Sigur Rós - () - Progbrasil

Sigur Rós

Islandia
http://www.sigur-ros.is/




Titulo: ()
Ano de Lançamento: 2002
Genero:
Label:
Numero de catalogo:

Revisto por Edson Carlos Silva em 23/09/07 Nota: 9.5

 

Obra-prima, irretocável

O som que traz paz em momentos de angústia. Assim defino o Sigur Rós, banda islandesa formada em 1994, por 4 garotos a fim de fazer música profunda, diferente, com sentimento. Música celestial.

“()”, seu 3º álbum, é o mais introspectivo, o mais minimalista e o mais fantástico de sua discografia. Fugindo de todos os padrões da indústria fonográfica (apesar de serem artistas contratados da EMI), o encarte do CD é todo em branco e as letras não têm título. Como assim? Assim mesmo, não têm! Você precisa entrar no site oficial (http://www.sigur-ros.co.uk) para ter acesso ao nome das músicas.

Mas aí você ainda me pergunta: “Como gostar de uma banda que canta numa espécie de dialeto que ninguém entende?” E eu respondo simplesmente propondo a você ouvir "()", livre de todos os preconceitos.

Todas as canções são absolutamente fantásticas. O clima atmosférico, os instrumentos combinando numa harmonia incrível, um minimalismo sem igual. O CD começa com “Untitled #1 (Vaka)”, com o piano de cauda em ápice e um clima de melancolia que transborda paz, além dos "cânticos" em "Hopelandic", linguagem criada pelo vocalista e guitarrista Jón þór Birgisson para o encaixe nas melodias. Algo simplesmente genial.

Depois seguimos pela bela (e com uma intro que lembra o zunir de uma mosca) em “Untitled #2 (Fyrsta)” e por uma das mais fantásticas músicas instrumentais que já ouvi na minha vida (e olha que já ouvi muita música instrumental): “Untitled #3 (Samskeyti)” é fenomenal: melancolia, beleza e virtuose numa combinação de sentimentos que eu me recuso a tentar explicar. É ouvir e se deliciar.

Sem deixar cair a peteca temos “Untitled #4 (Njósnavélin)”, com um trabalho belíssimo de guitarra e percussão, com Jón “grunhindo” de maneira sublime e o teclado simplesmente angelical, celestial, fantástico.

A segunda parte do álbum é ainda mais introspectiva. “Untitled #5 (Álafoss)” é absolutamente minimalista, com seus quase 10 minutos seguindo numa seqüência de movimentos sombrios e extremamente abstratos. E assim segue nas não menos soturnas “Untitled #6 (E-bow)”, que é inquietante, cresce no decorrer da canção e termina num clima reconfortante e “Untitled #7 (Dauðalagið)” onde Jón canta de forma tão sombria que sua voz soa rouca, abatida, rasteja-se em um clima de solidão e tristeza. Aqui parece que a voz dele não vai se levantar, quando de repente existe um solo vocal. Isso mesmo, solo vocal! Algo tão lindo que é pra este que vos escreve mais um ponto alto do CD.

Já “Untitled #8 (Popplagið)” é mais leve, mais suave. O baixo se assume como instrumento principal. O final dessa canção é algo simplesmente gigantesco, grandioso, colossal. Nuanças entre sons pesadíssimos e sussurros com quedas bruscas no ritmo, trazendo novamente o momento de paz que todos esperam no final de um disco.

Algo simplesmente mágico, magnífico, espetacular. “()” é um disco tão espetacular que se você tiver um pingo de sensibilidade, vai ouvir e comprar não só ele, mas como toda a discografia desses jovens gênios islandeses.
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