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ELECTRIC LIGHT ORCHESTRA - Parte 3 - Rumo ao Sucesso - A Fase Pop-Sinfônica e Discoteca (2012-05-27)

Águido Freitas



ELECTRIC LIGHT ORCHESTRA - Parte 3 - Rumo ao Sucesso - A Fase Pop-Sinfônica e Discoteca

Em 1975, o ELO sofria novas mudanças em sua formação: não só saía da banda o baixista Michael D’Albuquerque para entrar Kelly Grouncut em seu lugar, como também saiu o violoncelista Mike Edwards (quem dizem que no inicio se converteu ao budismo), substituído por Melvin Gale.



Além disto, para gravar o próximo disco (Face The Music), os músicos foram para a Alemanha e lá trabalharam com o engenheiro de som Mack, que passaria a acompanhar a banda por um longo tempo. Mack mais tarde trabalharia com o Queen em discos como "The Game", além de já ter trabalhado anteriormente com o Deep Purple.





Face The Music ficou conhecido como o primeiro trabalho pop da banda, embora na verdade tivesse bastante resquícios da fase progressiva, principalmente na excelente instrumental "Fire On High", que abre o disco. O restante era mais pop, embora com arranjos grandiosos, ricos em orquestra e corais. Mas as músicas eram agora mais curtas, como é a essência da própria música pop (que abriga diferentes sub-estilos).

Musicalmente, este disco do ELO era tão eclético quanto os anteriores. Além de um pouco de progressivo, também havia country em "Down Home Town", soul em "Evil Woman", e belíssimas músicas pop como "One Summer Dream", "Nightrider" , "Waterfall" e "Strange Magic". Os sucessos do disco seriam "Evil Woman" e "Strange Magic". O Elo, pela primeira vez, estabiliza sua formação e o seu som. Os resquícios da musica erudito-sinfônica ainda estavam ali, mas apenas como um componente, e não eram mais o norte musical da banda como antes. O ELO sedimentava o seu caminho e estava pronto para o sucesso. Estranhamente o disco não teve, na Inglaterra, a mesma boa repercussão alcançada no exterior, mas seria nos EUA que a banda iria estourar nos próximos anos.





Em 1976, vem um disco muito importante para o ELO: "A New World Record", que renderia muitos prêmios à banda, entre eles o disco de platina. A New World Record sedimenta mais ainda a fase pop-sinfônica do ELO, e traz sucessos como "Telephone Line" , "Living Thing" , "Rockaria" e "Tigthtrope". Havia até uma regravação do Move, "Do Ya", neste disco. Foi talvez o primeiro disco com som mais uniforme da banda, embora ainda tivesse um pouco do seu famoso ecletismo.



Em 1977, o ELO dá um passo gigante em sua carreira, com a gravação do álbum duplo "Out Of The Blue". Considerado por muitos fãs como o ápice da banda, "Out of the Blue" trouxe vários hits como "Mr.Blue Sky", "Turn To Stone", "Sweet Talking Woman" e "Wild West Hero". Surpreendente sucesso para um álbum duplo, que vendeu milhões, e rendeu discos de ouro e platina para a banda. O progressivo se fez presente neste álbum, na excelente suíte "Concerto For a Rainy Day" (da qual Mr. Blue Sky faz parte), que ocupava todo o lado 3 do vinil original.

O Elo inicia também nesta época a sua turnê mais ambiciosa, ao utilizar no palco um disco voador (que está presente na capa do disco, e se tornaria marca registrada da banda), além de efeitos de raio laser. Antes do show iniciar, as luzes do palco se acendiam aos poucos e lá de baixo, como em um elevador, os sete músicos iam subindo ao palco até surgirem no disco voador.

O ELO movimenta um sem fim de equipes para levarem o disco voador a todas as partes do mundo. A turnê se estende até 1978, e toma tanto tempo da banda que, naquele ano, acabou não sendo lançado um novo disco de estúdio. Posteriormente um dos shows desta turnê seria lançado em cd e DVD.



Só em 1979 surgiria o novo álbum de estúdio: "Discovery", que também foi gravado na Alemanha, trouxe novas modificações à banda. Pela primeira vez o núcleo de músicos do ELO ficou restrito a Jeff, Kelly, Richard e Bev, com os músicos sinfônicos (o violinista Kaminski e os cellistas Mcdowell e Gale) atuando como convidados. Musicalmente o som está mais pop do que nunca, e se deixa influenciar bastante pela febre da discoteque. O maior sucesso de Discovery é "Last Train To London", que muito tocou nessa época no mundo todo. Curiosamente, muita gente ou não sabe quem fez a música ou só conhece essa musica do ELO. "Last Train to London" se tornou um clássico das pistas de danças e até hoje toca em muito em festas estilo flash-back.



O fato é que naquela época, após o punk, a discoteca dá o tom, graças ao filme "Embalos De Sabado à Noite", um fenômeno de bilheteria que alavancou o ator John Travolta ao posto de celebridade. Pipocam muitas e muitas bandas de discoteca, como "Chic" , "Earth , Wind And Fire" , "The Commodores" e "Village Peole" . Uma banda em especial , que já vinha batalhando desde os anos 60, participa da trilha do filme de Embalos De Sábado à noite, despontando finalmente para o mundo: os australianos do "Bee Gees", que emplacam muitos hits. Houveram cantores que também fizeram sucesso como "Barry White", e outros que apesar de veteranos, se iniciavam na carreira adulta, como um tal Michael Jackson com o disco "Off The Wall".

Enfim, nesse cenário todo o ELO não ficava imune e gravava o bom "Discovery", onde haviam belas músicas como "Shine a Litlle Love" , "Confusion" , "Diary Of Horace Wimp" e "On The Run", além do megahit "Don’t Bring me Down".

"Discovery" é transformado em um filme, e cada música aparecia no filme como em um clip com a banda tocando. Obviamente a técnica utilizada em vídeos naquela época era muito rudimentar, não há como se comparar aos dias de hoje. Nos vídeos da época era muito comum só mostrar a banda tocando em primeiro plano, e algum cenário atrás (como no caso do ELO), ou às vezes a banda ou o cantor eram filmados no palco mesmo.



Em 1980, o ELO é convidado a fazer uma trilha sonora para o filme-musical "Xanadu", só que o disco seria dividido com a cantora Olivia-Newton John (cantora e atriz em ascensão, que havia trabalhado em outro musical, "Grease", com John Travolta), o cantor Cliff Richard, a banda The Tubes e até o dancarino/ator Gene Kelly. Em um dos lados do vinil, eram só as musicas do ELO, com Olivia fazendo o vocal principal na última (a faixa-título).

O filme fracassa nas bilheterias, mas a trilha sonora faz muito sucesso, a musica "Xanadu" estoura em todas as rádios e alavanca a carreira da cantora Olivia -Newton John. O ELO também tem os seus sucessos no disco, como "All Over The World" e "I’m Alive". Em Xanadu, do Elo só participou o núcleo Lynne, Bevan, Tandy, Kelly e Louis Clark.

Apesar do fracasso, o filme "Xanadu" acabou se tornando cult, talvez pela sua história romântica e mágica, onde um desenhista de propaganda conhece Kidra, uma deusa do Olimpo que não poderia manter nenhuma relação com qualquer ser mortal. O pai de Kidra era Zeus e jamais permitiria isso. No fim tudo acaba bem. "Xanadu" virou até peça de teatro. Recentemente saiu uma edição especial do álbum em DVD+CD, o DVD trazendo as imagens em alta definição (HD), além de entrevistas.

Quanto à banda, naquele momento tudo parecia bem, Lynne enfim conquistaria com o ELO seu grande reconhecimento, como cantor e compositor.

Os Anos 80 estavam apenas começando e com ele grandes mudanças e grandes desafios.


Fonte :


Progbrasil