Bom, mas apenas para fãs ou admiradores do gênero
Eu aprendi a admirar o trabalho do Pain of Salvation de forma um tanto tortuosa. Hoje, o coloco entre as bandas mais competentes e criativas do famigerado território cabe-tudo do "Progmetal"
Aguardava no novo album da banda a continuidade de um itinerário que eles vinham construindo gradativamente em Remedy Lane, Perfect Element e BE. Sendo que, neste último, havia um sinal claro da possibilidade efetiva de simbiose entre o padrão tradicional do prog sinfônico com a sintaxe do metal.
Acho que vou ficar aguardando por mais algum tempo.
POS se reinventou com o Scarsick. E não sei ao certo se este é um comentário positivo.
Inicialmente, eles ousam mostrar que complexidade pode ser aliada do despojamento. Em lugar dos suntuosos arranjos de BE, ou da profusão de malabarismos instrumentais de Remedy Lane, um padrão mais direto, cru, de construção de seus temas musicais.
O que mais fascina é a coragem de correr riscos, assumida pela trupe do Prof. Gildenlow. Não há fronteiras pre-estabelecidas em seu mapa musical. De forma provocativa, ele mescla Ramones com Leonard Bernstein e country bluegrass para vociferar contra a America. Abre a pista de danças e faz o Abba ser acompanhado pelo System of a Down em clima tech-metal.
Impressiona...e muito. Mas o resultado nem sempre é agradável e nem sempre alcança a concretização de suas propostas.
Um disco ao mesmo atípico e característico na trajetória da banda. Atípico pela sonoridade, típico pela pretensão em forjar o novo.
Vale uma conferida.
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