Topos Uranos - Suite Mistica - Progbrasil

Topos Uranos

Brasil




Titulo: Suite Mistica
Ano de Lançamento: 1993
Genero:
Label:
Numero de catalogo:

Revisto por Renato Glaessel em 24/03/07 Nota: 9.0

 

Extremamente bom, um clássico ro rock progressivo

Banda fluminense ativa nos anos 90 e responsável por um dos melhores trabalhos brasileiros lançados naquele período e que incluia em sua formação o futuro "Projeto Caleidoscópio" Arthur Nogueira.

Logo de cara salta aos ouvidos a qualidade de gravação, coisa raríssima por esses lados, mais impressionante é o fato de que o cd contém quatro faixas a mais que o LP original, gravadas três anos depois em outro estúdio e com outro técnico de gravação mas que mantém a ótima qualidade obtida nas primeiras gravações, prova cabal de que os músicos estavam envolvidos e preocupados com a qualidade e resultado das gravações, bem como sabiam exatamente como a banda deveria soar em vinil e posteriormente em cd que manteve a ótima sonoridade analógica.Fiz absoluta questão de assinalar todos esses pontos pois os julgo de suprema importância e normalmente não recebem a atenção devida, especialmente no Brasil.

Descrever a sonoridade da banda não é tarefa das mais simples, em alguns momentos o trabalho guitarrístico de Arthur nos faz lembrar de Camel mas a comparação não satisfaz pois o Topos Uranos carrega outras influências como por exemplo o cello carregado de erudição de "In Memorian" ou a complexidade experimental e virtuosa com toques jazzísticos de "Hatman II".

Vale também destacar o trabalho dos músicos de forma individual, Arthur desfila extrema categoria e bom gosto em seus solos tanto na guitarra como ao violão além de demonstrar pleno domínio dos recursos de suas pedaleiras, variando constantemente timbres e reverberações que dão um colorido todo especial ao trabalho, André se mostra plenamente inserido às propostas da banda e trabalha finamente tanto o pano de fundo quanto seus vôos solo com boa variação de timbres apesar da aparente limitação de seu equipamento, destaque mais do que especial merece a dupla Jorge e Paulo que souberam imprimir um peso e sonoridade tão agradável aos seus instrumentos que conseguem ao mesmo tempo chamar sobre si grande parte de nossa atenção, além de participar ativamente do desenvolvimento dos temas, sem entretanto incorrer nos excessos do exibicionismo.

As letras, bastante econômicas já que o disco é massivamente instrumental, falam do futuro, de sonhos e ilusões e os vocais de Arthur procuram basicamente por uma inserção no contexto musical da obra, ocupando notóriamente uma posição secundária.

Resumindo, um trabalho eminentemente metafísico e de ambiência extremamente agradável, desenvolvido com grande talento e bom gosto por pessoas de grande sensibilidade.
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