PFM |
Italia |
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Revisto por: Gibran Felippe | Nota:9.0 |
Extremamente bom, um cl�ssico do rock progressivo. Dois minutos entoados por um coral latino ritual�stico, numa dist�ncia soberba do rock, cerimonial quase assombroso cultuado por seitas religiosas da Idade M�dia, estabelecendo um elo bizarro entre o passado e o presente nas cordas vibrantes do baixo e guitarra que o assolam sem pedir licen�a numa base mais roqueira e feroz que os trabalhos anteriores desse �cone italiano dos anos setenta. O Premiata Forneria Marconi optou por uma introdu��o pouco usual neste terceiro disco, e ainda hoje � motivo de d�vidas por parte do p�blico, j� que n�o se sabe ao certo se a banda utilizou um coral humano nas vozes dos pr�prios integrantes, se Flavio Premoli a executou no mellotron(algo perfeitamente plaus�vel, j� que este � um dos melhores mellotronistas de todos os tempos) ou se foi a jun��o de ambos. 'L Isola Di Niente' mostra de imediato uma nova propens�o musical por parte do grupo, mais forte, mais intensa, mais pesada. A linha de baixo se percebe altamente quebrada e a parada dos vocais para dois solos cortantes de guitarra n�o era algo que se via nos dois trabalhos anteriores. Esse movimento inicial se aproxima da musicalidade do Yes, interessante perceber os rumos sonoros do Premiata Forneria Marconi, nos dois primeiros discos existe uma orienta��o crimsoniana e depois no 'Chocolate Kings' o grupo seguiu uma linha genesiana com a entrada de Lanzetti, mas aqui ocorre uma clara similaridade com o Yes. Essa pontua��o � necess�ria apenas para delinear o trabalho, pois os italianos sempre possu�ram enraizadas suas pr�prias caracter�sticas, ap�s a levada roqueira do in�cio, temos um movimento de extrema suavidade nas cordas de Franco Mussida, t�pica passagem pastoral contornada pelo mellotron e violino, retomando aos poucos num crescente de teclados e guitarra que culmina com uma virada espetacular de bateria at� o retorno desconcertante dos corais iniciais, o movimento final � caracterizado por um solo distorcido de guitarra, tendo ao fundo um dedilhar de violino, mesclando vibra��o e leveza em doses exatas prenunciando o t�rmino desse brilhante n�mero inicial que fugindo um pouco das caracter�sticas do grupo, possui largo f�lego com arranjos complexos e destaques individuais. A m�sica t�tulo, de certa forma, caiu no esquecimento do grupo, pois nas �ltimas apresenta��es que fizeram ao redor do planeta n�o a executaram, logo a d�vida sobre os corais ainda se faz presente na minha mente, pois nunca tive a oportunidade de ver esse tema sendo executado ao vivo. A forma��o em 'L Isola Di Niente' � Franz Di Cioccio - bateria, Jan Patrick Djivas - baixo, Franco Mussida - guitarra e vocais, Mauro Pagani - violino e flauta e Flavio Premoli - teclados e vocais. A se destacar o novo membro, o baixista Patrick Djivas, frontman de outro seminal grupo italiano, o Area. Outra caracter�stica arrebatadora nesta obra � a queda para as linhas jazzy, sendo que em alguns temas envereda por um fusion n�o muito comum para os padr�es musicais do grupo. Estes direcionamentos provenientes da escola jazz�stica tem como um dos respons�veis diretos justamente a presen�a do baixista Patrick Djivas, em que a segunda m�sica 'Is My Face On Straight' � proeminente nesse aspecto mais jazzy e mais ainda a �ltima - 'Via Lumiere'. Na segunda m�sica o grupo apresenta uma outra face, as letras psicod�licas em ingl�s, compostas por Pete Sinfield, mostrando que a aproxima��o do Premiata Forneria Marconi com o King Crimson vai al�m das quest�es sonoras. A dicotomia entre o calmo dedilhado do viol�o com os arroubos entrecortados da guitarra s�o de estremecer, algo que o Crimson fez em profus�o em obras como 'Lizard'. A entrada da flauta executada por Pagani � magistral, misto de improviso e marca��o quebrada at� a mudan�a r�tmica na base de mellotron, para em seguida um show de guitarra que vai at� o fim, dif�cil entender porque uma sonzeira dessas n�o caiu na gra�a dos admiradores do grupo, talvez por n�o estarem acostumados a tantas varia��es r�tmicas. Outros importantes destaques nesta m�sica s�o as baquetas nervosas de Franz Di Cioccio e o acorde�o igualmente nervoso de Flavio Premoli. No tocante aos vocais, h� certa reminisc�ncia da �poca psicod�lica dos Beatles, conduzida principalmente por Lennon. 'La Luna Nuova' apresenta o Premiata Forneria Marconi que o p�blico conheceu nos dois primeiros discos, um aut�ntico cl�ssico, n�o por acaso o grupo gosta de encerrar suas apresenta��es a executando. J� na introdu��o o violino sinf�nico de Pagani exala sentimentalismo, com uma cozinha vibrante e virando a todo instante, perfazendo o clima prop�cio para a comunh�o perfeita entre o violino e os teclados que culminam num solo estupendo de Franco Mussida. Neste momento o del�rio j� � total, dif�cil se conter diante de performance t�o arrebatadora, o solo de guitarra ap�s um outro arroubo do violino com os teclados, � na minha �tica o melhor que Franco Mussida produziu em toda sua carreira, aquele fraseado � de fato imorredouro em nossos cora��es e mentes, fechando a m�sica de forma apote�tica. 'Dolcissima Maria' � outra que remete aos dois primeiros discos, pela bela poesia, pela flauta do Pagani, dif�cil n�o cantar junto com o grupo os versos 'E qualcuno se vorrai; vestito di poesia;ti coprir� d amore;senza chiedertidi pi�'. 'L Isola Di Niente' foi o primeiro exemplar da banda que escutei, recordo-me na ocasi�o que adorei, caiu a ficha de primeira, mas de certa forma n�o achei t�o distinto do que j� conhecia das bandas inglesas, tais como: King Crimson, Genesis, Gentle Giant e sobretudo Yes. Entretanto ao ouvir 'La Luna Nuova' e 'Dolcissima Maria' percebi que os elementos italianos tamb�m se faziam presentes, n�o se tratava de obra t�o agressiva quanto o King Crimson, a suavidade e o lirismo t�picos tamb�m se mostram de forma atuante. De qualquer forma, somente um pouco depois � que fiquei estupefato com o Premiata Forneria Marconi, foi exatamente quando conheci o �lbum 'Storia D'Un Minuto', em que a verve italiana estava amplamente acentuada. 'Via Lumiere' encerra o �lbum servindo como forma de apresenta��o do ex�mio baixista que havia entrado no grupo, pois desde o in�cio Patrick Djivas constr�i in�meros solos e improvisos, numa m�sica totalmente fusion e nervosa. O violino de Pagani est� distorcido e a levada � exacerbadamente neur�tica. O piano aparece enfim, talvez n�o da maneira que os f�s do grupo gostariam, de forma mel�dica, algo que ficou ausente neste terceiro trabalho e foi muito explorado nos dois primeiros. Do meio para o final, a quebrada jazzy d� um espa�o para o tom Yes que permeou todo o disco do in�cio ao fim. 'L Isola Di Niente � mais rock na acep��o da palavra que os dois cl�ssicos anteriores, � tamb�m mais fusion e menos mel�dico, mas ainda assim nos traz muito do sentimentalismo italiano, e este lirismo pode neste �lbum n�o transbordar, mas enche o copo com facilidade. |
Revisto por: Jos� Hayun | Nota:8.0 |
Amigos
Eu sou p�ssimo para fazer resenhas. Quando ou�o uma m�sica, eu n�o me preocupo com aspectos isolados dela; e sim a m�sica como um todo, como ela me toca, ... Mas, como eu dei o pontap� inicial para esse trabalho de fazer com que todos da lista conhe�am os trabalhos considerados b�sicos (ou importantes e muito comentados), l� v�o alguns comentarios meus sobre esse trabalho do PFM. Gosto muito deste trabalho, mesmo considerando-o (ligeiramente) inferior aos dois anteriores (Per Un Amico e Storia Di Un Minuto). Isto n�o � dem�rito algum, j� que esses dois anteriores s�o simplesmente fant�sticos !!!! Ele � composto por 5 faixas: L''Isola Di Niente, Is My Face on Straight, La Luna Nuova, Dolcissima Maria e Via Lumiere. 1. L''Isola Di Niente (10.47) Esta faixa come�a com um coral � capella (durante 2 minutos) e, ap�s, com a banda tocando com uma sonoridade bastante pomposa (at� 3.30); Seu miolo � tocado de uma forma mais intimista. E a pompa reaparece aos 7.15, indo at� o final da m�sica. 2. Is My Face on Straight (6.41) �nica faixa cantada em ingles no album. Contem varias quebras de ritmo, mas sem destaque de qualquer instrumento. Talvez um destaque para o acordeon (a partir de 5.23), por ser inusitado. 3. La Luna Nuova (6.26) Come�a com o violino do Pagani, e � nesta faixa que podemos ouvir o Premoli se destacando com o som dos seus teclados, criando um belo riff, depois acompanhado pela flauta do Pagani. Que coisa linda toda a musica !!!! 4. Dolcissima Maria (4.08) Uma obra-prima de m�sica lenta, daquelas que ficam bem em uma rodinha com viol�o (se for muito bem tocado). E tem um riff da flauta do Pagani que pega mesmo !!!! Tenho um carinho muito especial por essa faixa. 5. Via Lumiere (7.23) Uma faixa que foge ao estilo PFM, tem uma sonoridade que lembra 21st Century Schizoid Man (King Crimson). Unica faixa totalmente instrumental, ela finaliza com uma pompa condizente com a da faixa de abertura do album. De uma forma geral, dou nota 8,0 para este album. |