Pendragon |
Inglaterra |
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Revisto por: Gibran Felippe | Nota:8.5 |
"The Round Table" � um colet�nea coesa distribu�da pelo saudoso selo
argentino Big Bear, passando-nos uma boa id�ia da vasta obra do Pendragon. A mesma tomou forma a partir do grande frisson causado pela banda durante a sua passagem pela Am�rica do Sul e principalmente pela Argentina em 1998. Antes de abordarmos as m�sicas, � sempre bom relembrar um pouco da trajet�ria, dessa que est� entre as cinco mais importantes bandas do movimento progressivo de resist�ncia, no per�odo decadente da d�cada de oitenta. O Pendragon se formou em 1978, por�m o grupo s� come�ou a ter visibilidade quatro anos depois ao sair em turn� pela Europa juntamente com o Marillion, onde ambos conseguiram firmar contratos com o mega selo EMI, entretanto ao contr�rio da sonoridade de seu par, que possu�a influ�ncia direta do Genesis, o Pendragon pautou sua sonoridade num misto de Pink Floyd e Camel numa forma moderna de se criar rock progressivo, passando-nos uma clara id�ia de trazer algo de novo para a cena progressiva, n�o se fixando em musicalidade datada ou totalmente incorporada aos anos setenta, per�odo �ureo do rock progressivo. Essa modernidade possibilitou � banda sua manuten��o como grupo de vanguarda, sempre levando bons p�blicos aos seus eventos e arrebanhando mais admiradores a cada lan�amento de est�dio. A colet�nea compreende a primeira d�cada de produ��o fonogr�fica do Pendragon, apresentando oito m�sicas descritas em cinco discos de est�dio, dois Eps e uma compila��o. Os temas possuem certa afinidade com a quest�o conceitual do grupo, relacionada � lenda do rei Arthur, por�m s�o rebatidos com demandas atuais e letras muito interessantes e pertinentes. A forma��o do grupo nas execu��es em "The Round Table" � Nick Barret � guitarras, Peter Gee � baixo, Clive Nolan � teclados e Fudge Smith � bateria, quarteto que n�o representa a forma��o original do grupo no cl�ssico "The Jewel". A abertura da obra se d� com uma vers�o inspirada de "Midnight Running", contida no EP "As Good As Gold". Logo nos primeiros segundos j� percebemos a qualidade das guitarras de Nick Barret, com acordes camel�sticos e uma base de teclados absolutamente perfeita. T�pica produ��o sinf�nica do neo representativo do grupo, contando com bons vocais e alguns elementos que costumam n�o agradar � ala mais radical e experimental, por exemplo, os refr�es a�ucarados que de fato chegam a ser um pouco repetitivos, mas n�o chegam a incomodar tanto assim, principalmente pela virada que a m�sica possui em sua segunda metade, atrav�s da produ��o de efeitos comoventes, desaguando num solo matador. "Sister Bluebird" vem na sequ�ncia, tratando-se de um dos melhores momentos da colet�nea, possuindo uma suavidade �mpar, capaz de fremir cora��es com tamanha emotividade, tanto pelos solos de guitarra quanto pelos excelentes vocais de Barret, aqui mostrando ser um leg�timo sucessor de Gilmour, j� que executa solos t�o maravilhosos da mesma forma que tamb�m canta muito bem. "Paintbox" � a representante do aclamado "The Masquerade Overture", onde o grupo nos seus quase nove minutos de dura��o atinge um resultado de composi��o e arranjo muito bem delineado. A introdu��o com um bela base de teclados, sem bateria e com um solo de guitarra muito bonito prenunciando os vocais do Barret j� � um cl�ssico do Pendragon. As incurs�es no baixo durante toda a m�sica por parte de Peter Gee tamb�m s�o marcantes e a batera � um caso � parte s� entrando de vez a partir dos quatro minutos como base para um dos melhores solos de moog do Clive Nolan na banda e na sequ�ncia Nick Barret manda ver com um solo de arrepiar, misturando t�cnica e melodia em doses perfeitas. Ap�s esse maravilhoso set instrumental a m�sica retorna aos vocais iniciais e se encerra num anticl�max de forma muito apropriada. "Ghosts", a quarta m�sica da colet�nea � outra composi��o de destaque, apesar de n�o ser a melhor do "The Window Of Life" vale a men��o, aqui temos outra vez um Clive Nolan muito inspirado com bases de teclados brilhantes puxando a sonoridade de piano e lembrando os grandes momentos de Rick Wrigth no Pink Floyd. Nick Barret pega o gancho da introdu��o com um belo dedilhado para em seguida rasgar nas guitarras na evolu��o natural do desenvolvimento da m�sica, destaque tamb�m para o movimento final, neo prog de primeira grandeza. "The Voyager" faz parte do �lbum de est�dio "The World", para muitos o melhor trabalho do Pendragon. Trata-se de uma composi��o muito clim�tica com uma introdu��o que lembra um pouco os acordes iniciais de "Wish You Were Here", mantendo a base de viol�o para os vocais de Nick Barret. T�pica balada do Pendragon que vai crescendo durante seus doze minutos de forma apropriada, por�m os refr�es aqui s�o pop demais e considero-os como ponto negativo para uma m�sica de doze minutos. Acredito que para uma su�te n�o h� muita sustenta��o e n�o a vejo no mesmo n�vel das anteriores, sendo a mais fraca presente no "The Round Table" e mesmo a virada na segunda metade da m�sica com um teclado realmente maravilhoso n�o apaga a m� impress�o deixada nos seus sete minutos iniciais. A rigor, se fosse apagada a primeira metade da m�sica, com certeza teria sido bem melhor o resultado final. Outra que segue essa tend�ncia � "Dark Summer's Day", n�o vejo muitos atrativos na mesma que justifique sua presen�a, tendo em vista que a banda possui in�meras can��es mais interessantes. As duas �ltimas que fecham a colet�nea s�o verdadeiros hits da fase inicial do grupo sempre executadas durante as apresenta��es at� os dias atuais; "Total Recall" e "The Black Knight", essa �ltima para mim � uma das melhores m�sicas do movimento neo progressivo dos anos oitenta. Aqui, numa vers�o in�dita contando com a participa��o dos membros atuais em nada deixando a desejar para a vers�o original contida no antol�gico "The Jewel". No geral, "The Round Table" cumpre perfeitamente o papel de apresentar um panorama da carreira do Pendragon, principalmente para aqueles que ainda n�o tiveram a oportunidade de conhecer o bom progressivo da banda, mas n�o est� no n�vel do primeiro disco de est�dio do grupo, que mesmo ap�s tantos anos ainda continuo julgando ser o melhor e "The Black Knight" � uma p�gina brilhante que ratifica essa observa��o. |