Renaissance

Inglaterra

Titulo: Ashes Are Burning
Ano de Lançamento: 1973
Gênero:
Gravadora: Label n�o informado
Número de catálogo:
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  Revisto por: Gibran Felippe Nota:9.0
Uma grande defini��o para a m�sica do Renaissance � a voz oriunda do c�u emitida pela c�lebre Annie Haslam, uma das mais lembradas e belas da hist�ria do rock, em "Ashes Are Burning" esse fator extrapola totalmente, a emo��o nos cantos da Annie � um dos pontos altos do �lbum que em termos de vocais � o mais contagiante do grupo.

Todavia, "Ashes Are Burning" est� longe de ser um �lbum apenas de bons vocais, como alguns apregoam, muito pelo contr�rio, o instrumental se faz presente com muita personalidade, a mistura de tons ac�sticos com el�tricos se funde novamente com primazia na m�sica do grupo, ali�s, s�o poucos os grupos que conseguem esse tipo de equil�brio com tanta maestria. O efeito produzido pelo dedilhado do viol�o acrescentado da pureza do piano num contraponto com a pot�ncia vibrante do baixo � soberbo.

Sobre a pureza do piano, em termos instrumentais acredito ser esse o grande diferencial do Renaissance, reside nos pianos o carro-chefe condutor da m�sica do grupo, desde "Prologue" verifica-se que os grandes momentos instrumentais do grupo se devem principalmente ao piano irrepreens�vel de John Tout, que quando sola barbariza, mesmo em detrimento da pot�ncia sonora da bateria, baixo e guitarra nos momentos hards das m�sicas.

"Ashes Are Burning", assim como o "Time And A Word" do Yes � uma obra orquestrada, laureada com violinos, cellos e flautas que se unem com rara magia � voz exuberante da Annie Haslam. � altamente recomendado para admiradores de bandas como Alice(It�lia), Curved Air, Affinity, Epidaurus entre outras, al�m obviamente do Jethro Tull devido aos n�o raros momentos folk com violinos presente nesse trabalho.

Talvez o pequeno problema de "Ashes Are Burning" reside justamente na m�sica inicial "Can You Understand?" que � espetacular, disparada a melhor do �lbum, de t�o exuberante acaba por sobressair em demasia, o que pode transparecer uma certa irregularidade para os mais exigentes no tocante �s m�sicas subseq�entes. Supera at� mesmo a m�sica t�tulo que possui a presen�a inusitada do mestre Andy Powell e tudo mais.

Gostaria de destacar novamente os momentos fant�sticos do piano m�gico de John Tout em "Can You Understand?", principalmente do meio para o final, em "Carpet Of The Sun" o duelo com o baixo que � muito bonito e ao longo de "Ashes Are Burning" a come�ar pela introdu��o onde mais uma vez � esse o instrumento t�o fundamental que d� as cartas nessa composi��o cl�ssica do grupo.

Tanto em "Can You Understand?" como em "Ashes Are Burning" os vocais da Annie Haslam faz-me arrepiar at� o �ltimo fio de cabelo, parecendo-me um br�mane seguindo uma divindade.

  Revisto por: Alexandre Sinicio Nota:8.0
Lan�ado em 1973, Ashes Are Burning � o quarto disco da banda inglesa Renaissance. Com um som simples e forte influ�ncia folk, consegue ser bastante acess�vel e f�cil de ouvir, ao mesmo tempo que pode facilmente agradar aos ouvidos mais exigentes.

O disco abre com "Can You Understand?". Trata-se de uma suite muito bem elaborada que � um dos destaques da obra. Come�a com uma passagem de piano que se desenvolve conforme entram novos instrumentos, at� que se torna um tema emocionante, cheio, repleto de vozes instrumentais. De repente a "quebra". Viol�es, vozes, no melhor estilo folk. Finalmente, a volta para o tema inicial.

As tr�s m�sicas seguintes fazem a parte menos progressiva do �lbum. "Let It Grow" � a balada do disco. M�sica extremamente simples, com bel�ssimos vocais de Annie Haslam. � a m�sica mais famosa da banda fora do c�rculo progressivo. Tem todos os elementos de uma can��o pop: harmonia e melodia agrad�veis, refr�o "pegajoso", letras sem maiores segredos. "On The Frontier" e "Carpet Of The Sun" s�o as m�sicas mais agitadas, cheias de viol�es, harmoniza��es de vozes e ritmos agrad�veis. Exatamente por serem mais acess�veis e simples, essas tr�s m�sicas podem desagradar aos f�s mais ferrenhos do rock progressivo, pois isoladas n�o t�m muitos elementos do estilo. Entretanto, a bela voz e interpreta��o de Annie Haslam, os �timos trabalhos de bateria (Terence Sullivan) e baixo (John Camp) e o uso discreto de instrumentos de orquestra j� valem a pena.

A pr�xima can��o, "On The Harbour", consegue unir perfeitamente o clima musical � letra. Enquanto se fala de uma tempestade em um cais e o desespero dos moradores, a m�sica d� a clara impress�o de se estar vivenciando a situa��o. A simplicidade e os detalhes instrumentais s�o completados com uma passagem erudita de piano que abre e fecha a can��o, fornecendo uma esp�cie de "moldura".

Finalmente, a m�sica hom�nima ao �lbum, "Ashes Are Burning". Trata-se de uma suite de mais de onze minutos inspirad�ssima, provavelmente a melhor do �lbum, com um trabalho fant�stico principalmente no baixo e piano, al�m da voz. A m�sica muda de clima constantemente, passando de um momento tenso nos versos para um refr�o mais alegre, por�m de forma que quase n�o se nota essa quebra. A m�sica se desenrola no melhor estilo progressivo, misturando elementos de folk, psicod�lico, rock sinf�nico e m�sica erudita. Fechando a m�sica, um emocionante solo de guitarra de Andy Powell (Wishbone Ash).

Ashes Are Burning � com certeza um cl�ssico do rock progressivo e merece aten��o de todos. Dois detalhes s�o particularmente interessantes nesse disco. Um � o belo trabalho de John Camp com seu baixo Rickenbacker. O outro, mais curioso, � o fato de que Annie Haslam, uma das melhores vocalistas do mundo progressivo, desafina perceptivelmente em algumas m�sicas, principalmente em "On The Harbour". Mas ao inv�s de isso depor contra sua qualidade ou deixar o ouvinte de nariz torcido, parece enriquecer ainda mais a obra. D� um ar de "naturalidade", um certo calor humano. Fica apenas a ressalva de que o disco pode desagradar aos f�s mais ferrenhos pelo "miolo" mais pop-folk e pela simplicidade da maioria das can��es. A produ��o geral do �lbum tamb�m n�o � das mais fant�sticas, mas nem de longe isso influencia na qualidade.