Jean Michel Jarre |
Fran�a |
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Revisto por: Gustavo Jobim | Nota:10.0 |
No ano de 1976, Jean-Michel Jarre quase que do nada surgiu com seu Oxygene,
vendendo milh�es de �lbums, um alcance popular sem precedentes para um �lbum de m�sica eletr�nica. Oxygene apresentava uma estrutura sinf�nica, com m�sicas que emendavam umas nas outras, timbres e efeitos sonoros que imitavam sons da natureza, caracter�sticas que ajudaram a impulsionar o surgimento daquilo que veio a ser chamado "new age" nos anos 80. Por�m em 1978, j� milion�rio, Jarre foi capaz de se superar como compositor, criando EQUINOXE, um �lbum que trazia uma estrutura muito semelhante ao Oxygene mas que levava o estilo a novas alturas, com mais qualidade em todos os sentidos. A capa do disco, uma pintura estereosc�pica criada por Michel Granger, o mesmo artista de Oxygene que ainda criaria v�rias outras capas para o Jarre, mostra milh�es de espectadores com bin�culos, como se fosse uma previs�o das massas que assistiriam ao primeiro show de Jarre, em 1979, e a muitos outros shows megaloman�acos seguintes, que se tornaram marca registrada do franc�s. Equinoxe � dividido em oito partes, todas sem t�tulo como em muitos outros �lbuns de Jarre. A id�ia do disco � representar a passagem de um dia. A parte 1 soa nitidamente como uma alvorada, num crescendo constante. Este crescendo de repente p�ra e d� lugar � segunda parte, de movimento lento, cheio de delicados efeitos sonoros e um suave tema harm�nico, como uma manh� de ver�o na praia. Novos sons v�o surgindo conforme a m�sica se desenvolve, j� anunciando a terceira parte, que traz o primeiro tema mel�dico do disco. Mais uma vez um tema delicado neste Lado A que vai se desenvolvendo de maneira suave mas constante; a m�sica � permeada de efeitos sonoros cuidadosamente criados e colocados. Ao final deste tema a harmonia lentamente se desfaz para dar lugar a uma batida que introduz o principal tema do disco, e uma das mais memor�veis m�sicas do franc�s: Equinoxe parte 4. Um tema inesquec�vel, um grande cl�ssico da m�sica eletr�nica. Os arranjos hiperdetalhados continuam, temos um interl�dio com interessantes sons, e finalmente a faixa termina ap�s mais algumas repeti��es do refr�o da m�sica. Esta parte 4 � a segunda numa tradi��o de "partes 4" do Jarre, que geralmente s�o as faixas mais diretas, usadas como singles. O Lado B se inicia de forma abrupta com uma trovoada, trazendo mais um tema mais direto e acess�vel, que foi single e hit na Europa. Segue a sexta parte que na verdade � apenas uma ponte entre a 5a e a 7a, mantendo o mesmo ritmo, num trabalho de sequencer que se aproxima do Tangerine Dream. A parte 7 � uma m�sica bastante expansiva, uma verdadeira viagem atmosf�rica que termina com o som da chuva finalmente chegando, ap�s o an�ncio no in�cio do Lado B, na parte 5. E finalmente temos a parte 8, o final do disco, sempre um momento especial nos �lbuns de Jean-Michel Jarre. Ela come�a com um tema de realejo, uma refer�ncia �s m�sicas de circo de rua que Jarre ouvia na inf�ncia. De fato, este tema vai de um lado a outro no est�reo, como se estiv�ssemos assistindo a uma pequena banda passando pela rua, debaixo da chuva. Mais tarde, o tema ficou conhecido como Band in the Rain e ao vivo Jarre sempre apresenta essa m�sica tocando um verdadeiro realejo, apenas girando a manivela. Ap�s essa introdu��o da parte 8 temos o encerramento que ouvidos atentos perceber�o se tratar de uma reprise bastante mascarada do tema da parte 5, uma m�sica que mais parece trilha sonora para se observar as estrelas � noite. Enfim, como se pode ver � dif�cil descrever os �lbuns de Jean-Michel Jarre, especialmente os primeiros, com arranjos cheios de detalhes, m�sicas que se fundem umas nas outras, e muito cuidado na cria��o e execu��o. Equinoxe � um disco perfeitamente equilibrado e diversificado. � a obra-prima de Jean-Michel Jarre, que nunca mais conseguiu encontrar o mesmo n�vel de perfei��o apesar de diversos outros �lbuns de muito sucesso art�stico e comercial que vieram depois. Equinoxe � um dos maiores cl�ssicos da m�sica eletr�nica, e poucos artistas conseguiram realizar cria��es t�o completas e abrangentes como esta. Alguns exemplos que eu poderia citar que se assemelham nesse sentido a Equinoxe s�o Stratosfear, do Tangerine Dream, e Albedo 0.39, do Vangelis. |