Isildurs Bane |
Suecia |
http://www.isildursbane.se/ |
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Revisto por: Demetrio | Nota:10.0 |
Na estrada desde os anos 80, o grupo sueco Isildurs Bane � um dos maiores representantes do mais leg�timo rock progressivo sinf�nico na atualidade. Com fort�ssima inspira��o na m�sica de c�mara e de vanguarda, sutis reminisc�ncias de bandas como King Crimson, Frank Zappa e Pink Floyd, algumas levadas jazz�sticas e harmonias de intensa beleza mel�dica, a m�sica do IB � uma grata caixinha de surpresas e pode ser muito bem resumida nas palavras do pr�prio
l�der da banda, o compositor e tecladista Mats Johannsson: "Ao longo dos anos, nossa m�sica tem reunido elementos das mais diversas vertentes, notadamente do jazz, fusion, erudito e m�sica teatral. Nosso desenvolvimento musical tamb�m tem tido muito a ver com novos membros vindos de diferentes forma��es, tais como rock, funk, cl�ssico e jazz". Uma banda com muito entra-e-sai de m�sicos ao longo de sua carreira (girando sempre ao redor do g�nio extremamente criativo e vanguardista do Mats Johannsson), o IB chega ao seu oitavo trabalho (o primeiro da s�rie MIND � Music Investigating New Dimensions) com a seguinte forma��o: Mats Johansson (teclados, sintetizadores, samplers, efeitos), Klas Assarsson (marimba, vibrafone, xilofone, crotales, outros instrumentos de percuss�o), Jonas Christophs (guitarra), Joachim Gustafsson (violino), Fredrik Emilson (baixo) e Kjell Severinsson (bateria). Al�m desses, um grande time de m�sicos convidados, dentre os quais Jonas Albrektson (obo�, trompa), Daniel Bruno (trombones, tuba), Eric Mattisson (trompete), Bj�rn J:son Lindh (flauta), Magnus Gutke (viol�o cl�ssico), Lars H�gglund (piano, sintetizador), Stefan Isebring (hurdy-gurdy), Peter Sch�ning (violoncelo) e The Saltst�nk Choir, conduzido por Marit Zetterstr�m. Mind Vol. 1, a exemplo de grande parte dos trabalhos do IB, tamb�m � um �lbum totalmente instrumental. O disco abre com "The Flight Onward (Phases 1-5)", uma magn�fica su�te com 12 minutos de dura��o, bastante sinf�nica, complexa e experimental, repleta de varia��es ao longo de seu andamento, com �tima presen�a de instrumentos de sopro (inclusive de flauta � la Jethro Tull), muita percuss�o (vibrafone, xilofone, sinos, etc.), baixo e bateria, al�m de boa interven��o de guitarra no final. Uma das melhores faixas do �lbum. "Ataraxia" (faixa 2) � bem suave e sinf�nica, essencialmente uma pe�a de c�mara executada por violino com acompanhamento de guitarra, caba�a e vibrafone. "In a State of Comprehension" (faixa 3) se interliga com a faixa anterior, iniciando-se com riffs suaves de contrabaixo, toques de vibrafone e violino, progredindo em seguida para levadas mais roqueiras, com marcante presen�a de violino, contrabaixo, guitarra e bateria. "The Pilot" (faixa 4) come�a com vozes estranhas e uma atmosfera meio sombria, depois uma m�sica bem suave comandada por violino, flauta, riffs de guitarra e solos esparsos de bateria e percuss�o, progredindo em seguida para um ritmo mais en�rgico e feroz, com �tima presen�a de guitarra, bateria e toques de flauta � la Jethro Tull. "Unity" (faixa 5), a exemplo da faixa 2, � essencialmente uma pe�a de c�mara tamb�m, executada por violino e piano. "Opportunistic Walk [Phases 1-2]" (faixa 6), a exemplo da faixa de abertura, � uma su�te sinf�nica bastante complexa e experimental, com 15 minutos de dura��o, dividida em diversos movimentos, tamb�m com presen�a marcante de instrumenta��o sinf�nica (sopro e cordas) e muita percuss�o (muita mesmo!!!) ao longo de seu desenvolvimento, al�m de �timas interven��es de guitarra, baixo e bateria. "Holistic Medicine" (faixa 7) � outra magn�fica su�te sinf�nica de 15 minutos, come�ando num clima entre sombrio, hipn�tico e viajante ao mesmo tempo, numa longa passagem marcada por interven��es esparsas de violino, flautas, elementos percussivos e sintetizadores, depois um riff feroz e visceral de guitarra, seguido de um novo retorno � calmaria proporcionado por solos suaves e melanc�licos de violino e flauta, mais uma interven��o de bonitos riffs de guitarra com uma sonoridade meio country, de linhas de baixo e evolu��es de sintetizadores, progredindo ao final num cl�max sonoro arrasador comandado por bateria, muita percuss�o e riffs poderosos de guitarra, mas terminando sombria e novamente tranq�ila como no in�cio. "A Blank Page" (faixa 8) encerra esta aut�ntica obra-prima do progressivo sinf�nico com solos melanc�licos de guitarra (� la David Gilmour / Andy Latimer), com acompanhamento de teclados, violoncelo, bateria e percuss�o, apresentando algumas sutis reminisc�ncias de Pink Floyd e After Crying em sua parte r�tmica final. Linda demais esta m�sica, mesmo sendo bem curta (3 minutos apenas). S�o caracter�sticas predominantes no som do IB, portanto, a farta utiliza��o de instrumenta��o sinf�nica (sopro e cordas) e de elementos percussivos (vibrafone, xilofone, marimba, sinos, chimes, crotales, etc.), sendo o percussionista Klas Assarsson um dos m�sicos de maior destaque nesta banda � o cara � um verdadeiro monstro nas baquetas e mallets. Outro m�sico cuja sonoridade tamb�m se sobressai bastante � o excelente guitarrista Jonas Christophs, pela incr�vel beleza e fluidez de seus solos, cristalinos e envolventes como os do David Gilmour (Pink Floyd) e Andrew Latimer (Camel). Mind Vol. 1 � um trabalho absolutamente irretoc�vel, na minha opini�o o melhor disco da carreira do IB e uma obra-prima fundamental em qualquer cole��o progressiva. Constitui tarefa �rdua definir, num �lbum t�o extraordinariamente coeso como este, quais seriam as melhores faixas, de qualquer modo eu arriscaria apontar as tr�s su�tes do disco � "The Flight Onward", "Opportunistic Walk" e "Holistic Medicine" �, bem como a bel�ssima faixa de encerramento, "A Blank Page", como minhas prediletas. O IB atingiu, no meu entender, o ideal supremo almejado em termos de rock progressivo sinf�nico e de vanguarda: consegue ser original, complexo e extremamente agrad�vel ao mesmo tempo, coisa que at� hoje n�o consegui encontrar em nenhuma outra banda dentre aquelas ditas "experimentais" e "avant-garde", por um lado (normalmente com muita quebradeira mas pouqu�ssimo ou nenhum atrativo mel�dico), nem tampouco, por outro lado, entre aquelas mais "sinf�nicas" e "mel�dicas", geralmente pouco aventureiras no que concerne a varia��es e incurs�es mais vanguardistas. N�o � f�cil conciliar essas duas coisas, mas o IB foi extremamente feliz na solu��o desse aparente antagonismo entre beleza mel�dica e complexidade. Uma �ltima e importante informa��o: a qualidade t�cnica deste CD tamb�m � magn�fica, com todos os atributos necess�rios � sua inclus�o entre as melhores grava��es do g�nero. |