Samla Mammas Manna |
Suecia |
A banda Samla Mammas Manna (as mães coletoras de maná - o alimento sagrado que cai do céu) foi formada em 1970, em Uppsala, por Lars Hollmer (acordeão e teclados), Hans Bruniusson (bateria), Lars Krantz (baixo) e Bebben Öberg (percussão), que saiu da banda em 1971, e foi substituído por Coste Apetrea (guitarra) no final de 1972. O então quarteto firmou um pacto de amizade que só usaria o nome da banda para atuar e gravar se os quatro membros estivessem presentes. Com essa formação gravaram três discos, Måltid, Klossakinapitatet e Snorungarnas Symphony, sendo o último composto pelo músico Gregory Allan FitzPatrick. O som da banda misturava polka, rock, motivos circenses, influências de Frank Zappa e Soft Machine, jazz e muito improvisos. Apesar de estarem ligados aos movimentos políticos suecos, a maior parte das músicas eram instrumentais e quando haviam letras, eram de caráter humorísticos e, muitas vezes, sem sentido. Lars Hollmer, o grande compositor e líder da banda, só tocava descalço, não importando a temperatura sueca em que o show acontecia. Os discos dessa fase são os mais progressivos, para quem gosta da fase One Sizes Fits all e Hots Rats do Zappa. Para quem não conhece, recomendo Måltid ou Klossaknapitatet. No final de 1976 Coste Apetrea foi substituído por Eino Haapala, guitarrista mais experimental, sendo que a banda começou a improvisar mais e mudou seu nome para Zamla Mammaz Manna. Lançaram três discos com essa formação, o duplo Schlagerns Mystik / För Äldre Nybegynnare e o mais intenso e intrincado da carreira, Familjesprickor. Entre 1978 e 1980 participaram de vários festivais denominados Rock in Opposition, sendo uma das cinco bandas do festival original de 12 de março de 1978 de Londres, que foi organizado pela banda Henry Cow. Em 1980, só com Hollmer e Haapala chegou a hora de fundar o von Zamla, banda internacional, com membro belga Michel Berckmans (do Univers Zéro) e alguns membros da banda do Albert Marcoeur, como o Denis Brély, que tocou em muitas outras bandas e faleceu há alguns anos, e o famoso Wolfgang Salomon, da banda (Munju), entre outros. A banda tocou por toda a Europa e gravou dois discos: Zamlaranamma, No Make Up! (1983 é póstumo com gravações ao vivo). Os discos de estúdio têm a marca dos anos 80s, com os sintetizadores típicos da década e bateria eletrônica em algumas faixas, mas algumas faixas memoráveis. A banda encerrou suas atividades no meio dos anos 80s. No início dos anos 1990, o quarteto original voltou a se reunir, tocar ao vivo e gravou o disco Kaka, lançado em 1997, que contém material nunca gravado dos anos 70s e material novo. A banda manteve o mesmo espírito alegre e a energia dos anos 70s. Tocaram em vários locais na Europa e Estados Unidos. Tudo ia bem, quando o baterista Hasse Bruniusson (Flower Kings) anunciou que sairia da banda. Eles iriam mudar o nome da banda novamente..... Para surpresa e injúria de todos, Hasse registrou o nome Samla Mammas Manna e ameaçou os colegas de processo caso tocassem ou gravassem com esse nome. Todos ficaram tão enfurecidos com a atitude dele que o desafiaram a fazer isso, pois eram 3 originais contra 1. Golpe baixo. Em 2002 chamaram o baterista Tatsuya Yoshida (Ruins e mil outros projetos) e fizeram muitos shows na Europa e Japão com o nome Samla Mammas Manna e lançaram um disco ao vivo. Pararam de tocar pouco depois. Lars Hollmer ainda tocou e gravou solo e junto com a banda canadense Miriodor. Os membros da banda ainda tocam em vários projetos e se apresentam com suas respectivas bandas. Em 25 de dezembro de 2008, Lars faleceu de câncer no pulmão. Os discos solos do Lars Hollmer são repletos de belas "canções", quase todas sem vocais, ele ganhou alguns Grammy e uma de suas músicas, Sinfagenden é extremamente famosa na Suécia, sendo muito usada em festas e casamentos, por ser alegre e dançável! Renato Moraes |