Pallas

Escocia

Titulo: The Sentinel
Ano de Lançamento: 1984
Gênero: Neo-Progressivo
Gravadora: EMI
Número de catálogo:
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  Revisto por: Demetrio Nota:9.0
In�cio dos anos 80, a onda disco/new wave rolando solta, alguns punks ainda comemorando a t�o alegada morte do rock progressivo, e eis que de repente ressurge das cinzas o velho e bom prog, nas m�os de alguns abnegados jovens ingleses e escoceses que, fortemente inspirados em seus �dolos (notadamente Genesis e Pink Floyd), decidiram que era hora de reacender a chama progressiva atrav�s de uma abordagem mais moderna e acess�vel, caracterizada por uma
sonoridade normalmente mais pesada e linear e pela utiliza��o de um aparato instrumental mais simplificado, baseado � salvo algumas exce��es � em uma nova gera��o de teclados digitais (em substitui��o aos tradicionais anal�gicos como Mellotron, �rg�o Hammond, etc.), tend�ncia esta a que a imprensa inglesa acabou dando o nome de Neo-Progressivo e que teve no clube de m�sica Marquee, em Londres, uma grande for�a catalisadora, estando este clube, portanto, fortemente
associado ao movimento. Faziam parte dessa primeira gera��o de bandas Neo-Prog nomes como Marillion, Twelfth Night, IQ, Pendragon e Pallas.

Banda escocesa (de Aberdeen), o Pallas foi na verdade formado ainda em meados dos anos 70 (inicialmente batizado de Rainbow, em seguida Pallas Athena, depois simplificado para Pallas), tendo estreado em disco somente em 1981, com o ao vivo Arrive Alive, s� vindo entretanto a finalmente lan�ar seu primeiro disco de est�dio, The Sentinel, em 1984, contando com a seguinte forma��o: Euan Lowson
(vocais), Graeme Murray (baixo, guitarra, vocais), Ronnie Brown (teclados, vocais), Niall Mathewson (guitarras, vocais) e Derek Forman (bateria, percuss�o, vocais).

The Sentinel � um disco conceitual, sobre os temores e as incertezas vividas pelo mundo em pleno auge da Guerra Fria (o Muro de Berlim, o espectro de um holocausto nuclear pairando sobre a humanidade, enfim, toda aquela paran�ia representada pela "guerra n�o-declarada" entre as duas grandes pot�ncias da �poca, Estados Unidos e Uni�o Sovi�tica), tendo como fio condutor dessa tem�tica a lenda sobre ascens�o e queda de Atlantis, com sua destrui��o pela guerra e o
surgimento de um novo mundo a partir de seus escombros.

O disco abre com tr�s petardos de caracter�sticas bem roqueiras, dotados de um certo apelo pop oitentista apesar das evidentes reminisc�ncias progressivas: "Shock Treatment" (faixa 1), com excelente trabalho de teclados, guitarra e bateria, a soturna "Cut and Run" (faixa 2), com algumas quebradas � la Yes (inclusive uma marcante presen�a do baixo Rickenbacker do Murray), e "Arrive Alive" (faixa 3), com algumas reminisc�ncias de bandas pomp-rock como Saga e Asia. Tr�s faixas bastante representativas das t�picas incurs�es mais pesadas do Pallas, de muito punch realmente, de uma pegada bem mais roqueira que outras bandas neo-prog da �poca. � guisa de compara��o, algo como uma mistura de Rush com Saga, mas com uma assinatura mel�dica bastante agrad�vel.

A partir da faixa 4, o disco envereda por territ�rio mais tipicamente progressivo, de faixas mais longas e de caracter�sticas mais sinf�nicas, com texturas mel�dicas muito bem elaboradas, interessantes varia��es de andamento, �tima intera��o entre todos os m�sicos (com uma sutil proemin�ncia para o trabalho de teclados, valendo salientar que, al�m dos caracter�sticos teclados digitais da �poca, tamb�m constam cr�ditos no disco para o uso de Novatron e
grand piano), al�m de excelentes performances vocais do Euan Lowson e do baixista Graeme Murray (n�o entendo por que raz�o o Pallas precisa de um vocalista quando tem um baixista que canta t�o bem). Nesta segunda parte do disco encontramos fortes influ�ncias de bandas como Genesis, Yes e Pink Floyd, eventualmente ainda associadas com algumas levadas � la Rush e Saga. Destaque especial para as bel�ssimas "East West" (faixa 5), "March on Atlantis" (faixa
6), "Heart Attack" (faixa 8) e "Ark of Infinity" (faixa 10).

Em suma, um cl�ssico incontest�vel do g�nero Neo-Prog, com excelentes atributos musicais, letras muito bem escritas e uma bel�ssima arte de capa (a cargo do famoso artista Patrick Woodroffe), al�m de uma produ��o tamb�m de excelente n�vel, a cargo de Eddie Offord (Yes/ELP).