Discografia Recomendada Paises Baixos - Anos 70 - Progbrasil

Discografia Recomendada: Paises Baixos - Anos 70

1. - Moving Waves (1972)

Este é o álbum mais representativo do progressivo holandês em todos os tempos, um autêntico divisor de águas que marcou época e ainda hoje apresenta vitalidade e força em suas composições. As alucinantes árias criadas por Thijs Van Leer (músico de estirpe erudita) e solos de guitarra a cargo de Jan Akkerman são marcas registradas de clássicos como ''Le Clochard'', ''Moving Waves'' e ''Focus II''. Duas passagens em especial devem ser exaltadas, o conhecido rif de guitarra em ''Hocus Pocus'' e o mágico solo de flauta que Leer executa na singela ''Janis''. Porém, o maior momento do disco reside numa das mais empolgantes suítes de toda história do rock progressivo, a antológica ''Eruption''. Vale quanto pesa!

2. - Hamburger Concerto (1974)

Trabalho de grande sofisticação sonora, ''Hamburger Concerto'' apresenta uma sensibilidade ímpar de Jan Akkerman na execução das peças de sua autoria: ''Delitae Musicae'', ''Birth'' e ''Early Birth''. Enquanto ''La Cathédrale de strasbourg'' é o grande momento solo de Thijs Van Leer na obra, a melodia dos teclados é de arrepiar, contando ainda com a substituição da flauta por um belo assobio que percorre a música de forma inusitada. A suíte ''Hamburger Concerto'' atinge um resultado impressionante, pois consegue o raro equilíbrio entre os movimentos virtuosos e rebuscados, com verdadeiros arroubos de emoção à flor da pele, onde todo o grupo se apresenta de forma completa e magistral. Este trabalho é daqueles que podemos classificar como obra-prima, sem medo de cometer equívoco.

3. - Trace (1974)

É um imenso prazer ouvir o disco de estréia do maior power trio holandês, capitaneado por um dos maiores tecladistas de toda a história do rock, o mestre Rick Van Der Linden, que não deixa pedra sobre pedra através da sua tecladeira devastadora, um autêntico assombro! As linhas de baixo de outra fera - Jaap Van Eik e a batera clássica de Pierre Van Der Linden completam essa unanimidade no meio. O destaque maior está na genial ''Progression'' que mescla a erudição da música clássica e o frenetismo do rock com rara perfeição. A edição em cd da MUSEA que ainda se encontra em catálogo é muito caprichada com uma excelente mixagem e ainda conta com dois bônus inéditos.

4. - III (1972)

Para muitos o melhor disco do Focus!!!!! Trabalho emblemático composto por duas grandes suítes ("Answers? Questions! Questions? Answers!" e "Anonymus Two"), dois hits obrigatórios ("Sylvia" e "Focus III"), além de outras maravilhas. "Focus III" é assinado pela formação mais consistente do grupo, cozinha afinada com Pierre Van Der Linden e Bert Ruiter e os mestres de cerimônias Jan Akkerman e Thjis Van Leer, este último em "Anonymus Two" prova que a flauta no rock progressivo não vive só de Ian Anderson, além de debulhar um absurdo nos teclados. Ouça com moderação, pois há risco de passar mal ao fim desta monstruosidade concebida pelo Focus!

5. - Birds (1975)

É tempo de olhar para o céu e admirar a beleza dos pássaros! Este segundo disco do Trace figura no mesmo nível do anterior, com uma única alteração para a formação original, a qual seja Ian Mosley na bateria, uma autêntica fera capaz de manter o nível elevado, vale lembrar que seria o futuro batera do medalhão dos anos oitenta - Marillion. Ouvir o Trace é como admirar aqueles pintores de rua que fazem belos desenhos em fração de segundos, utilizando a transformação na alvaidade das tintas de forma frenética, encantando o público. A linha de baixo em "Bourée" conduzida por Jaap Van Eik é impressionante, além das diabruras do saudoso mestre Rick Van Der Linden. A suíte "King Bird" é um capítulo à parte, a maior peça do Trace que encanta pela técnica rebuscada, mas cheia de sentimentalismo e contando ainda com ótimos vocais e pianos. Fãs do Triumvirat não devem pestanejar em conhecer esta monumental obra que pra variar conta com um encarte farto na edição da MUSEA, além de uma surreal história em quadrinhos pavoneada de aves que compõem o conceito da suíte supra citada.

6. - Glory of the Inner Force (1975)

Uma das mais fantásticas introduções do rock progressivo holandês encontra-se em "Register Magister", a guitarra do genial Joop Van Nimwegen só falta falar. E assim é "Glory Of The Inner Force", um instrumental de primeira grandeza, com atmosfera única e muito bem equilibrado em quatro faixas de aproximadamente dez minutos cada. Atenção para a quebradeira desvairada de "A Bridge To Alice" e seus diversos contrapontos e quebras de andamento, além da técnica apurada da guitarra que nos apresenta todas as notas, por mais veloz que sejam os arpejos e acordes, de forma cristalina e escorreita, sem qualquer mácula. Poucos guitarristas na história do rock possuem tamanha precisão. O destaque final fica com o trabalho gráfico em tonalidades de laranja na capa e azul celeste na contra-capa e seus diversos hieroglifos que movem as forças da natureza e dos homens. Simplesmente sensacional!

7. - The Mountain Queen (1973)

Em que pese uma boa discografia, engrandecia ainda mais pelo recente retorno do grupo, a OBRA do Alquin é de fato o sólido "Mountain Queen" e sua farta instrumentação: violino, órgão, saxofone, flauta, piano... A combinação deste elementos propicia um ecletismo único e extremamente original. Já na suíte de abertura do álbum, a bela "The Dance", salta aos olhos a imensa qualidade e homogeneidade dos músicos. Aqui não cabe destacar este ou aquele integrante, todos estão no mesmo patamar. A breve "Convicts Of The Air" com seus vocais característicos e atmosfera space-jazzy encanta pelas variações, ao mesmo tempo que mantém a frequencia uníssona da base. A suíte título provavelmente seja um dos capítulos mais venturosos do progressivo holandês ao lado de "Eruption".

8. - Beyond Expression (1976)

Trabalho de largo fôlego, contendo três longas faixas, a se destacar a obra-prima ''A Passion Condensed'' nos seus seis extraordinários movimentos. Assim como no primeiro disco do Finch, o imã de condução continua sendo o genial guitarrista Joop Van Nimwegen e todos os temas são integralmente instrumentais, mas ''Beyond Expression'' está muito longe de ser apenas mais do mesmo, pois está repleto de teclados, com muito mais variações de timbres e quebras de andamento, diversos anticlímax sentimentais e linhas de baixo a cargo de Peter Vink executadas no seu Rickenbacker que estão de arrebentar. Discoteca básica!

9. - Galleons of Passion (1977)

O terceiro disco do Finch e também o terceiro a figurar neste ranking holandês, não por acaso Joop Van Nimwegen é considerado um dos maiores guitarristas de todos os tempos no universo progressivo. Na linha do primeiro trabalho, trazendo muito equilibrio entre o hard e o sinfônico, "Galleons Of Passion" encerra a mítica trilogia do magistral Finch. Atenção para a derradeira faixa, "Reconciling", arrepia até o último fio de cabelo!

10. - Song of Marching Children (1971)

O Renaissance holandês?! Esta obra é de um sinfonismo a toda prova, mas a diferença para o par britânico são as generosas doses de psicodelia, atmosfera menos rebuscada e maior presença das guitarras elétricas. Fora estes atributos, todas as características que fazem os admiradores do Renaissance delirarem estão presentes: frontwoman nos vocais, dramaticidade sob movimentos épicos, baladas acústicas e uma bela suíte com melodias encantadoras e extremamente delicadas. Uma jóia rara que de certa forma foge aos padrões musicais dos anos setenta nos países baixos.

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