Discografia Recomendada: Inglaterra - Lado B - Anos 70
1. Khan - Space Shanty (1972)Um autêntico encontro de feras! O Khan pode ser enquadrado no contexto progressivo como um meteoro que arrasou as fileiras do canterbury, onde todas as engrenagens se entrelaçam perfeitamente. Para muitos, o melhor desempenho do mestre Steve Hillage em estúdio, com bases vibrantes e solos inesquecíveis. Os teclados de Dave Stewart em ''Stranded'' são de arrepiar e combinam harmoniosamente com os sutis vocais de Nick Greenwood, aliás, ''Space Shanty'' é dos trabalhos ingleses que mais se destaca pelo requintado equilíbrio entre instrumental e vocais. Respeitável público, podem tirar o chapéu que estamos diante de um verdadeiro delírio musical, onde é absolutamente impossível esfalfar-se de tanto escutá-lo. |
2. Druid - Toward The Sun (1975)A beleza das melodias permeia toda a concepção sonora contida nesta obra-prima do rock progressivo inglês, para muitos superior aos clássicos do Yes, sua própria fonte de inspiração. Exageros à parte, o Druid desenvolve músicas de curta a média duração, sem excessos de virtuosismos ou destaque para determinados instrumentos. Tudo se completa com raro equilíbrio e harmonia. Os vocais de Dane lembram de fato os timbres e a sensibilidade do mestre Jon Anderson, a diferença é que ele ainda executa todas as guitarras com grande desenvoltura. O set final com as sublimes "Dawn Of Evening" e "Shangri-La" pode ser considerado um dos momentos mais mágicos de toda a história do progressivo inglês. É pura magia! |
3. Gnidrolog - Lady Lake (1972)Progressivo sinfônico do mais alto nível é o que se encontra em "Lady Lake", somente "I Could Never Be A Soldier" e sua mensagem anti-belicista já compensam o disco inteiro, com os sopros inigualáveis do inspiradíssimo John Earle e os vocais emotivos de rasgar a alma. Mas o disco vai muito além desta maravilhosa introdução, o que dizer dos pianos de "Same Dreams" e de todo o repertório instrumental da música título? Ouvindo Gnidrolog podemos sentir o âmago do texto inserido nas músicas (...)"give me freedom and liberty"... |
4. Mandalaband - Mandalaband (1975)Quebradeira de alto escalão, vocais robustos e muita energia, assim o grupo Mandalaband concebeu uma obra fantástica e muito admirada no meio musical setentista. Todavia, o álbum ainda é pouco conhecido pelo grande público progressivo, talvez porque alguns críticos o consideram assim "datadão", mas a sua presença nesta relação repara tamanha injustiça. O tecladista Vic Emerson dá um show nos teclados, utilizando-se de inúmeras variações, provando toda sua versatilidade e maestria. A suíte de abertura com seus quatro movimentos e influências místicas é desconcertante, "Determinantion" é outra faixa que merece destaque. O grupo retornou ao estúdio recentemente e já entregou seu terceiro trabalho, porém não tão empolgante quanto estre primoroso disco debutante. |
5. England - Garden Shed (1977)Todos os atavios que podem ser despejados nesta maravilhosa obra inglesa, ainda será pouco diante de tamanha qualidade. O England conseguiu um feito raro neste primeiro disco, ou seja, em meio ao ocaso do progressivo sinfônico inglês no ano de 1977, produzir um trabalho com o padrão de qualidade da primeira década de setenta. Álbum indubitavelmente saudoso para todos que viveram na referida década, com uma guitarra pungente executada por Franc Holland. Vale quanto pesa, obrigatório! |
6. Gryphon - Red Queen to Gryphon Three (1974)Grupo de discografia consistente, referência óbvia nos círculos de amantes do folk prog inglês, o Gryphon destaca-se pela utilização de diversos instrumentos e pela excelência do tecladista Richard Harvey. O álbum em questão é o mais equilibrado e também o mais venerado de toda discografia da banda. Atenção redobrada nos primeiros minutos da clássica ''Checkmate'', impossível não ficar arrepiado com o virtuosismo dos músicos, num misto alucinante de Gentle Giant, Renaissance e Los Jaivas. Sim, apesar de aparentemente inverossímil, isto é possível em se tratando desta magnífica obra do Gryphon |
7. Anthony Phillips - The Geese & The Ghost (1977)Uma preciosidade sinfônica que não cabe em palavras! Este debut na carreira solo deste eminente guitarrista que tocou no clássico ''Trespass'' é antológico, com profusão de violões, inúmeros convidados nos sopros e participação mais que especial do ex-companheiro de Genesis: Phil Collins nos vocais. Ao ouvir esta obra, salta aos olhos a grande importância de Anthony Phillips na consolidação sonora do Genesis, fase Gabriel. A dramaticidade que ele imprime nas cordas, bem como as mudanças de andamento estão conectadas diretamente com todo o escopo sonoro do Genesis na fase Gabriel. Desta forma, trata-se de uma obra absolutamente imprescindível para todos os fãs da fase clássica do Genesis. |
8. Darryl's Wolf - Canis Lupus (1973)O espaço agora é preenchido pelo que há de bom num dos melhores representantes ingleses do rock and roll clássico. Tem-se movimentos hard, baladas, violino nervoso e belos teclados. Músicas de curta/média duração sem exageros, sem perfeccionismos, mas sem abrir mão do requinte típico do rock progressivo. Aliás, a grande atratividade do Darryl Way é o leque de variações impostas nas músicas, diferentemente de boa parte das bandas do classic rock que cometem o pecado de insistirem nas repetições de refrões, temas e fraseados, com poucas alternativas. A clássica ''Wolf'' em seus quatro minutos apresenta a desenvoltura do grupo que percorre diversas fronteiras, desde Beatles, Supertramp, Led Zeppelin e Curved Air, este último um autêntico par do Wolf. ''Canis Lupus'' ainda conta com a produção do mestre Ian McDonald e o seu xará Mosley na bateria, tendo como ponto forte o último tema, a mágica ''McDonald's Lament'' e uma execução ao violino de Darryl Way pra rasgar o coração e levar os ouvintes às lágrimas. |
9. Darryl's Wolf - Saturation Point (1973)Maravilhosa estréia do Darryl Way, contando em suas fileiras com as feras John Etheridge (guitarra) e Dek Messecar (baixo). Verifica-se nesta obra uma levada com tendência fusion, ao contrário do segundo disco que segue uma linha mais tradicional de rock. O set acústico executado em ''Slow Rag'' é um dos grandes movimentos do álbum, absolutamente irrepreensível, mostrando a já conhecida habilidade de Darryl Way desde os tempos do Curved Air. Atenção também para a faixa final - ''Toy Symphony'', provavelmente a melhor música da carreira do grupo! |
10. Julian Jay Savarin - Waiters On The Dance (1971)O lendário tecladista Julian Jay Savarin concebeu dois autênticos petardos nos anos setenta. Este é seu segundo álbum, marcado por um rock progressivo sinfônico com guitarras intensas e um vocal a la Annie Haslam, desempenhado pela excelente Lady Jo Meek. É tecladeira pra ninguém botar defeito, com diversas variações e alternância de movimentos acelerados com outros melancólicos, criando uma atmosfera muito atraente e autêntica. Pra se ouvir e bater palmas de pé! |