Gong |
Fran�a |
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Revisto por: Marcello Rothery | Nota:9.5 |
Psicodelia, space-rock, experimenta��es, e uma hist�ria muito doida como pano de fundo. � muito dif�cil um artista fazer um disco louco como esse sem se perder em alguns momentos. E o Gong conseguiu.
�ltimo cap�tulo da trilogia Radio Gnome Invisible, que conta a louca jornada de Zero, um anti-her�i que consegue viajar para o planeta Gong, um local que n�o se consegue alcan�ar por meios convencionais. Al�m dos m�sicos citados na ficha t�cnica, tudo indica que este disco ainda conta com Mr. Bill Bruford nas baquetas (o Pierre toca no lado 1 do vinil, e Bill toca no lado 2 - embora Bill n�o seja creditado no �lbum, v�rias fontes j� confirmaram esta informa��o). O t�tulo do �lbum � um dos seus mist�rios, e de certa forma a solu��o para os mesmos. A sonoridade tem de tudo : al�m da psicodelia, do space-rock e das inclina��es jazz�sticas que caracterizavam a banda nessa �poca, ainda h� tra�os de m�sica eletr�nica. Tudo isso regado a muito sax, flauta, teclado, e vocais pouco convencionais. O encarte do disco conta a hist�ria com mais detalhes. As m�sicas, al�m das letras, ainda t�m textos que meio que explicam os climas criados nas m�sicas como parte da hist�ria. � o tipo de disco que vale muito a pena ter original. N�o sei se as vers�es em cd t�m a hist�ria toda - o meu exemplar � em vinil. No encarte, a descri��o da hist�ria come�a com este texto : "At the end of Radio Gnome 2 (ANGELS EGG) Zero has just come down from a mystical trip to the planet Gong on the other side of the sky to find himself in bed which brings us to RADIO GNOME 3 YOU" As tr�s primeiras m�sicas s�o min�sculas (juntas, duram apenas 5 minutos), e s� preparam o clima : 1. Thought fot Naught come�a com a voz do personagem Bloomdido, chamando Zero para uma nova viagem, em dire��o � "pyramid of life". Ao fundo, Yoni (leia-se Gily Smith e seus "space whispers") come�a uma contagem, que parece hipnotizar Zero. 2. A PHP's Advice coloca algumas "pulgas atr�s da orelha" de Zero, e muda para um clima espacial ap�s o som do gongo. No encarte, ap�s a letra, h� este texto: "Then follows two magickal formulas to relax you into the natural high which this music can bring to you if you want." 3. Magick Mother Invocation � a parte final da introdu��o, com um mantra cantado po v�rias vozes. S� ent�o entram todos os instrumentos, na 4� m�sica : Master Builder, onde o jazz rola solto com muito sax, e depois, um super solo de guitarra de Steve Hillage. A passagem de um solo para outro � uma das coisas geniais do disco, transforma um tema jazz�stico em um rock�o viajante cheio de punch. O encarte conta uma historinha (que n�o aparece na m�sica), e que leva � letra cantada por Daevid Allen no final. A� vem a minha m�sica favorita do �lbum : A Sprinkling of Clouds. Viagem pura que come�a conduzida por excelentes camadas de teclados, com percuss�o ao fundo. No encarte, a hist�ria continua sendo contada, e nela sabemos que, a esta altura, Zero j� tem seu castelo constru�do, algo que ele conseguiu fazer sozinho. E quando a gente acha que a m�sica fica nisso, entra a bateria, mudando o andamento, de uma forma genial. Essa entrada da bateria talvez seja, para mim, O ponto alto do disco, pois se trata de uma mudan�a de clima totalmente inesperada e incomum, mas que se mostra absolutamente genial, e abre caminho para outra incurs�o do endiabrado Hillage. Querem mais ? At� mellotron essa m�sica tem! No fim da hist�ria contada no encarte, Zero � orientado a partir em busca da "Isle of Everywhere". O que nos leva ao lado 2 do vinil ... No encarte, o seguinte texto � encontrado antes de Perfect Mystery, faixa que abre o lado 2 de vinil : "Clue 1 for mythomaniacs : Bali is everywhere" A curta Perfect Mystery, de pouco mais de 2 minutos de dura��o, come�a como um rock comum, em contraponto com a viagem total que foram as faixas anteriores. Mas � cheia de pequenas varia��es, que mesclam jazz e space rock. Brilhante participa��o de Gili Smith. Uma faixa mais light, se comparada �s demais, apesar de v�rias altern�ncias de andamento. Entramos ent�o em outro dos �picos do �lbum : Isle of Everywhere. Por�m, antes dela, mais um estranho texto no encarte : "Clue 2 : Fruitcake earthling pleasures" Isle of Everywhere, embora seja predominantemente instrumental, possui um texto longo no encarte. E esse texto conta uma hist�ria muito intrigante, dif�cil de decifrar, dividida em 3 partes. A primeira confirma a apari��o do "Octave Doctor", mas ao mesmo tempo, o paradeiro de Zero � ignorado. Ele desapareceu. Interessante � que a hist�ria vai sendo contada, e dentro dela est�o os grandes solos de sax e guitarra que rolam nessa parte da m�sica. Encerra com um cl�max. A segunda parte come�a com uma can��o de gnomo cantada pelo saxofonista (Bloomdido), e encerra com uma conversa entre Zero e PHP (mesmo personagem da segunda m�sica deste disco), que encerra com uma constata��o de que eles acabaram de perder uma passagem. A terceira parte, com uma bela melodia, d� a entender que Zero perdeu uma grande chance de encontrar o que ele estava atr�s quando veio � ilha de Everywhere. E que agora ter� que esperar uma nova oportunidade. Entra ent�o uma melodia mais agitada. � a virada para a �ltima e maior m�sica do disco : You Never Blow Your Trip Forever. Ap�s essa introdu��o, a hist�ria no encarte se divide em mais 7 partes (embora a melodia permane�a a mesma em algumas delas. Muito bacana � a conclus�o a que se chega no final da 5� parte, que d� a entender que a moral da hist�ria toda pode ser bem mais simples : "You just have to be what you are my friends today ... That's what the Octave Doctor says...". Nessa hora o ouvinte percebe que Allen n�o est� falando com Zero, mas talvez com seu pr�prio p�blico que ouve o disco. A hist�ria est� se encerrando : os habitantes do planeta Gong nos deixam com uma �ltima m�sica. E v�m as duas partes finais : uma com uma �nica frase repetida v�rias vezes : "Why don't you try ?". A outra com o mantra final do disco. Frases finais do encarte : "GONG IS ONE AND ONE IS YOU With love to all of the greater family of Gong peoples all over the world of coruse means YOU." A conclus�o final dessa hist�ria, para mim, � a seguinte : cada um de n�s � um universo (algo por sinal dito, mais ou menos na mesma �poca, por um certo roqueiro brasileiro). E dentro de n�s podem existir experi�ncias incr�veis. Cabe a cada um de n�s saber canalizar essa imensa for�a de modo a fazer grandes coisas. Por tudo isto (a hist�ria cheia de enigmas, doideiras, e recados escondidos, mas bonita na sua mensagem final; e a excelente m�sica que rola em todo o disco), considero You um dos melhores discos dos anos 70. Uma obra muito importante, e que s� � apreciada em toda a sua plenitude por quem acompanha a hist�ria completa do encarte, enquanto o disco rola no som. |