Obra-prima, irretocável
A formação do “Le Petit Violon De Mr Grégoire” é Pascal Jardon(guitarra), Jean Paul Pierson(teclados), Jean Luc Martin(baixo), Francis Poulet(bateria) e Dominique Le Guennec(vocais e flauta).
O álbum se inicia com um musicaço sinfônico “Le Chant Des Glaces”, instrumental com um teclado muito belo acompanhado de solos de guitarra ao fundo e com uma bateria muito inspirada.
Em seguida temos “Allons Z’enfants” onde se apresenta todo o estilo que marcou época no grupo: teclados variados, solos de guitarra incidentais, conjunto de vocais suaves e agressivos e uma base de baixo com extrema personalidade, tudo rodeado pela aura teatral que sempre foi característica marcante da banda, nessa questão teatral temos uma similaridade com outra grande banda francesa do mesmo período – Ange.
“Le Publiphobe” é mais uma ironia que propriamente uma música, um monólogo mesmo sem grandes preocupações musicais.
“Solaris” é música clássica da banda e aqui o som do Mona Lisa se assemelha muito com o Focus, isso mesmo, com o Focus, lembrando muito as pequenas composições do grupo que possuem aqueles belos solos de guitarra do Jan Akkerman.
Depois dessa quarta música, temos enfim o carro chefe do grupo, uma suíte estupenda, com todos os atributos que agradam aos amantes do rock progressivo: muita guitarreira e teclados maravilhosos, vocais estupendos com grande emotividade e uma bateria arrebatadora, sempre com quebras de compasso e anticlímax que perfazem um estilo bem característico do Mona Lisa para aqueles que conhecem os trabalhos do grupo. Essa suíte é “Le Petit Violon De Mr. Grégoire”, música, interpretação e teatro se confundem com grande qualidade, deixando até o mais encafifado dos ouvintes empolgado.
O Mona Lisa tem outros bons trabalhos, mas sem dúvida o destaque total na sua discografia é “Le Petit Violon De Mr. Grégoire”, na minha opinião disparado o melhor e mais empolgante.
Já li muitas resenhas sobre a banda aproximando a sua sonoridade com a do Genesis, é verdade que essa aura teatral de fato se iniciou com o Genesis, porém o Mona Lisa possui um sinfonismo que me remete de cara a algumas bandas alemãs, tais como Grobschnitt, ainda mais se tratando de algumas passagens irônicas, que ambas as bandas faziam muito bem.
Por fim, não custa nada dizer que o trabalho gráfico desse álbum é belíssimo!
Vale lembrar que em 75 o Mona Lisa saiu em turnê pela Europa com outra grande banda francesa e foram muito bem recebidos por onde passaram, a outra banda foi nada mais, nada menos que o grande Pulsar. Assunto da próxima resenha.
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