Anekdoten |
Suecia |
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Revisto por: Gibran Felippe | Nota:9.0 |
A revitaliza��o do rock progressivo surgida nos anos 90 passou por esse trabalho de estr�ia da banda sueca Anekdoten, entre outros t�o famosos quanto, nos quatro cantos do planeta. ?Vemod? possui uma sonoridade que se aproxima da segunda fase do King Crimson, por�m mais ?dark?, mais angustiante, mais melanc�lica e mais intensa. � primeira vista esses atributos podem ocasionar calafrios para aqueles que curtem algo mais sinf�nico, mas se houver a supera��o dessa primeira impress�o � certo que esse trabalho pode tamb�m agradar a esse p�blico.
?Karelia? abre de maneira extasiante com uma levada instrumental que se assemelha � m�sica ?Red?, utilizada pelo King Crimson na d�cada de 70 tamb�m como tema de abertura de um dos seus �lbuns. Ouso dizer que ?Karelia? � at� mais vibrante, extravagante e mais trabalhada, com mais varia��es que a pr�pria m�sica do Crimson, com utiliza��o intensa do mellotron. O som forte e angustiante do Anekdoten se apresenta de forma completa, com todas as suas caracter�sticas a partir de ?The Old Man And The Sea?, apresentando os belos e melanc�licos vocais de Jan Erik Liljestrom e a atmosfera triste das letras. Deve-se dispensar especial aten��o ao piano dessa m�sica que � muito sutil e encantador, executados por um dos convidados especiais ? Per Wiberg. O solo de guitarra antes da parte final da composi��o tamb�m � empolgante. O tema recorre claramente � obra hom�nima de Ernest Hemingway, onde se obt�m uma vit�ria pessoal, no caso da literatura, a de pescar o maior peixe poss�vel que renderia frutos para um m�s de subsist�ncia e ao mesmo tempo chegar a terra e surgir novamente ao mundo como um fracassado, tra�do pela voracidade dos tubar�es, exce��o ao menino que tanto o admira. Assim � a filosofia da banda sueca em suas letras, ter a plena consci�ncia de que no fim, acabamos sendo derrotados de fato, ficando apenas as nossas reminisc�ncias, na literatura representada pelo menino que tanto ama o velho. ?Where Solitude Remains? aborda o saudosismo, a sensa��o do tempo perdido e da solid�o atual que nos corr�i, algo que tanto mexe com o imagin�rio dos suecos e tamb�m dos japoneses, n�o por acaso o p�blico nip�nico verte grande adora��o pelo som e atmosfera do Anekdoten, sendo verdadeiros mecenas do grupo, at� mesmo por esse motivo que os dois trabalhos oficiais ao vivo lan�ados pela banda foram de registros em solos japoneses. O destaque dessa m�sica reside na bateria de Peter Nordin, absolutamente fant�stica, categoria pura. ?Thoughts In Absence? � justamente o ponto de transi��o do ?Vemod?, o tra�o divisor que cativa � primeira audi��o, pela suavidade e por uma melodia bel�ssima, contrastando com a for�a apresentada anteriormente, funciona com perfei��o como anticl�max necess�rio na prepara��o do ouvinte para a seq��ncia final arrebatadora com: ?The Flow?, ?Longing? e ?Wheel?, ali�s, a fant�stica m�sica derradeira ?Wheel?. ?Wheel? � o verdadeiro �pice criativo dessa obra, desde a introdu��o com uma base de guitarras espetacular em conjunto com um mellotron b�rbaro, depois temos a presen�a dos vocais femininos da Anna Sofi e uma linha de baixo muito inspirada do Jan Erik, com aquela categoria da batera, sutileza pura, contrastando com o peso das guitarras, mas o melhor ainda surge alguns minutos depois, a participa��o do segundo convidado especial Par Ekstrom, conduzindo um pist�o que vai na alma, arrepia at� o �ltimo fio de cabelo, de um feeling simplesmente maravilhoso. Classificar o Anekdoten como um mero clone do King Crimson, considero extremamente in�quo e superficial, assim como tamb�m desprezo o mesmo tipo de opini�o a respeito do Pendragon numa outra vertente do progressivo. Acho esse tipo de coment�rio uma forma de desmerecer a grande qualidade dos m�sicos dessas bandas, convenhamos, o baterista do Anekdoten ? Peter Nordin � um dos melhores que conhe�o surgido nos anos 90 e o guitarrista do Pendragon idem para os anos 80 no seu instrumento. N�o poderia deixar de dizer que o ?Vemod? foi editado tamb�m aqui no Brasil e a sua aquisi��o n�o � t�o dispendiosa, recomendo tranquilamente n�o s� para os admiradores da segunda fase do King Crimson, mas para todos que gostam do rock progressivo noventista sueco e sem falar que a passagem da banda pelo Brasil em 1999 tamb�m causou certo rebuli�o na cena progressiva carioca, ao lado de outro expoente dos anos 90, os poloneses do Ankh. |