Triumvirat

Alemanha

Titulo: Illusions on a Double Dimple
Ano de Lançamento: 1974
Gênero:
Gravadora: Label n�o informado
Número de catálogo:
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  Revisto por: Gibran Felippe Nota:10.0
H� um grande camarada que sempre diz que o melhor �lbum do Emerson, Lake and Palmer � ?Illusions on a Double Dimple?, de imediato retruco alegando que o melhor � o ?Spartacus?. Brincadeiras � parte, considero injustos coment�rios insidiosos contra a obra do Triumvirat, afirmando ser a banda um mero clone do medalh�o ingl�s, uma banda de segundo escal�o e, portanto n�o necessitando de maiores aten��es.

N�o pretendo nessa resenha iniciar uma verdadeira homilia sobre esse fato t�o amplamente debatido nos quatro cantos do planeta. De fato no primeiro �lbum do Triumvirat, ?Mediterranean Tales?, notamos um grande eco do ELP, por�m ap�s o segundo trabalho, ?Illusions on a Double Dimple?, o Triumvirat soltou as amarras e criou uma obra pr�pria, aut�ntica e de muita personalidade.

Ap�s esse segundo petardo, continuar afirmando ser a banda uma mera c�pia do ELP � um equ�voco dos grandes, as diferen�as s�o in�meras, a come�ar pelos arranjos das composi��es. Enquanto o ELP sempre privilegiou muito mais a t�cnica, o Triumvirat, por sua vez, deu mais �nfase �s melodias.

?Illusions on a Double Dimple? conta com um staff grandioso, j� que temos uma parte da orquestra de Col�nia participando ativamente de toda a obra, onde notamos uma s�rie de instrumentos que o ELP n�o fez uso nas suas obras iniciais, tais como violinos, violoncelos, sax tenor, trompete e trombone. Al�m disso, ainda contamos com um backing vocals estupendo, tamb�m de integrantes da mesma orquestra, um verdadeiro coral, algo que o ELP tamb�m n�o usava.

Vale ressaltar que nesse trabalho, o Triumvirat contou com a for�a de dois baixistas, o membro fundador Hans Pape(um monstro) e Helmut K�llen que tamb�m tocou um viol�o muito bonito, al�m do bel�ssimo vocal. J�rgen Fritz est� com uma inspira��o fora do comum, tocando divinamente. O piano no prel�dio de ?Bad Deal? � uma das coisas mais lindas que j� ouvi no rock progressivo, pura magia abrindo as cortinas para uma for�a arrebatadora com as frases mais empolgantes do �lbum:

?Hands off, Mister ten percent!!!
We�ve got a gig tonight! Ha!!
Do you think we�re gonna a pay your rent?
Working for you ` till the end of your life!!!?

Al�m dessas passagens espetaculares que temos ao longo de toda a obra, um dos aspectos que mais me agradam � a capacidade que a banda tem de mudar de estilo em fra��o de segundos, de uma quebrada jazz�stica indo ao mais puro sinfonismo, o leque de variabilidades do grupo � impressionante.

Hans Bathelt demonstra versatilidade, principalmente por fazer parte da composi��o e letras de diversos segmentos, sem falar que � um baterista de m�o cheia, se encaixa mais ou menos com o que Neil Peart seria para o Rush pouco tempo depois. O movimento ?Lucky Girl? � de sua completa autoria e parece-me uma alus�o � ?Lucky Man? do Emerson, Lake and Palmer em tom de ironia, o que prova a completa independ�ncia dos alem�es, atrav�s de uma cita��o �bvia, sem uma execu��o semelhante, denotando personalidade e desprendimento quanto �s cr�ticas de semelhan�a ao trabalho do ELP, fato que provavelmente pouco incomodava os m�sicos do Triumvirat.

Afinal, um m�sico do quilate de J�rgen Fritz, trazendo na bagagem uma forma��o erudita alem�, instrumentista de habilidade rara, iria se contentar em apenas copiar algu�m? Isso para mim � surreal!

?Illusions on a Double Dimple? � um trabalho representativo e fundamental n�o s� pela qualidade assoberbada, mais ainda por ser respons�vel por descortinar o rock germ�nico, dando-lhe popularidade, pois atingiu no ano de 74 um sucesso de vendas nos EUA, ficando entre os 30 mais vendidos do g�nero, marca que nenhum grupo alem�o havia alcan�ado desde ent�o. Nada mais sincero da minha parte do que conceder todos os m�ritos a essa obra-prima do progressivo germ�nico.