Renaissance - Ashes Are Burning - Progbrasil

Renaissance

Inglaterra




Titulo: Ashes Are Burning
Ano de Lançamento: 1973
Genero:
Label:
Numero de catalogo:

Revisto por Gibran Felippe em 04/08/05 Nota: 9.0

 

Extremamente bom, um clássico ro rock progressivo

Uma grande definição para a música do Renaissance é a voz oriunda do céu emitida pela célebre Annie Haslam, uma das mais lembradas e belas da história do rock, em "Ashes Are Burning" esse fator extrapola totalmente, a emoção nos cantos da Annie é um dos pontos altos do álbum que em termos de vocais é o mais contagiante do grupo.

Todavia, "Ashes Are Burning" está longe de ser um álbum apenas de bons vocais, como alguns apregoam, muito pelo contrário, o instrumental se faz presente com muita personalidade, a mistura de tons acústicos com elétricos se funde novamente com primazia na música do grupo, aliás, são poucos os grupos que conseguem esse tipo de equilíbrio com tanta maestria. O efeito produzido pelo dedilhado do violão acrescentado da pureza do piano num contraponto com a potência vibrante do baixo é soberbo.

Sobre a pureza do piano, em termos instrumentais acredito ser esse o grande diferencial do Renaissance, reside nos pianos o carro-chefe condutor da música do grupo, desde "Prologue" verifica-se que os grandes momentos instrumentais do grupo se devem principalmente ao piano irrepreensível de John Tout, que quando sola barbariza, mesmo em detrimento da potência sonora da bateria, baixo e guitarra nos momentos hards das músicas.

"Ashes Are Burning", assim como o "Time And A Word" do Yes é uma obra orquestrada, laureada com violinos, cellos e flautas que se unem com rara magia à voz exuberante da Annie Haslam. É altamente recomendado para admiradores de bandas como Alice(Itália), Curved Air, Affinity, Epidaurus entre outras, além obviamente do Jethro Tull devido aos não raros momentos folk com violinos presente nesse trabalho.

Talvez o pequeno problema de "Ashes Are Burning" reside justamente na música inicial "Can You Understand?" que é espetacular, disparada a melhor do álbum, de tão exuberante acaba por sobressair em demasia, o que pode transparecer uma certa irregularidade para os mais exigentes no tocante às músicas subseqüentes. Supera até mesmo a música título que possui a presença inusitada do mestre Andy Powell e tudo mais.

Gostaria de destacar novamente os momentos fantásticos do piano mágico de John Tout em "Can You Understand?", principalmente do meio para o final, em "Carpet Of The Sun" o duelo com o baixo que é muito bonito e ao longo de "Ashes Are Burning" a começar pela introdução onde mais uma vez é esse o instrumento tão fundamental que dá as cartas nessa composição clássica do grupo.

Tanto em "Can You Understand?" como em "Ashes Are Burning" os vocais da Annie Haslam faz-me arrepiar até o último fio de cabelo, parecendo-me um brâmane seguindo uma divindade.
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