Este foi o �lbum do ano para mim em 2001. Foi muito gratificante descobrir que, depois de tantos anos de espera, surgiu finalmente uma banda de rock progressivo no Brasil que possu�a um som ao mesmo tempo original e familiar, sem nunca soar derivativo ou incompleto. Apesar da fort�ssima influ�ncia de grandes bandas sinf�nicas dos anos 70 e algumas pitadas de Marillion aqui e ali, a m�sica do Arion � realmente �nica. E, finalmente, uma banda em que os vocais s�o tratados com tanto cuidado quanto a parte instrumental. O grupo anda consegue agregar ao seu som forte influ�ncias de MPB sem soar estranho nem for�ado.
Como em todas as grandes bandas o resultado � maior do que a soma das partes, com cada membro mostrando suas influ�ncias de forma clara, mas sem alterar a qu�mica final, que realmente � muito particular. Enquanto que tecladista e baixista s�o obviamente f�s de progressivo, o baterista Nelson Rosa revela-se uma grata surpresa com seu estilo mais jazz�stico e MPB dando um tempero todo especial � mistura. A conec��o brasileira � refor�ada nas composi��es da vocalista T�nia Braz , enquanto que o guitarrista Luciano Soares mostra-se um instrumentista vers�til e criativo, capaz de solos emocionais a la Steve Rothery, ao mesmo tempo que segue o restante do grupo nos diversos estilos mais complexos com bases e riffs surpreendentes. J� o tecladista S�rgio Paolucci usa com muita propriedade seus moogs e Hammonds, al�m de solos de piano fortemente influenciados por Keith Emerson e John Tout (Renaissance). Em outros momentos soa puramente Dave Brubeck (como na segunda parte de Cosmic Touch). Coroando o extremo bom gosto dos arranjos vem o baixista Carlos Linhares, preenchendo todos os espa�os restantes com seu baixo harm�nico, repleto de t�cnica bem derivada da escola de Chris Squire (Yes).
O grande destaque fica no entanto com a bela voz de T�nia Braz, uma das melhores cantoras de progressivo da atualidade (no Brasil e no mundo). Sua t�cnica vocal � perfeita, e possui um alcance surpreendente, indo do contralto mais grave at� o soprano ao estilo de Annie Haslam, do Renaissance. Assim como Haslam, T�nia usa freq�entemente sua voz como um instrumento de solo durante os intervalos instrumentos com resultados que enriquecem ainda mais a m�sica da banda.
O CD � composto de 6 m�sicas do pr�prio grupo (que tem 3 compositores talentosos) , todas cantadas em ingl�s e uma de Thyagga, um amigo da banda que faz o vocal principal nesta faixa. Esta m�sica, natureza M�stica, � a �nica cantada em portugu�s e lembra bastante do progressivo brasileiro dos anos 70 como o que o grupo Ter�o fazia.
Produ��o e encarte s�o muito bem cuidados. N�o � para menos que o grupo colheu elogios onde quer que fosse ouvido. M�sicas de destaque: todas. Ou�am e se surpreendam!
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