Discografia Recomendada Guitarristas - Obras de Referencia - Progbrasil

Discografia Recomendada: Guitarristas - Obras de Referencia

1. David Gilmour - Wish You Were Here (1975)

As notas exatas na simplicidade de um gênio! O eterno guitarrista do Pink Floyd nunca precisou de holofotes excessivos para adquirir o respeito dos críticos e a admiração do público, o seu dom e sua arte sempre falaram mais alto. Impressionante como em sua carreira não se nota qualquer solecismo, todos os trabalhos em que participou como guitarrista trouxe certo clamor de qualidade, não obstante o ápice atingido nos anos setenta com as obras clássicas do Floyd. Uma delas é o disco que referencia seu trabalho nesta enquete, pois em "Wish You Were Here" nota-se outra face importante na carreira de Gilmour, sua enorme flexibilidade em passear por temas atmosféricos e viajantes como nos diversos solos e bases executadas em "Shine On You Crazy Diamond", como também pela pegada mais roqueira como no escopo de "Have a Cigar". Ainda temos os maravilhosos dedilhados ao violão ("Wish You Were Here) e a grandeza de sua voz.

2. Steve Howe - Close to the Edge (1972)

Um dos nomes mais representativos do rock progressivo, Steve Howe além de ser um exímio guitarrista, também prova sua força nas composições, pois sua parceira com Jon Anderson rendeu grandes clássicos do Yes, o maior deles é exatamente a música título da obra de referência, onde o desempenho do guitarrista deveria ser tema obrigatório em aulas de música moderna nos grandes centros acadêmicos. Já na introdução tem-se uma amostra da capacidade absurda em se criar plataformas altamente intricadas entre bases e solos com variações repentinas e diversas quebras de andamento. Toda a bagagem musical de Howe foi deveras importante para o plus que o Yes obteve quando de sua presença nas fileiras da banda, vale ressaltar que seus álbuns solos dos anos setenta também são excelentes e muito apreciados no meio progressivo. Por fim, não se pode furtar a comentar a performance em "And You And I", a guitarra de mesa é outro espetáculo que Steve Howe sempre foi capaz de proporcionar aos ouvintes.

3. Andy Latimer - Mirage (1974)

Responsável por criar um estilo próprio, Hackett é um elemento introspectivo, onde a sutileza é predominante em comparação a arroubos sonoros, até nos solos mais potentes há generosas doses de muita sensibilidade e categoria ímpares. No início de carreira no Genesis teve a dura missão de substituir Anthony Philips, não só o fez de forma peremptória em sua primeira participação, em que para muitos, contribuiu na construção da mais bela obra genesiana - "Nursery Crime". O trabalho de Hackett na clássica "The Musical Box" é lembrado como um dos maiores desempenhos de um guitarrista na história do rock progressivo, vale conferir com máxima atenção todas as passagens e principalmente a abundante criatividade nos solos.

4. Steve Hackett - Nursery Crime (1971)

Sentimento à flor da pele, esta é uma característica que se encontra em praticamente todas as obras com participação de Andy Latimer, não seria exagero algum afirmar que este é o guitarrista de maior feeling na história do rock. Ele não só é capaz de fazer sua guitarra chorar, como literalmente chora junto com ela, basta assistir algumas apresentações de "Lady Fantasy", clássico eterno de toda a história do rock progressivo, para confirmarmos sua comoção no palco. Como instrumentista, Latimer possui outra excelente habilidade, maestria e criatividade na flauta. Na obra de referência "Mirage" pode-se observar este aspecto na audição de "Supertwister", composição do seu grande parceiro Peter Bardens.

5. Robert Fripp - Red (1974)

O comandante do King Crimson não poderia de forma alguma ficar esquecido numa seção responsável por apontar os melhores guitarristas. Robert Fripp não é daqueles instrumentistas que costumam ficar em primeiro plano, muito ao contrário, em diversos discos do Crimson a presença das guitarras é absolutamente dividida com os demais instrumentos, não raro ficando em segundo plano mesmo, porém sua criatividade e inventividade não possuem limites, utilizando-se de milhares de timbres e variações harmônicas. Fripp nunca optou pelo simples, seus arranjos são complexos e intricados, onde o extremo requinte e bom gosto sempre acompanharam suas composições. A obra de referência "Red" provavelmente é a que Fripp mais demonstra pegada na guitarra, onde se faz presente em primeiro plano de fato, já na faixa de abertura nota-se uma orientação voltada para o peso das guitarras e solos variados. Porém, Fripp também possui muito feeling, principalmente quando estamos diante de um dos maiores hinos da história da música progressiva: "Starless". O comandante é super discreto, mas impossível passar despercebido, é como um coronel que mesmo não estando à frente da tropa, todos sentem sua presença com, ao menos, as perneiras à mostra. Vale ressaltar que Fripp é referência máxima em termos de guitarras, produzindo um estilo original e com uma legião de adeptos desde os anos setenta até os dias atuais, não obstante também seja um desbravador em termos de seu outro brinquedo preferido, o melotron.

6. Jan Akkerman - Moving Waves (1972)

Akkerman é daqueles guitarristas que não se contentam com a mesma fórmula, necessitando de mudanças constantes na busca de querosene e revitalização para sua musicalidade. Músico de personalidade introspectiva, fez um dos casamentos mais perfeitos, no contexto progressivo, com Thijs Van Leer na memorável fase do Focus. Não por acaso a obra de referência ''Moving Waves'' foi responsável por conceber um dos maiores hits de toda a história do rock progressivo, nada mais, nada menos que a genial ''Hocus Pocus'', além da suíte mais famosa do grupo: ''Eruption''. Akkerman ao longo de sua carreira conseguiu conciliar momentos do mais puro sentimentalismo, com outros onde a pegada roqueira sobressai com a força necessária. Atualmente aparece ocasionalmente para shows intimistas pela Europa, além de aprofundar sua relação com o jazz.

7. Mike Oldfield - Tubular Bells (1973)

Se tivesse que definir a carreira de Mike Oldfield numa única palavra, esta seria classe. Músico precoce, altamente criativo e responsável por conceber algo definitivamente novo na música progressiva. A guitarra é sempre sutil, criando sonoridades etéreas e sensoriais, além de utilizar amplamente efeitos acústicos em dedilhados que já fazem parte da história. ''Tubullar Bells'' é seu principal disco e muitas vezes aparenta o aspecto de uma sinfonia para a era moderna, contendo erudição, folk, rock, música étnica e outros atributos. Mesmo não recebendo os devidos créditos, Oldfield pode ser classificado tranqüilamente como um dos precursores no estilo que mais tarde seria conhecido como world music, porém ainda hoje é quase impossível que um músico atinja o elevado nível encontrado em ''Tubullar Bells''.

8. Gerd-Otto Kühn (Lupo) - Grobschnitt (1972)

Vibração, rifs incríveis, alternâncias de movimentos, belos dedilhados, solos de doer a alma e extrema categoria são alguns dos adjetivos relacionados à carreira do grande Gerd-Otto Kuhn, para conferir todos estes atributos basta uma audição da suíte ''Sun Trip'' presente na obra de referência que é o primeiro álbum do grupo.

9. Ritchie Blackmore - Made In Japan (1972)

Blackmore foi responsável direto por uma nova concepção na execução do instrumento, para muitos ao lado de Hendrix o mais importante guitarrista de toda a história do rock. Mesmo sendo excelente em estúdio, Blackmore se destacava mesmo pelas suas pirotecnias ao vivo, sem restrições ou limites para seus solos e bases memoráveis. Um verdadeiro monstro que abrilhantou todos os grupos e projetos dos quais fez parte em sua extensa carreira. Na obra de referência ''Made In Japan'', todo o seu fôlego e poder pode ser comprovado em hits como ''Highway Star'' e principalmente ''Space Truckin'.

10. Steve Rothery - Script For a Jester's Tear (1983)

Um dos responsáveis por alçar o Marillion ao estrelato nos anos oitenta, Rothery é guitarrista de linhagem nobre, pautado em referências como Gilmour e Hackett e tão discreto quanto ambos. Logo na obra de estreia do Marillion deixou para a posteridade um dos maiores solos do rock progressivo, na música ''Forgotten Suns'', simplesmente brilhante!

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