Formado em 1969 e com seus tr�s primeiros trabalhos (Eloy, Inside e Floating) mais focados no hard rock, o grupo alem�o Eloy, capitaneado pelo guitarrista e cantor Frank Bornemann, mergulha de vez no rock progressivo (embora ainda com algumas reminisc�ncias hard) neste seu quarto trabalho, gravado em 1975.
Power and the Passion � um disco conceitual, tendo como tema uma viagem no tempo, contada atrav�s da est�ria de um jovem (Jamie), filho de um cientista, que se v� transportado para o passado ap�s ingerir acidentalmente um comprimido fabricado pelo pai, indo parar na Idade M�dia, nos arredores de Paris, onde conhece uma garota chamada Jeanne, filha de um rico propriet�rio de terras ("Journey Into 1358"). Na seq��ncia os dois se apaixonam e compartilham uma experi�ncia alucin�gena ap�s fumarem juntos um "baseado" ("Love Over Six Centuries"). Jamie conhece o pai de Jeanne, que o acolhe na condi��o de que ele ajude, com os seus conhecimentos do s�culo XX, a controlar uma revolta de trabalhadores, mas ele se v� de repente num profundo dilema moral ao constatar a situa��o de pen�ria em que vivem os camponeses naquele lugar e a forma como s�o tratados, acabando por juntar-se a eles na rebeli�o contra o senhor feudal ("Mutiny"), em conseq��ncia do que acaba sendo feito prisioneiro ("Imprisonment"). Um guarda ent�o o liberta ("Daylight") e ele consegue escapar com a ajuda de um m�gico exc�ntrico que vive em uma catacumba ("The Zany Magician"), conduzindo-o de volta ao S�culo XX ("Back Into the Present"). A est�ria termina com a doce lembran�a de sinos tocando ao longe, a saudade de Jeanne, o profundo desejo de que ela estivesse ali com ele, naquela que eu considero uma das m�sicas mais lindas e emocionantes deste �lbum: "The Bells of Notre Dame".
Melodicamente este trabalho � maravilhoso do in�cio ao fim. A altern�ncia de passagens mais hard � la Uriah Heep, com uma excelente presen�a r�tmica de baixo e bateria, com outras faixas bem mais viajantes e atmosf�ricas, funciona divinamente. Os solos de guitarra, �rg�o e mellotron s�o de encher a alma de t�o bonitos. Os bel�ssimos efeitos de sintetizadores conferem ao disco toda aquela atmosfera espacial que marcaria a partir de ent�o o trabalho do Eloy. E o melanc�lico solo de guitarra de Frank Bornemann na faixa final ("The Bells of Notre Dame"), ah que solo... � realmente de fazer flu�rem l�grimas de nossos olhos.
Embora subestimado por alguns f�s, eu particularmente considero Power and the Passion um dos melhores trabalhos do Eloy, no mesmo n�vel, NMHO, dos grandes cl�ssicos da banda, como Dawn, Ocean, Silent Cries & Mighty Echoes e Planets.
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