Discoteca básica, fundamental
Banda francesa dos anos 70 (rock in opposition, a saber R.I.O.),que ao lado dos monstros Univers Zero, Present, e Miriodor entre outros,traria abertamente para dentro do rock a música sinfônica experimental.
Enxertos das escolas vanguardistas de Varèse, Schaeffer e Stockhausen(música eletrônica & concreta) e da música serial atonal de Schoemberg são a tônica dos acordes do Art Zoyd. Aliás este não é um grupo fixo, e cada trabalho gira em tôrno de variados e alternados músicos de orquestras.Thierry Zaboitzeff era um
dos pilares e saiu em 1977.
As formações de guitarras, batera, etc... deram lugar aos instrumentos de arco,eruditos,e theremins (osciladores de ondas). Sussurros, colagens abstratas, ecos de vozes de criancinhas,vozes tratadas com reverberadores, tudo recheado com uma atmosfera densa e sinistra compõem o clima deste CD, que considero a obra definitiva do grupo.
Pra quem assistiu ao filme "O Chamado" ou "O Grito"( as versões japonesas) a trilha deste álbum cai como uma luva, só pra se ter uma noção geral do mesmo.
A parte executada com arcos, piano, sintetizadores e cordas forma um tratado maravilhosamente espetacular de texturas sobrenaturais. O título em francês foi inspirado no escritor inglês cult William Blake (que inspirou inúmeras outras bandas,como por exemplo Tangerine Dream e Bruce Dickinson) no homônimo livro ( que inclusive li há décadas atrás) "O casamento do Céu e Inferno".
Aliás não confundir este título com obras parecidas como as de Alan Kardec e Swedenborg( que são altamente indicados também). Estes grupos fazem trabalhos conceituais, onde se pode absorver melhor a música, cultivando a leitura da obra citada!
Para os amantes do kraut rock e eletrônico alemão como Can ou Klaus Schulze, creio que não terão dificuldades em absorver este disco. Aos garimpeiros que não conhecem, tentem. Aos radicais no tradicional progressivo, nem passem por perto!
Confiram. |
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