Marconi Notaro |
Brasil |
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Revisto por: Marcello Rothery | Nota:7.0 |
Este disco faz parte do mito da psicodelia nordestina dos anos 70. Assim como Satwa (de Lula Cortes e Lailson) e Paebiru (de Lula Cortes e Z� Ramalho), foi lan�ado pela mitol�gica gravadora Rosenblit, em 1973.
A liga��o entre este disco e os citados acima n�o se restringe � gravadora, mas tamb�m aos m�sicos que participam da grava��o. Z� Ramalho, Lula Cortes e Robertinho de Recife marcaram presen�a na bolacha. Por fim, a sonoridade tem tamb�m bastante liga��o com o que seria feito depois. O disco abre com o bom samba Desmantelado, de menos de 2 minutos de dura��o. A seguir, a viagem psicod�lica come�a com a instrumental A Vida �vida, tocada em c�tara e viola, e com ru�dos de caixa de m�sica, rel�gio cuco, etc. Clima totalmente hippie. A seguir, um frevo psicod�lico : Fidelidade, em que Marconi desfila sua poesia com a cara daquela �poca, acompanhado por violas e uma cozinha baixo-bateria pesada. Uma combina��o realmente interessante. A seguir, uma vinheta instrumental cujo nome aponta seu estilo : Maracatu. � a vez de um rock forte e �cido em Made in PB, parceria de Marconi com Z� Ramalho, e onde a guitarra de Robertinho de Recife domina toda a can��o. Vale destacar tamb�m a letra interessante, mais um exemplo da pira��o daqueles tempos. A lamentar, apenas a m� qualidade da grava��o desta can��o, o que prejudica bastante a audi��o. O disco volta ao som lento e hipn�tico de c�taras e violas em Antropol�gica, apresentada em duas partes. Um baixo forte marca o andamento, e viol�es e c�taras comandam a melodia aonde Marconi desfila mais uma vez sua poesia bicho-grilo, um pouco datada para os dias de hoje, mas sem d�vida tem valor musical e hist�rico. Ap�s isto, outra faixa instrumental, no mesmo estilo : Sinfonia em R�, a mais longa do �lbum, com quase 6 minutos de dura��o. Aqui, a melodia � mais calma e reflexiva, com os viol�es aparecendo um pouco mais (embora permane�a a predomin�ncia da c�tara). Outra boa faixa, toda em r� maior, como o t�tulo entrega. Um dos melhores momentos do disco, para mim, � a faixa N�o Tenho Imagina��o Para Trocar de Mulher, onde Marconi declama uma bonita poesia onde confessa, do seu modo, seu lado rom�ntico. Isto sob um belo fundo mel�dico de viol�es. � imposs�vel n�o imaginar a poeira das ruas de terra de Pernambuco, num p�r do sol qualquer do in�cio dos anos 70, enquanto se escuta esta faixa. O disco encerra com mais uma faixa instrumental lenta de c�taras e viol�es. O nome entrega : Ode a Satwa � uma verdadeira ponte entre este disco e o que Lula Cortes e Lailson fariam mais ou menos na mesma �poca. Encerra muito bem este retrato do desbunde, da psicodelia, e da liberdade musical e po�tica que reinava na �poca em que esta turma se reuniu e criou estas obras inspiradas. |