Kraftwerk |
Alemanha |
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Revisto por: Gibran Felippe | Nota:10.0 |
O ano de 77 foi de fato proeminente para a m�sica eletr�nica alem� com a repercuss�o de dois lan�amentos de peso das duas maiores bandas mundiais no estilo: Tangerine Dream com a sua mais densa viagem on�rica ao vivo retratada em ?Encore? e o Kraftwerk com o magistral ?Trans-Europe Express?, tema dessa resenha. A partir dessa etapa diria que a m�sica eletr�nica laicizou-se de vez ao redor do mundo, saindo de um universo destinado ao um p�blico restrito e arrebanhando admiradores das mais diversas tribos musicais e elevando o prest�gio com a aclama��o da cr�tica. Ainda que ?Ricochet? e ?Autobahn? foram respons�veis pela centelha, a afirma��o popular desse estilo veio de fato a partir de 77.
Em ?Trans-Europe Express?, na minha opini�o, o Kraftwerk atinge o auge, conseguindo mesclar o estado minimalista de sua sonoridade com passagens mel�dicas arrebatadoras e solos de teclados incidentais em todas as m�sicas como se fossem o �leo nas engrenagens dessa m�quina fant�stica. Nesse trabalho fica claro que o Kraftwerk � a grande banda de riffs de sintetizador, elementos inesquec�veis para qualquer ouvinte, n�o me furto a dizer que se algu�m ouvir uma �nica vez a m�sica tema, jamais esquecer� o ritmo dos teclados, n�o pela repeti��o, pelo ostinato; mas, sobretudo pela for�a criativa contida nos riffs. � como se Ralf H�tter e Florian Schneider fossem os Rick Blackmore e Tommy Iommi dos teclados, na elabora��o de passagens marcantes e inesquec�veis atrav�s dos mais diversos riffs de sintetizadores. � interessante observar a capa desse �lbum e tentar imaginar qual � o tipo de som produzido por quatro sujeitos de terno com cara de almofadinha, talvez esse seja um dos aspectos mais surpreendentes do grupo, ou para dizer a verdade, desconcertante mesmo. Olhando a foto dos quatro, � praticamente imposs�vel imaginar a profus�o sonora de que s�o capazes, a for�a inovadora presente na m�sica da banda, quase revolucion�ria, com efeitos incr�veis, sintetizadores diversos, sons alucinantes e muita criatividade. ?The Hall Of Mirrors? representa uma das composi��es mais audaciosas da carreira do grupo, j� que utiliza os efeitos eletr�nicos em prol de uma atmosfera angustiante, depressiva e acima de tudo humana. Aqui notamos o maior contraponto da vasta obra do Kraftwerk que sempre pautou a sua musicalidade na concep��o de m�quinas, rob�s e temas cosmopolitas ligados ao futuro. Em ?The Hall Of Mirrors? a percuss�o eletr�nica descansa e deixa espa�o para mais que uma m�sica, na verdade uma reflex�o e, sobretudo, humana. � poss�vel fazer um paralelo dessa composi��o com a obra cl�ssica de Oscar Wilde ? ?O Retrato De Dorian Gray? ? j� que o espelho reflete a personalidade distorcida de uma pessoa que se acha perfeita. Na m�sica tema o Kraftwerk convida o ouvinte para uma viagem fant�stica por um roteiro europeu que passa por pontos tur�sticos do continente, tais como o Champs-Elys�es e Viena e retornando � terra natal ? D�sseldorf, a bordo de um expresso m�gico em que os sintetizadores da percuss�o eletr�nica imitam com perfei��o o som de uma locomotiva. Um cl�ssico absoluto da banda! Eu considero o �lbum ?Trans-Europe Express? como o carro chefe do Krfatwerk, por�m n�o existe uma singularidade entre os seus admiradores no que tange esse aspecto, ocorre uma grande divis�o de prefer�ncias principalmente entre a obra citada, ?Autobahn?, The Man-Machine? e ?Computer World?. O fato � que gra�as a esses trabalhos, os alem�es expandiram seus tent�culos, tendo muito amantes do rock progressivo como fi�is admiradores da sua rica profus�o sonora, onde denominam o estilo do grupo de progressivo eletr�nico. Dentro desse contexto temos como refer�ncias o j� citado Tangerine Dream, Klaus Schulze, Vangelis, Andreas Vollenweider, entre outros. Mas, independentemente de r�tulos, o Kraftwerk � uma banda que merece uma aten��o especial, por criar um estilo peculiar, por serem �nicos. |