Rush |
Canada |
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Revisto por: Renato Glaessel | Nota:7.0 |
J� se passam mais de vinte e sete anos que ouvi esse disco pela primeira e o mais incr�vel � que o escuto com as mesmas percep��es daquela �poca.
Foi um colega de cursinho que emprestou o vinil, estava detonada�o, mas valeu para gravar uma bela fita cassete que quase rasguei de tanto ouvir. Aqui o Rush consagrou-se de uma vez, as vendas foram alt�ssimas, n�o sei se o Pentagrama da capa ajudou(a banda inclusive o adotou como s�mbolo), ou se o emblem�tico n�mero 2112(igual de tr�s para a frente) criou algum tipo de expectativa, mas o fato � que o disco para mim n�o justifica toda a fama alcan�ada. O impactante in�cio da su�te 2112 n�o se sustenta ao longo de suas sete partes, inclusive a banda protagoniza momentos constrangedores nas partes III, IV e V onde ficam evidentes as falhas na composi��o com acompanhamentos pouco mais que p�fios, enfim, mais uma vez o Rush demonstra sua pouca habilidade para compor longas su�tes, os vocais de Lee seguem �cidos acima do que a m�sica requer e definitivamente a banda n�o se encontra at� o final. J� na sequencia a coisa muda totalmente, com exce��o de Lessons, a �nica realmente descart�vel, todas as outras quatro s�o espetaculares, desde as mais nervosas como Passage to Bangkok, The Twilight Zone e Something For Nothing at� a inspirad�ssima balada Tears a banda mostra sua verdadeira aptid�o, temas mais curtos e diretos com solos r�pidos e impactantes, cheios de efeitos.Aqui sim os m�sicos parecem integrados e suas interpreta��es casam perfeitamente, inclusive os vocais de Lee. De qualquer forma, apesar do sucesso comercial, encontro o trabalho um passo atr�s de seu antecessor. |
Revisto por: Gibran Felippe | Nota:6.0 |
Este �lbum � considerado como a passagem do Rush para a maturidade musical, o quarto em sua cronologia e foi respons�vel por al�ar a banda ao pante�o dos medalh�es dos anos 70. � interessante que o Rush come�ou a ser lembrada como uma banda de contexto progressivo ap�s a edi��o dessa obra, isso deixa claro que se fazia interessante essa associa��o para possibilitar ares de qualidade � sonoridade do grupo ou um certo diferencial com rela��o �s demais bandas de hard rock da �poca. S� mesmo entendendo dessa forma, porque no "2112" encontramos muito pouco de rock progressivo, o que n�o desmerece em momento algum o trabalho do power trio canadense. A rigor, podemos at� imaginar algo como hard progressivo, t�o em voga nos anos setenta, capitaneado por medalh�es como Uriah Heep e Deep Purple, por�m, bem mais hard e bem menos progressivo que as duas citadas, se levarmos em considera��o seus primeiros trabalhos.
O fato de possuir uma m�sica de 20 min., um mellotron incidental em "Tears" e temas altamente viajantes, ligados � fic��o cient�fica, ao espa�o e a aspectos extra sensoriais podem ter causado essa associa��o ao rock progressivo, mas ora, o som do grupo est� registrado em "2112" pra todos ouvirem e sinceramente, trata-se de um baita hard em sua concep��o. Acho equivocada a id�ia de apresentar "2112" como um �lbum essencialmente de rock progressivo, prefiro cit�-lo como hard setentista, pois dessa forma algu�m que esteja correndo atr�s de algo progressivo n�o vai se decepcionar ao ouvir a sonoridade do Rush. Quando ouvi a banda pela primeira vez fiquei decepcionado, porque imaginava algo como Yes, Genesis, King Crimson, Gentle Giant ou Jethro Tull e realmente n�o temos nada disso na maioria de suas m�sicas. Vou mais al�m, tamb�m n�o consigo enxergar o Rush como o embri�o do prog-metal, apesar disso ser apregoado desde que surgiu o Dream Theater. Na minha vis�o, o prog-metal se intimida mais com as bandas de heavy mel�dico que iriam aparecer no cen�rio do fim dos anos 70 e na d�cada de 80, tipo Helloween, Royal Hunt, Kiss e at� mesmo o Metallica, inclusive com a varia��o sonora do Uriah Heep que abandonou nesses anos a linha hard progressiva dos anos 70 para a entrada no universo mais hard-metal dos anos 80, o que na minha opini�o foi pra bem pior, assim como o Scorpions e tantas outras desse contexto. Voltando ao "2112" e ao Rush, � f�cil apont�-lo como o melhor �lbum da fase inicial do grupo, os anteriores n�o possuem tantos atrativos, s�o menos ambiciosos e serviram para apresentar mais uma banda de hard ao planeta. Assim como tantas outras, mais um filho do Led e do Black Sabbath, por�m no "2112" as aten��es foram mais intensas, pois acabava de surgir uma obra realmente consistente do Rush, uma obra que n�o se apoiava apenas em riffs, que n�o se apoiava apenas em altas guitarras e bateria pesada e sim m�sicas com mais varia��es, com quebradas de ritmo, com mais viol�es e com um Geddy Lee altamente inspirado no baixo e at� mesmo com mais melodia nos vocais. Considero Geddy Lee a figura mais emblem�tica da banda, pois para mim � justamente nele que reside o ponto alto e o ponto baixo do grupo: sem d�vida um dos melhores baixistas de rock que a Terra j� teve e sem d�vida um dos piores vocalistas. � muito dif�cil se acostumar com os seus vocais, principalmente com os insistentes gritos, com o timbre extremamente fino, n�o tenho d�vidas que se um Ozzy ou um Coverdale fossem os vocalistas do Rush eu poderia ter gostado um pouco mais da banda. E o mais interessante � que quando Geddy Lee apenas canta, o neg�cio n�o fica ruim, basta ouvir as partes mais lentas do grupo ou as baladas, duro � quando o grupo emenda num bom hard e ele "solta" a voz. O som fica legal e os vocais descem ladeira abaixo. Ainda bem que ele toca muito pra compensar. O Alex Lifeson faz a sua parte muito bem no "2112", e o Peart tamb�m contribui bastante com as letras e a sua bateria inconfund�vel. Por�m, para despeito de muitos amantes do Rush considero o Peart um baterista comum, muito longe de nomes como Carl Palmer, Bill Brufford, Aynsley Dubar, Pierre Van Der Lindem, etc. Acho a sua linha marcante, por�m b�sica, usando mais de for�a e agilidade. N�o percebo no Neil Peart as varia��es e seq��ncias que notamos nos que citei anteriormente, � tipicamente um baterista de hard, um filho do Ian Paice e um pai para a maioria dos bateristas de heavy que surgiram depois. A diferen�a para os outros bateristas que citei e poderia colocar tamb�m o Phill Collins � que as suas linhas eram extremamente criativas, fazendo com que esse instrumento que antes era tido apenas como acompanhamento de luxo passasse a ser algo de fundamental, algo a ser notado, lembrado e reverenciado e mais, que n�o precisa esmurrar a bateria pra n�o ficar desapercebido, muito ao contr�rio, a categoria e sutileza sempre falam mais alto. J� o Peart mesmo com a sua grande agilidade e for�a, para mim nunca passou de um bom acompanhante, se coloc�ssemos outro baterista de bom n�vel em seu lugar, o Rush continuaria sendo o Rush, agora dif�cil � pensar nessa hip�tese quando lembramos de bateras como o Carl Palmer do ELP, do Brufford do Yes e de todos os outros grupos por que passou, do Collins do Genesis fase Gabriel, e por a� afora. Esses foram insubstitu�veis e incompar�veis, j� se pegarmos qualquer baterista do Iron Maiden e o Peart, sinceramente n�o noto grandes diferen�as. A primeira m�sica do "2112" � a famosa su�te de mesmo nome, com temas de fic��o cient�fica que estavam em voga no ano de 76, come�a de forma magistral com uma seq��ncia de tirar o f�lego e culmina com os vocais do Geddy Lee que caem mal toda a vida, � preciso se acostumar ou ser muito f� do grupo. A melhor seq��ncia para mim � a denominada "Presentation" em que possui uma quebrada no ritmo com um viol�o muito bonito, se contrapondo ao momento de peso anterior. Mas, perdoem-me os admiradores do grupo, isso � muito pouco para sustentar uma composi��o de vinte minutos, na maior parte do tempo soa repetitiva em demasia e acaba por ficar enfadonha, se arrastando at� o fim. Acho que o Rush ainda n�o estava devidamente preparado para apresentar uma su�te dessa propor��o, porque a mesma est� muito aqu�m de grande parte das su�tes feitas nos anos setenta por bandas da mesma envergadura do Rush, mas muito aqu�m mesmo! A rigor, o que era pra ser o melhor momento dessa obra, a su�te "2112", para mim foi o pior, principalmente porque Geddy Lee insiste em cantar feito uma gralha na maior parte do tempo. O que considero bom nesse disco vem na sequ�ncia, ou seja, as composi��es de menor dura��o. Dessa forma, a sequ�ncia de m�sicas do �lbum j� possuem f�rmulas bem definidas, n�o trazendo nada de novo, apenas uma evolu��o natural do grupo, fato extremamente positivo, com destaque para as cl�ssicas "A Passage to Bangkok" e "The Twilight Zone", verdadeiros hits do Rush. E volto a repetir, o baixo do Geddy Lee � um absurdo, o que ele faz nessas duas m�sicas � sensacional. "Lessons" e "Something For Nothing" s�o t�picas m�sicas hard sem nada de mais interessante e "Tears" � a m�sica que mais gosto no cd, pois tudo fica legal, os vocais, os viol�es, o baixo e o mellotron, funciona tamb�m como um anti-cl�max para o fulgor das outras m�sicas, pois nem as fortes baquetas do Peart aparecem. Acredito que se esse �lbum tivesse um pouco mais de teclados seria muito mais atraente, at� mesmo para o p�blico hard que n�o faz muita quest�o disso, pois �s vezes torna-se um pouco repetitivo, por conta dos arranjos serem muitos simples e b�sicos para um grupo intitulado como representante m�ximo do rock progressivo. Essa � a diferen�a b�sica para outro power trio da �poca que atendia pelo nome de ELP, ou at� mesmo para o Uriah Heep que possu�a arranjos fant�sticos em v�rias de suas m�sicas e porque n�o o pr�prio Black Sabbath de composi��es como "War Pigs", "Iron Man", "Balck Sabbath", "N.I.B.", "Eletric Funeral"... Muitos consideram Rush sendo influenciado pelo ELP, Genesis e Yes, j� li isso em v�rias resenhas e sinceramente n�o entendo bem porque apontam esse fato, para mim as suas principais influ�ncias foram mesmo o Black Sabbath e o Led Zeppelin. Sempre tive um p� atr�s com o Rush, desde quando li num jornal de grande circula��o nos anos oitenta que essa era a maior bande de rock progressivo de todos os tempos e quando fui conhecer a sonoridade do grupo, bem... de qualquer forma reconhe�o a grande qualidade dos seus m�sicos, apenas digo que a sonoridade da banda n�o � l� muito a minha praia, por isso, � exce��o do "Hemispheres", as suas outras obras e inclusive "2112" prefiro espiar timidamente atrav�s de uma r�tula de janela. � importante ressaltar que nutro um profundo respeito pelo grupo, pois na minha vis�o acredito que � ao lado do Led Zeppelin e do Pink Floyd a banda de rock mais bem sucedida em vendas p�s Beatles e Rolling Stones. Isso � verdadeiramente admir�vel em se tratando de m�sica honesta, que n�o � concebida apenas para vender, que n�o faz parte do universo pop a la Michael Jackson e Madona, mas jamais a recomendaria para algu�m que curte rock progressivo na ess�ncia, apenas para os que possuem um ou os dois p�s no hard rock ou tamb�m do metal categ�rico a la Iron Maiden, Savatage ou Judas Priest. |
Revisto por: Amyr Cantusio Jr | Nota:9.0 |
Em pleno �pice da �poca lis�rgica-espacial, onde Pink Floyd fazia estrondoso sucesso com seu show Eclipse e o derradeiro �lbum Dark Side of The Moon, o Rush lan�aria a epop�ia chamada 2112.
Quando o baterista Neil Peart assumiu as baquetas a partir do segundo �lbum do grupo, ele tamb�m ficou respons�vel pelas letras e temas que v�o da metaf�sica � fic��o cient�fica, como � o caso deste disco. A OVERTURE 2112( a faixa de abertura do LP) � simplesmente um marco para a �poca, onde um sintetizador abre com efeitos de osciladores de onda a m�sica. A seguir vem a quebradeira, muito bem ensaiada pela banda, que aqui est� no apogeu da t�cnica, virtuosismo e criatividade. Este CD � pra mim o marco central da obra deste Power Trio canadense. Geddy Lee � o respons�vel pelos teclados, synths , pedaleiras Taurus de baixo, baixo e vocais! Um grande m�sico! Alex Lifeson por sua vez � um dos mais vers�teis e ecl�ticos guitarristas dos anos 70, e ainda toca tamb�m teclados e pedaleira de baixo Taurus, famosa neste per�odo em bandas como G�nesis, Yes, Van Der Graaf Generator e Tangerine Dream pelo seu som pesado, constante e profundo. Ali�s este disco � t�o maravilhoso de cabo a rabo que n�o d� pra destacar faixas....� uma pe�a s�! Al�m do mais foi o primeiro disco do Rush a bater recorde de vendas ganhando o Disco de Platina! Muito mais que merecido. Uma obra prima do rock, que jamais voltaremos a ouvir desta f�rma novamente, a n�o ser nos inestim�veis registros fonogr�ficos. Confira! |