Klaus Schulze |
Alemanha |
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Revisto por: Gustavo Jobim | Nota:7.5 |
Blackdance foi originalmente o terceiro �lbum de Schulze, ap�s Cyborg. Representa mais um cap�tulo na defini��o do estilo do m�sico. Depois de experimentar novamente com a bateria em Picture Music (que ficou engavetado por dois anos), Schulze aqui utiliza uma marcada percuss�o eletr�nica semelhante � usada por Cluster em Zuckerzeit (1974) e Can em Ege Bamyasi (1972).
"Ways of Changes" abre o disco com sons de viol�o, um elemento at� agora in�dito em um �lbum de Schulze. Ap�s alguns minutos introdut�rios com o viol�o, surge a percuss�o eletr�nica, formando a base r�tmica para o restante da faixa. Desta vez os elementos restantes mel�dicos e harm�nicos s�o mais retra�dos, com a percuss�o dominando a m�sica. A capa surrealista do disco, mostrando uma extensa paisagem barrenta e desolada, parece casar particularmente bem com a m�sica. H� um interl�dio sem esta percuss�o, o que d� um f�lego ao ouvinte, evitando que a coisa se torne muito mon�tona. Este interl�dio � mais um novo recurso composicional para Schulze, auxiliando a estender mais ainda suas pe�as. O arranjo com a percuss�o retorna sem altera��es, at� o final. No lugar de apenas uma faixa por lado, desta vez Schulze apresenta uma leve passagem harm�nica, � a faixa "Some Velvet Phasing". Esta pe�a pouco traz de inova��o, mas funciona como um novo interl�dio entre a primeira faixa e o lado B do �lbum, dominado por "Voices of Syn". A faixa que encerra Blackdance tem na introdu��o a voz de um cantor de �pera, outra novidade. Este cantor estava ensaiando no mesmo est�dio em que Schulze havia gravado o �lbum Electronic Meditation, com Tangerine Dream, ainda em 1969. O cantor, Walter Siemon, gravou algumas passagens de Verdi e outros compositoresa, e Schulze utilizou esta grava��o aqui. Ap�s esta introdu��o, "Voices of Syn" retorna � f�rmula: uma linha percussiva de sequencer, com o diferencial de usar um timbre bastante surreal e distorcido, soando como uma voz grave pronunciando o som "vvv, vvv, vvv...". Sobre esta percuss�o ouvimos principalmente efeitos sonoros, um piano muito abafado e outros sons harm�nicos. � uma atmosfera soturna, que novamente remete � arte surrealista que decora capa e contracapa do �lbum. Aqui Schulze recorre novamente ao interl�dio com a percuss�o minimizada da primeira faixa. Blackdance � um �lbum interessante pelos elementos novos que Schulze traz para seu estilo, por�m tem uma sonoridade mais mon�tona, menos elegante que Picture Music, lembrando o som barrento e opressivo de Cyborg. Mas Blackdance, com seus interl�dios, dura��o menor, e sem as vastas explora��es mon�tonas de orquestra das duas faixas centrais de Cyborg, torna-se mais acess�vel que seu antecessor. A reedi��o pelo selo InsideOut segue os mesmos padr�es dos outros �lbuns. Temos aqui 26 minutos extras em duas faixas b�nu, gravadas em 1976, j� numa outra fase do compositor. S�o duas belas amostras dessa �poca. "Foreplay" � uma exibi��o de corais de Mellotron em meio a trov�es eletr�nicos. "Synthies have (no) balls?" � um exemplo da rica combina��o de bateria e eletr�nica que Schulze fazia na �poca. Solos movimentados, baixo de sintetizador zumbindo em pulsos, efeitos sonoros, corais de Mellotron, tem de tudo. Apesar de serem de �poca diferente, s�o uma boa adi��o a Blackdance, e a reedi��o � recomendada mesmo �queles que j� possuem um exemplar de edi��es antigas do �lbum. A nota abaixo, como sempre, desconsidera as faixas b�nus. |