do Anekdoten, podendo abrir o leque para aprecia��o em outras vertentes musicais e sem d�vida pode chamar a aten��o do p�blico progressivo mais jovem, aqueles que tanto curtem grupos como Pain Of Salvatation, The Gathering e Nigthwish. Na sequencia 'Numb' aporta de forma mais pesada, mais uma vez os vocais de Tom Englund est�o super agressivos, os bumbos duplos se destacam e infelizmente a base dos teclados fica em segundo plano, a destacar o solo de guitarra executado por Danhage que � muito bom. A m�sica t�tulo do �lbum chega de forma emendada e imponente com letras obscuras e tristes, abordando in�meras id�ias que passeiam pela depress�o, ang�stia e obviamente suic�dio, os movimentos acentuadamente lentos com fraseados dedilhados nas ac�sticas guitarras criam a atmosfera prop�cia para o bom refr�o da m�sica. O desenvolvimento � objetivo e r�pido, a dura��o n�o permite uma explora��o musical mais profunda. Um das melhores do disco � 'Nothing Is Erased', o grupo permite uma maior �nfase instrumental, as guitarras abrem espa�os para os teclados que criam texturas viajantes e agrad�veis, com pontua��es constantes em toda a m�sica, enquanto 'Still Walk Alone' privilegia passagens mais r�pidas e vibrantes, sendo essa a mais pesada de toda obra e sem maiores atrativos. � medida que vamos chegando ao fim da audi��o, torna-se percept�vel a qualidade do grupo, este aspecto deve ser ressaltado por conta da prol�fica carreira dos suecos que conseguiram emplacar quase dez discos em apenas uma d�cada de exist�ncia, fato rar�ssimo hoje em dia se levarmos em conta o universo das produ��es atuais. Algumas bandas est�o entregando discos de cinco em cinco anos e outras nem isso e o pior � que muitas vezes ainda sem a devida qualidade. Logo, para um grupo que est� sempre na estrada se apresentando em diversos pa�ses e em in�meros festivais, o Evergrey merece todos os cr�ditos pela produ��o cuidadosa dos seus lan�amentos de est�dio, n�o � diferente em 'Torn'. 'These Scars' possui uma sonoridade mais aberta e menos pesada, os vocais mais uma vez se destacam, s� que dessa vez atrav�s da participa��o especial de Carina Kjelberg-Englund, quando ela solta a voz � realmente triunfante! Uma pena que a banda n�o tenha explorado um pouco mais essa caracter�stica. O Evergrey � um grupo ainda jovem e mesmo com uma carreira j� consolidada na cena metal da atualidade, ainda est� em evolu��o e sua plena atividade contribui para essa busca de um patamar superior de qualidade. Alguns atributos ainda ficam ausentes em 'Torn', principalmente no que se refere � atmosfera, falta um pouco de clima e um pouco mais de profundidade instrumental, al�m de passagens mais viajantes, o tecladista � muito bom, mas tem pouco espa�o para enfatizar seus andamentos, muito disso se deve na necessidade constante de se destacar os vocais. Todas as m�sicas possuem um certo exagero vocal, tornando a obra um tanto cansativa. De qualquer forma, o momento final com 'Caught In A Lie' traz a sensa��o que a bela melancolia contida em muitos grupos n�rdicos, onde os amantes da cena depr� podem acender suas velas em arandelas de prata e curtir uma viagem m�rbida e reflexiva, sempre contando com o contraponto de movimentos pesados, ainda pode figurar no perfil do Evergrey com mais for�a em trabalhos futuros. � aguardar pra ver! |