Fant�stico, vai rolar direto no meu som.
Ao adquirir este cd do Nexus, antes da primeira audi��o verifiquei o encarte e na contra-capa h� uma biografia do grupo, descrevendo a reuni�o inicial ocorrida no auge dos anos setenta, em que o sonho nunca parou at� a concretiza��o deste primeiro trabalho oficial em 1999. Em conson�ncia com o texto biogr�fico, de forma paraela, identifica-se uma singela homenagem, provavelmente � sua maior fonte de inspira��o, neste caso o Yes, como se pode observar atrav�s das palavras: 'A dream that brought those boys very Close To The Edge... up to the Gates Of Delirium. A dream sometimes Fragile.' Acontece que na audi��o das primeiras m�sicas, o ouvinte encontra muito pouco do Yes, mesmo com toda a alus�o da contra-capa, algo que de certa forma pode soar meio decepcionante conforme a expectativa, principalmente, dos f�s do Yes. Por�m, a contra-capa passa uma informa��o muito correta quando informa que o Nexus n�o se prende a nenhum estilo espec�fico, esta � sua principal vantagem, pois torna o disco bem variado.
A introdu��o com 'El Despertar' remonta uma musicalidade medieval, com os teclados simulando gaita de fole, auxiliado pelo badalo de sinos e cordas sutis, funcionando como pre�mbulo instrumental que rompe de fato com 'Condenados', apresentando o peso do grupo que flerta com o prog metal, mas se aproxima mesmo dos grupos da escola sueca dos anos noventa, notadamente o Anekdoten, pela melancolia e peso das guitarras, uma vez que os teclados ainda n�o aparecem em primeiro plano, contendo uma discreta execu��o. As letras em espanhol s�o entoadas com for�a no vocal feminino, conforme a forma��o do grupo: Lalo Huber - teclados e sintetizadores, Daniel Ianniruberto - baixo, Carlos Lucena - guitarras, Luis Nakamura - bateria e Mariela Gonz�lez - vocais.
A terceira m�sica, tamb�m instrumental, intitulada 'M�s All� del Limite' ainda mostra a similaridade com a escola sueca dos anos noventa, s� que desta vez aproximando-se � plataforma musical do P�r Lindh Project, com os teclados do l�der Lalo Huber tomando a dianteira do grupo, por�m o tema parece ter seu desenvolvimento cortado de forma abrupta e mesmo com a varia��o de timbres fica a sensa��o de ter faltado alguma coisa. 'Tiempo Sin Raz�n' apresenta uma plataforma mais sinf�nica, com teclados a la Solaris(impressionante a similaridade), a quebrada de andamento nos primeiros minutos com a guitarra executando os mesmos acordes dos teclados � um dos grandes momentos do �lbum, com a Mariela entrando em seguida com sua bela voz. J� � poss�vel observar que o Nexus mesmo tendo surgido nos anos setenta, se recriou para esta primeira obra e sua musicalidade � totalmente moderna, n�o h� praticamente nada de vintage em suas m�sicas e a dist�ncia para o Yes � imensa. A dobradinha instrumental 'Utopia' e 'La Espiral' seguem a mesma tend�ncia da abertura, tintas g�ticas funcionam como interl�dio, caracter�stica necess�ria para um cd de longa dura��o.
O grupo retira um pouco o peso em sua composi��o mais longa, aproximando-se do neo prog tradicional de grupos como Marillion e IQ, a guitarra dedilhada e os efeitos nos sintetizadores formam camadas musicais que n�o abafam os vocais da Mirela que segue em dom�nio completo at� a virada a partir dos oito minutos de 'Signos en el Cielo'. No set instrumental a refer�ncia ao neo permanece, pois Lalo Huber cria efeitos pr�ximos ao estilo de Martin Orford. 'Detr�s del Umbral', a m�sica t�tulo, tamb�m � a mais bem desenvolvida pelo grupo, com uma introdu��o bem definida, na linha do Eloy anos oitenta, principalmente o �lbum 'Planets', aqui a Mariela se supera nos vocais, seguindo o compasso do baixo. Os teclados de Lalo Huber tamb�m est�o muito inspirados, remetendo-nos novamente ao grande P�r Lindh, com uma atmosfera cheia de quebras de andamento e plena do progressivo cl�ssico do grupo que seria constru�do em suas obras posteriores e principalmente em suas brilhantes participa��es no Projeto Colossus, a reminisc�ncia do Eloy retorna de forma empolgante a partir dos seis minutos, vale a pena atentar para esta sequencia.
A partir desta etapa a obra segue em certo decl�nio, problema recorrente em discos de longa dura��o, ou seja, a dificuldade de manter o n�vel ao longo dos mais de setenta minutos de dura��o. 'La Processi�n Interior' � quase como um deja v� para a m�sica anterior e o peso retoma em 'Eterno Y Fugaz' que em seus dez minutos mais parece uma colagem de tudo que j� havia rolado durante a execu��o do disco, desde o dedilhado da guitarra, aos movimentos nervosos nos teclados, desaguando nos vocais em primeir�ssimo plano, sem bateria nem baixo. As duas �ltimas m�sicas tamb�m seguem a mesma tend�ncia, por�m com curta dura��o, n�o h� muitas escusas para esta necessidade de se aproveitar o m�ximo tempo poss�vel com tudo que o grupo comp�s nos �ltimos vinte anos. De qualquer forma, vale ressaltar que esta estreia do Nexus foi amplamente aplaudida no meio progressivo, al�ando o grupo a uma proje��o internacional, com participa��o no prestigiado festival Nearfest em sua edi��o de 2000, al�m de se apresentarem tamb�m no Brasil, no auge do saudoso RARF. |