Eloy |
Alemanha |
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Revisto por: Demetrio | Nota:10.0 |
Antes de mergulhar de vez no som progressivo sinf�nico / espacial que caracterizaria muito bem a fase seguinte de sua carreira, o grupo alem�o Eloy (nome inspirado no livro "A M�quina do Tempo", de H.G.Wells), capitaneado pelo guitarrista e cantor Frank Bornemann, gravou tr�s discos bastante focados no hard rock: Eloy (1971), Inside (1973) e Floating (1974).
Floating, terceiro trabalho da s�rie, � um exemplo bem caracter�stico da sonoridade tipicamente hard progressiva dessa primeira fase do grupo, caracterizada ainda por longas jams instrumentais com n�tida proemin�ncia de �rg�o Hammond e guitarra e algumas influ�ncias de bandas como Uriah Heep, Pink Floyd, Nektar e Jane. Na verdade Floating � um disco ainda mais hard que o anterior (Inside), um hard�o de primeira realmente (coincid�ncia ou n�o, na mesma �poca o Bornemann produziu um disco do grupo Scorpions, "Fly to the Rainbow"). O disco abre logo com um petardo, a faixa t�tulo, uma m�sica relativamente curta (4 minutos), mas cheia de energia e varia��es, com excelentes interven��es de �rg�o e guitarra. "The Light from Deep Darkness" (faixa 2) come�a bem tranq�ila, comandada por timbres de �rg�o, mas evolui logo em seguida para uma sonoridade mais hard a partir da entrada da guitarra do Bornemann, prosseguindo com �timas varia��es (lideradas por �rg�o e guitarra, mas com excelente trabalho de baixo e bateria tamb�m) ao longo de seus quase 15 minutos de dura��o. Algumas sonoridades meio c�smicas aparecem na segunda metade da m�sica, provavelmente j� anunciando o rumo que a banda tomaria a partir do trabalho seguinte. "Castle in the Air" (faixa 3) come�a com alguns riffs psicod�licos de guitarra � la Nektar, prosseguindo com climas meio orientais (m�sica �rabe) constru�dos � base de �timos riffs de guitarra do Bornemann (ainda com algumas reminisc�ncias psicod�licas de Nektar) at� a segunda metade da m�sica, onde uma guitarra mais �cida d� lugar a excelentes interven��es do baterista Fritz Randow. "Plastic Girl" (faixa 4) � outra m�sica igualmente excelente, com deliciosas passagens instrumentais comandadas por �rg�o e guitarra, al�m de alguns efeitos de sintetizador moog (ao que me consta esta foi a primeiravez que o instrumento foi utilizado num disco do Eloy). E finalmente a faixa 5, "Madhouse", outro excelente petardo, inclusive com uma magn�fica imagem est�reo, onde em determinado momento alguns riffs de guitarra ficam passeando entre um canal e outro. �timo trabalho de bateria e percuss�o nesta faixa tamb�m, fazendo desta uma das minhas prediletas do �lbum, apesar de que, a bem da verdade, todas as cinco m�sicas que constituem a edi��o original deste disco s�oabsolutamente extraordin�rias, sendo realmente dif�cil dizer quais seriam as melhores dentre m�sicas t�o sensacionais como estas. Recomendo bastante a aquisi��o da edi��o remasterizada, que al�m de apresentar uma qualidade t�cnica excepcional ainda cont�m tr�s faixas b�nus muito boas tamb�m: "Future City (Live)", "Castle in the Air (Live)" e "Flying High (Live)". As letras s�o todas em ingl�s e, como j� � sabido pelos f�s do Eloy, a pron�ncia do Bornemann cantando as m�sicas carrega um forte sotaque germ�nico, mas isso n�o chega a comprometer a experi�ncia extraordin�ria que � escutar um disco dessa magn�fica banda. |
Revisto por: Gibran Felippe | Nota:10.0 |
Um dos mais sublimes sopros do rock progressivo alem�o pode ser encontrado nesse exemplar do Eloy. Nesse trabalho liderado por Frank Bornemann, a banda definitivamente passou a ter sua luz pr�pria, sacramentando de vez o exuberante resultado j� alcan�ado no �lbum anterior. A �nica altera��o na forma��o, ocorreu no baixo, com a entrada do m�sico Luitjen Jansen que manteve a mesma excel�ncia do anterior.
Entre in�meras virtudes, considero "Floating" como sendo a maior performance em est�dio no que tange as guitarras de Frank Bornemman, diria que essa fera nesse trabalho tocou de forma arrebatadora, desde as vari�veis em dedilhados, passando por bases extremamente criativas, empolgantes e solos fant�sticos. Esse �lbum traz uma grande dose de varia��es r�tmicas e atrav�s de um palimpsesto muito bem feito sobre o trabalho anterior, a banda novamente enveredou pelas fileiras do hard progressivo, por�m dessa vez com diversas jam sessions incidentais em praticamente todas as m�sicas, mais notadamente em "The Light From Deep Darkness" e na deslumbrante "Plastic Girl". Acrescentam-se como ingredientes a esse tempero, altas doses de space e momentos psicod�licos exuberantes, que na medida exata traz o anticl�max necess�rio aos arranjos progressivos do grupo. O trabalho de capa tamb�m deve ser citado, segue a linha space a cargo do excelente artista franc�s Jacques Wyrs, famoso por desenvolver a concep��o art�stica de alguns �lbuns do mago alem�o Klaus Schulze. A introdu��o do "Floating" j� apresenta de cara, sem muitos rodeios o poder sonoro do grupo, a m�sica � t�o intensa que dificilmente pensa-se em outra coisa durante a sua execu��o que n�o seja entoar junto com Bornemann o coro: "�-��-���� , �-��-����...". Uma curiosidade interessante na segunda m�sica - "The Light From Deep Darkness" - encontramos na base dos teclados de Wieczorke, onde posso citar como maior influ�ncia o hammond dos The Doors, impressionante a similaridade, ali�s, consigo notar ecos do The Doors ao longo de todo "Floating", excetuando-se os momentos psicod�licos, � claro, onde a banda imp�e toda sua personalidade, "Castle In The Air" n�o me deixa mentir, a primazia do Eloy em estado bruto, Frank Bornemman s� falta fazer chover nessa m�sica e tamb�m n�o posso esquecer a batera fenomenal do mestre Fritz Randow, com uma levada super variada e quebrada. Depois do verdadeiro �xtase com "Castle In The Air", desaguamos numa das mais brilhantes composi��es do grupo, a magistral "Plastic Girl", uma cr�tica contundente a esse mundo falso em que os valores morais s�o deixados em segundo plano diante da superficialidade de atitudes, onde o que � mostrado por fora, vale muito mais que os valores internos de cada um, os sentimentos s�o f�teis e a falta de cultura � latente. A decep��o fica clara quando se imagina ter encontrado algu�m diferente, mas que conhecendo melhor, chega-se � conclus�o que tamb�m vive num mundo de "pl�stico", totalmente superficial. Isso num tempo em que a cultura e a sabedoria eram muito mais valorizadas que nos tempos atuais de televis�o a toda prova, realities shows bizarros e consumismo desvairado, se "Plastic Girl" tivesse sido escrita hoje, dif�cil seria mensurar a decep��o que j� era grande trinta anos atr�s. Quanto � sonoridade em si, segue o tom de melancolia das letras, com um arranjo pungente e sentimental, possuindo um solo de guitarra maravilhoso no meio da m�sica, com passagens instrumentais vibrantes, servindo como ant�tese e for�a � alus�o depressiva dos vocais. O �lbum culmina com a genial "Madhouse" que apresenta em seus versos um verdadeiro panorama do que a banda vivia naqueles tempos e milhares de outras tamb�m, um retrato fiel de uma gera��o extremamente criativa: "Musicians make their music, smoke, make love...". Felizes daqueles que puderam freq�entar uma aut�ntica "madhouse" nos tempos de juventude! |