Jethro Tull

Inglaterra
http://jethro-tull.com

Titulo: Catfish Rising
Ano de Lançamento: 1991
Gênero:
Gravadora: Label n�o informado
Número de catálogo:
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  Revisto por: Gibran Felippe Nota:6.0
N�o � tarefa f�cil atravessar os anos com a verve criativa sempre em �xtase. Pouqu�ssimas bandas com mais de trinta anos de trajet�ria no rock podem se vangloriar com uma discografia sem m�culas. Para muitos, nenhuma banda que tenha mais de 15 discos de est�dio lan�ados conseguiu tal proeza, principalmente pelos lan�amentos ap�s a d�cada de 70. Provavelmente eu esteja inclu�do no grupo daqueles que acham isso.

� sobre justamente uma obra p�s-70 de um medalh�o que se insere o teor desses coment�rios. A obra em quest�o � de 1991, da magn�fica banda Jethro Tull e chama-se "Catfish Rising". � fato que dentre aquelas bandas do primeiro par�grafo o Jethro Tull foi uma das que mantiveram maior regularidade ao longo dos anos, sempre produzindo grandes m�sicas e �timos �lbuns, mas nesse "Catfish Rising" eles escorregaram completamente.

A simplicidade dos arranjos, a pouca varia��o das m�sicas chega a incomodar em se levando considera��o uma banda que criou obras como "Thick As A Brick", "A Passion Play", "Aqualung", "Heavy Horses", "Stormwatch", "Stand Up" e por a� afora. Acredito que "Catfish Rising" agradar� aos admiradores do rock mais cru, daquele que possui estreita rela��o com o blues, com destaque total para as guitarras e vocais, pois � justamente isso que o cd representa, vocais e guitarras em excesso e com uma cozinha med�ocre, onde � quase imposs�vel se ouvir uma virada da bateria, ou uma linha de baixo mais criativa, ou pelo menos que fuja apenas � simples marca��o de compasso. E teclados? Apenas como pano de fundo em algumas m�sicas e olhe l�, mas quanto a isso � at� perdo�vel, pois o Jethro nunca foi banda de teclados marcantes, mas a verdade � que um John Evan faz uma falta absurda. E pra quem espera ouvir os violinos que sempre marcaram presen�a de forma sublime na metade da d�cada de 70 em diante, vai ficar a ver navios tamb�m, pois n�o tem nada!

J� ia esquecendo do principal, as flautas? Pois �, nesse cd o Ian Anderson prefere cantar! O �lbum � composto por 13 m�sicas, onde a mais longa possui 7 minutos e a maioria n�o passa de 4 minutos. Todas pautadas por um rock b�sico, com destaque absoluto para o Martin Barre que como sempre faz a sua parte e muito bem, o problema � que a cozinha � med�ocre.

Mas apesar de tudo ainda assim � uma obra do Jethro Tull e n�o � de se jogar fora, conseguimos extrair bons momentos em determinadas m�sicas, o problema � ag�entar a repetitividade sonora ao longo de todo o trabalho. Parece-me que o Tull foi em busca de algo mais palat�vel, mais comum, enfim, mais comercial. N�o h� mal nisso, mas para os f�s do rock progressivo n�o vai agradar nem um pouco, at� porque n�o tem nada de prog. "Catfish Rising" se aproxima inteiramente das obras do Eric Clapton, Steve Ray Vaughan e principalmente Dire Straits.

Sobre as m�sicas diria que "This Is Not Love" na abertura j� deixa bem clara a proposta musical do grupo, com as guitarras e vocais inteiramente no comando do in�cio ao fim, depois temos "Occasional Demons" exatamente na mesma linha e com aqueles finais rid�culos que o som vai sumindo aos poucos. "Roll Yer Own" e "Rocks On The Road" j� fazem parte do roteiro bluezeiro, t�picas m�sicas que tocam nos filmes americanos quando dois policiais entram numa casa de "strippers" � procura de pistas. "Sparrow On The Schoolyard Wall" � uma tentativa de varia��o, com um ritmo mais pr�prio ao Tull dos anos 70, mas a lembran�a � muito leve, at� porque a m�sica � muito curta. As quatro m�sicas subseq�entes s�o Dire Straits purinho, pra quem gosta � prato cheio, pode comprar o cd ontem! Chegamos na d�cima m�sica, na verdade o cd poderia perfeitamente ser finalizado com essa "White Innocence" que � por coincid�ncia a m�sica mais extensa da obra e sem d�vida a �nica que possui o suspiro progressivo em seu escopo, tendo um equil�brio maior entre as guitarras, flautas e finalmente teclados. Inclusive conta com quebradas no compasso, com mudan�as sonoras, justificando o nome Jethro Tull.

As �ltimas tr�s m�sicas s�o pra encher ling�i�a, ou ent�o uma homenagem ao Steve Ray Vaughan, contam at� com aquele batid�o tradicional: Tum.... Tum.....! Tum.... Tum....! Tum... Tum...! Que por sinal acho chato pra ded�u.

A �ltima m�sica � um questionamento e seu t�tulo �: "When Jesus Came To Play", pois �, acho que o t�tulo mais correto deveria ser: "When Jethro Came To Play". E na �ltima frase a m�sica finaliza com outro questionamento meio basbaque: "Oh Jesus, is it really you?" E eu termino mais embasbacado ainda: Oh Jethro, is it really you?

Recomendo esse �lbum apenas para os f�s incondicionais da banda, ou ent�o para aqueles que curtem um rock�o a la Eric Clapton e descompromissado, para os mais exigentes melhor nem chegar perto, mas por uma dessas promo��es de supermercados at� que vale a pena.