Sempre que o Rush buscava mudan�as de orienta��o musical ele trocava de est�dio de grava��o, com Permanent Waves n�o foi diferente, deixaram de gravar no Rockfield na Gr� Bretanha e foram at� Quebec no Le Studio.
Logo de cara fica evidente o que o grupo buscava, algo mais direto, algo mais comercial, algo mais de acordo com a orienta��o do rock ao final de 1979.
Temos que ser realistas, o grupo � de ess�ncia hard rock e para um power trio acredito que sempre tenha sido dif�cil elaborar sua m�sica com estruturas mais complexas, sem um tecladista de of�cio, sem um vocalista de of�cio e sem m�sicos que tivessem habilidades com outros instrumentos para diversificar o som da banda, como normalmente se faz no art rock ou progressivo.
Permanent Waves parece um reconhecimento das limita��es do grupo e de sua verdadeira voca��o, a pr�pria arte da capa j� indicava isso. Para nossa sorte a banda n�o se sai mal na tentativa, mesmo as composi��es mais ordin�rias como The Spirit Of Radio, e seu riff pejagoso e chamativo, Free Will e Entre Nous, se n�o acertam em cheio est�o longe de ser desagrad�veis, afinal Geddy Lee finalmente ajustou sua interpreta��o e ficamos livres dos vocais mais estridentes; j� na bela Different Strings a banda exercita com compet�ncia seu lado mais contemplativo com solos mais bluesados, por�m a m�sica termina de forma um pouco abrupta e estranha, em um fade-out totalmente indevido.
Os destaques ao meu ver ficam mesmo para a escura e estranha Jacobs Ladder; essa faixa efetivamente mostra uma nova possibilidade, algo mais profundo, melanc�lico e sombrio, que ficou perdido em The Necromancer alguns anos antes e que seria melhor retomado no futuro; e para a su�te Natural Science, tamb�m de atmosfera mais densa e sombria, mas misturando elementos caracter�sticos e reconhecidos da banda dentro desse novo contexto.
De forma geral o trabalho consegue um bom equil�brio, apesar de tantas e t�o profundas mudan�as.
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