Os discos anteriores da banda galesa Magenta, o duplo Revolutions, de 2001, e Seven, de 2004, apresentam um som t�pico do rock progressivo dos anos 70, lembrando em muitos momentos Yes e Genesis, mas j� se nota uma mudan�a na estrutura de composi��o do primeiro para o segundo discos (o primeiro � um duplo com cinco m�sicas sendo que quatro t�m dura��o em torno dos 20 minutos, enquanto o segundo tem sete com dura��o por volta de 10 minutos).
Home apresenta nova (e bem-vinda) mudan�a na estrutura de composi��o. Trata-se de um disco conceitual que conta a hist�ria nada original de uma mo�a que est� desiludida em sua cidade natal (Liverpool) e resolve partir para uma nova vida e um novo lar em Nova York, onde ela acaba conhecendo as pessoas erradas e resolve voltar para sua verdadeira casa. A novidade � que as can��es s�o mais curtas e bem-resolvidas, com bons resultados. Com isso, a banda abandonou um pouco aquela atitude comum das bandas mais novas que querem gravar um prog virtuoso custe o que custar (que rende �timos momentos mas tamb�m cansa um pouco), dando mais �nfase �s can��es e � obra como um todo.
O disco apresenta quinze m�sicas, sendo que algumas delas s�o pontes entre as can��es. Eu gostei bastante do resultado final, que traz uma banda um pouco diferente e que resolveu mudar ao apresentar desde algumas baladas de muito bom gosto que lembram aquelas �timas can��es do Elton John da d�cada de 70 intercaladas com momentos onde o rock progressivo se faz presente, podendo ser encontradas refer�ncias ao Yes, ao Mike Oldfield e a um som que lembra um Renaissance mais moderno e el�trico. Os destaques ficam para as faixas "Moving On", "The Journey", "Demons", "Joe" e "The Visionary".
Como todo disco que apresenta mudan�as, Home recebeu algums cr�ticas, mas a maioria das resenhas que eu li foram bastante favor�veis. Neste ponto a banda provou ser esperta: o disco foi lan�ado tamb�m numa vers�o especial que traz um CD a mais chamado New York Suite, composto de quatro can��es que fazem parte da mesma hist�ria e que acabaram exclu�das da vers�o final. O detalhe � que essas m�sicas remetem mais ao estilo progressivo tradicional (inclusive em suas dura��es), e certamente satisfar�o os f�s mais cr�ticos. As m�sicas deste disco tamb�m s�o boas e vale � pena ouvi-lo, mas achei que a banda acertou ao exclui-las pois ficariam um pouco fora do contexto da obra.
Sobre a performance da banda em si, os m�sicos continuam se apresentando bem. O grande destaque vai mais uma vez para a excepcional vocalista Christina Murphy. Sua performance e interpreta��o ao longo do disco s�o impec�veis, tanto nos momentos mais calmos quanto nos mais agitados. Ela � t�o boa que toda vez que eu a ou�o eu me lembro da Annie Haslam. Ela n�o tem as mesmas amplitude e sustenta��o vocais da vocalista do Renaissance (que � fora-de-s�rie), mas chega perto, o que j� � um enorme feito. |