Renaissance

Inglaterra

Titulo: Innocence
Ano de Lançamento: 1998
Gênero:
Gravadora: Mooncrest Records
Número de catálogo:
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  Revisto por: Marcello Rothery Nota:9.0
O primeiro �lbum da carreira do Renaissance � um registro hist�rico de uma forma��o da banda, que, embora ef�mera, foi a mais ousada. O som do Renaissance original misturava erudito, folk, rock, e uma boa dose de experimenta��o. Tinha uma atmosfera densa, tensa, e ao mesmo tempo cativante e mel�dica. Sua forma��o era muito coesa: Keith Relf (vocais, guitarra e gaita) e Jim McCarty (bateria, vocais) eram os mentores e respons�veis por boa parte da concep��o sonora, bem como pela maior parte das composi��es. Jane Relf (vocais) dava o tom mais mel�dico da banda, com uma bela e delicada voz. John Hawken (piano e cravo) dava o tom erudito com as melodias cl�ssicas que tirava do seu piano, que se tornou o centro do som do grupo. E Louis Cennamo (baixo) levava seu instrumento a novas dimens�es, com uma t�cnica impressionante, assim como um estilo �nico de tocar, que o fazia usar seu instrumento �s vezes para fazer bases mel�dicas, complementos ao piano de John, e bases mais simples quando a m�sica assim exigia. Louis preenchia todo o som da banda, sem ser exibicionista. Um fabuloso baixista que acrescentava 100% do seu instrumento � m�sica como um todo.

Composto originalmente de 5 can��es, este relan�amento do disco acrescentou 6 b�nus, que enriqueceram o resultado final, dando mais diversidade ainda ao som. Por isso, recomendo fortemente esta vers�o do �lbum � original.

A abertura, com a longa Kings and Queens, se d� com uma introdu��o de piano, com baixo e guitarra solando ao fundo, num tema tenso. A entrada do vocal, de Keith, mant�m o clima, e a letra, de dif�cil interpreta��o e um pouco fantasiosa, combina bem com o clima. H� um interl�dio mais calmo, conduzido pelo baixo, e por um delicado vocal de Jane. Entra ent�o mais uma interven��o do piano de John, que reconduz � melodia anterior, novamente com Keith no vocal. O encerramento se d� com mais uma melodia densa no piano, e um coral de Keith, Jane e Jim ao fundo.

Innocence entra com mais uma melodia densa, por�m menos tensa, com uma introdu��o erudita no piano, at� a entrada do vocal de Keith, em outro tema introspectivo. Gosto particularmente de um interl�dio que vem a seguir, com Jim e Jane se revezando no vocal. Um pouco depois, mais duas interven��es instrumentais do piano de John, ambas agradavelmente eruditas. Essas longas passagens, que v�o quase at� o fim da m�sica, d�o lugar a mais um trecho cantado, e a m�sica se encerra com a repeti��o da introdu��o, e o �nico fade-out do disco, que encerra a m�sica.

A m�sica a seguir apresenta o lado mais mel�dico do grupo: Island, uma bela can��o, intepretada por Jane (com Keith no vocal de apoio), � um delicioso contraponto �s duas tensas m�sicas anteriores, al�m de ter uma melodia tamb�m mais simples. A letra fala de uma ilha que seria uma esp�cie de o�sis, um lugar m�gico, um local sonhado � bem ao estilo dos sonhos psicod�licos daquela �poca. H� uma segunda parte, levada com muita per�cia pelo piano de John e o baixo de Louis, onde � executada uma pe�a de Beethoven. H� ainda um discreto vocal de Jane e Jim acompanhando um trecho, bonita interven��o.

O lado mel�dico segue com a igualmente bela Wanderer, cuja melodia (ao contr�rio das anteriores e da pr�xima) foi composta e � conduzida por John, ao cravo. O vocal de Jane est� especialmente bonito, uma perfeita combina��o com o cravo. Essa �, sem d�vida, uma das melhores m�sicas do �lbum.

O �lbum original se encerra com a longa e estranha Bullet, que inicia com marca��es tensas de piano, e depois, de baixo. At� a entrada da melodia principal, onde Jim e Jane fazem um coral assustador, abrindo o terreno para o vocal principal de Keith, cantando uma letra estranha, que fala aparentemente de um grupo de guerrilheiros se recuperando de uma batalha, e se preparando para a pr�xima. Ap�s a parte cantada, entra a �nica interven��o de Keith na gaita do disco. A tensa melodia se encerra com um falso final, seguido de um longo e fant�stico solo do baixo de Louis, que mant�m a tens�o e o ar experimental. O baixo vai solando at� o encerramento, que se d� com um coral sombrio, e ru�dos incidentais. Um final realmente assustador, que d� a impress�o de uma esp�cie de trem da morte passando.

Agora, os b�nus desta edi��o. The Sea � uma curta e bel�ssima can��o, conduzida no piano de John, e cantada com maestria por Jane. Em cerca de 3 minutos, uma da melhores m�sicas desta forma��o da banda. A seguir, uma vers�o reduzida de Island, sem a segunda parte da m�sica. Estas m�sicas formaram o compacto que acompanhou o lan�amento do disco, na virada para os anos 70.

O cd segue com Prayer For the Light, composta e cantada por Jim, com um belo vocalise de Jane acompanhando em toda a can��o. Conduzida por baixo, com pequenas interven��es de teclados e guitarra, � uma delicada melodia, que lembra bastante a de Golden Thread, que acabaria entrando no 2� �lbum da banda, Illusions. A m�sica seguinte, Walking Away, tamb�m composta e cantada por Jim, mant�m o tom. Bonita, mais mel�dica, � levada no viol�o, com incurs�es de flautas doces. Mais uma bela can��o.

A seguir, vem uma demo feita apenas por Keith e Jim, antes da forma��o da banda : Shinning Where the Sun H�s Been. Uma m�sica folk de vozes e viol�o, da �poca em que eles tentaram se estabelecer como o duo Together (s� lan�aram um compacto, e depois partiram para a forma��o do Reinassance).

O cd se encerra com a linda All the Falling Angels, a �ltima composi��o de Keith Relf antes de falecer, em 1976. Gravada pouco antes do seu falecimento, a m�sica ainda conta com o baixo de Luis, e outros m�sicos nos teclados e bateria, al�m do pr�prio Keith na voz e na guitarra. Uma bela e emocionante melodia, encerrando este cd com chave de ouro.