Tangerine Dream.
Pra mim, o período clássico deles é 1970-1987, ou seja, do início
até a saída de Chris Franke. Vale a pena conhecer todos os discos de
estúdio e ao vivo, que são totalmente diferentes dos de estúdio,
desse periodo. Praticamente todos aí são clássicos do gênero. Vale
mencionar algumas trilhas sonoras notáveis desse período como
Sorcerer, Thief e Near Dark.
Mas qual seria o top 10? Eis o meu TOP TRÊS - quer dizer, todos esses
discos se apertando no pódio:
Force Majeure (1979)
Ricochet (1975)
Poland (1984)
Stratosfear (1976)
Pergamon (1980)
Phaedra (1974)
Tangram (1980)
White Eagle (1982)
Le Parc (1985)
Zeit (1972)
Fora o trabalho do grupo, há alguns álbuns solo que são dignos de
nota, e possivelmente indispensáveis. São eles:
Edgar Froese - Epsilon in Malaysian Pale (1975) - possivelmente a maior
obra-prima do Mellotron de todos os tempos. Mellotron, Mellotron,
Mellotron e suaves sequencers.
Edgar Froese - Macula Transfer (1976) - Mellotron, sequencers
minimalistas, guitarra. O preferido de muitos.
Edgar Froese - Stuntman (1979) - Melódico e surreal.
Johannes Schmoelling - Wuivend Riet (1986) - lançou logo depois de sair
do grupo. fenomenal. sem mais palavras.
Peter Baumann - Romance 76 (1976)
Peter Baumann - Transharmonic Nights (1978)
Chris Franke - Pacific Coast Highway (1991)
Todos esses discos, especialmente Epsilon e os do Baumann, são
inalcançáveis em CD. Procure nos blogs da vida. Froese relançou todos
os discos solo com regravações por cima, mas não recomendo; prefira
os originais. Os do Baumann são de especial interesse pois neles se
ouve muito do mistério que permeia as músicas do TD na época. Após a
saída do TD, Franke ficou alguns anos em sinlêncio antes de lançar o
primeiro solo. Em Pacific Coast Highway ele se aproxima de um jeito meio
new age, mas as músicas são de qualidade.
Fora a fase clássica, ou seja, após a saída de Franke em 1987, eis
alguns álbuns de interesse:
Lily on the Beach (1989)
220 Volt Live (1992) - há a versão completa chamada Arizona, que
substitui esse
Oasis (1997)
Mars Polaris (1999)
Booster (2007) - reúne vários EPs lançados na época, disco duplo,
muito interessante
Finalmente, chegamos aos bootlegs. Nos anos 70, todos os concertos eram
totalmente improvisados. Há aí uma fábula de gravações
interessantíssimas. A melhor fonte, mais organizada, e de melhor
qualidade. é a coleção Tangerine Tree, composta de 92 bootlegs,
muitos deles CDs duplos. Isso está por aí na internet. Esta coleção
foi aprovada pela banda, e foi criada pelos fãs com o objetivo de
mostrar ao sr. Froese que havia uma forte demanda pelo lançamento de
concertos na íntegra, sem retoques, cortes e outras edições. O
objetivo foi alcançado e hoje já foram lançados muitos deles,
inclusive usando o áudio da Tangerine Tree como fonte. A Tangerine Tree
foi interrompida na décima edição porque o ambiente para o
lançamento deixou de ser tão propício como era no começo desse
trabalho.
Alguns itens da Tangerine Tree de que me lembro e são dignos de nota:
Vol.1: Nottingham 1976 - se me lembro bem, lotado de seqüências
alucinadas derretendo o cérebro
Vol.7: Croydon 1975 - boa parte dessas gravações se tornou o álbum
Ricochet. Muito interessante. Tipo um directors cut do Ricochet. Mas
Ricochet é superior justamente por destilar diferentes passagens numa
unidade coerente.
Vol.9: London 1975 - muito similar a Rubycon, mas muito superior, por
isso não figura nas minhas listas de preferidos. ponto de especial
interesse/curiosidade: NÃO TEM BAUMANN, mas tem MICHAEL HOENIG no lugar
dele.
Vol.14: Paris 1981 - já não é totalmente improvisado, mas é
ultra-rítmico e melódico, nenhum álbum dessa fase com Schmoelling
(1980-85) se compara a esse. Nota 10 do início ao fim, alucinante.
Especialmente interessante é a faixa Silver Scale em todos os seus 20
minutos de duração, a obra-prima neste sub-estilo rítmico/melódico
do TD.
Vols.27 e 31 : Brussels 1976 - sequencers e mais sequencers. um concerto
clássico.
E há muitos outros tesouros, como gravações muito antigas
superinteressantes (pré-1974), etc. etc. etc.
Além da Tangerine Tree, existe uma coleção complementar, Tangerine
Leaves, com ainda mais concertos, que não foram para a Tree por
diversos critérios, como qualidade de som e repetição de material.
Esses eu nem conheço, mas todos os detalhes sobre a Tree e sobre as
Leaves podem ser encontrados na maior fonte discográfica disponível, o
site Voices in the Net: http://voices-in-the-net.de .
Boa viagem!