Discoteca básica, fundamental
Robert Rich é um compositor de música Ambient/Experimental americano cujo início de carreira, pelo menos em termos de experimentações sonoras, remonta ao final dos anos 70. Seus primeiros trabalhos envolviam pesquisas sonoras no campo da psicoacústica, tendo inclusive ficado bastante conhecido, na década de 80, notadamente nos meios universitários e musicais californianos, pelos chamados "sleep concerts" que realizava, normalmente em planetários, à noite, onde o publico recebia lençóis e ficava literalmente deitado (idealmente em estado de semi-consciência, ou "lucid-dreaming" na expressão original) enquanto ele executava suas longas e viajantes suítes.
Seven Veils é um disco recente (1998), mais dinâmico em comparação com o padrão musical acima exposto (embora mantendo o mesmo clima etéreo e metafísico característico de sua obra), apresentando uma batida meio tribal e uma sonoridade que chega a lembrar eventualmente o grupo brasileiro Uakti, no uso de muita instrumentação exótica de percussão e flautas, bem como de arranjos
mais experimentalistas, diferindo porém no fato de ser mais melodioso, etéreo como acima mencionado, e pela característica de usar eventualmente a guitarra elétrica também, além de sintetizadores, criando todo um tapete mágico de sons no qual ritmos e melodias se interligam maravilhosamente para nos proporcionar uma experiência realmente única. Violoncelo e violino também fazem parte da instrumentação utilizada.
O disco é maravilhoso da primeira à última faixa, todas realmente de altíssimo nível. Fica até difícil apontar uma faixa favorita uma vez que todas são efetivamente belíssimas, mas se eu tivesse que selecionar uma única faixa deste disco para apresentar a um amigo, por exemplo, esta certamente seria "Lapis". Simplesmente maravilhosa em todos os aspectos.
Uma característica que também me chamou logo a atenção neste disco: a excelente qualidade da gravação, padrão referência realmente. |
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