Ótimo trabalho, disco de cabeceira
No final dos anos 60 e início dos anos 70, Bob Woolford trabalhou com muitos grupos de rock e jazz da vanguarda européia, incluindo nomes como Cornelius Cardew, Graham Collier, Yoko Ono, Musica Eletronica Viva, etc. Ele montou um dos primeiros gravadores portáteis de “alta qualidade” e convidou o Soft Machine para testar seu novo brinquedo. A sessão que o Soft Machine fez com Woolford na sala da vanguarda do psicodelismo de Londres, The Middle Earth, era uma lenda, mas Michael King foi atrás dessa gravação em nome da Cuneiform Records e a achou. O som era muito pior do que ele imaginava, mas depois de muito trabalho de recuperação e masterização digital ele produziu The Middle Earth Masters. Soft Machine na forma de trio e antes do primeiro disco aparece com Mike Ratledge, Robert Wyatt e Kevin Ayers. O repertório envolve composições do primeiro disco além de algum material inédito. As faixas que em estúdio parecem mais calmas, ao vivo já mostravam o que o Soft Machine viria ser alguns anos mais tarde. Misturando canções com improvisos, longos solos de orgão, guitarra bem distorcida e climas totalmente lisérgicos, o Soft Machine mostra porque foi uma das bandas mais influentes do rock inglês e que acabou criando o estilo Canterbury. É necessário dizer que esse CD é o que tem a pior qualidade sonora de todos os arquivos do Soft Machine lançados pela Cuneiform, mas a importância histórica jusfica o lançamento. As piores partes são os vocais que estão muito distorcidos e que acabam ficando meio borrados e de difícil compreensão. A gravação foi feita em 1967 com um gravador portátil! As oito primeiras faixas são da sessão de Woolford e outras três são de outras apresentações. Duas músicas do demo tape “Jet Propelled Photographs” fazem parte do repertório, I Should’ve Known e That’s How Much I need You e pelo menos mais três do primeiro Lp, Hope For Happiness, A Certain Kind e We Did it Again, as outras eu não conheço. Eu não sou muito ligado no começo da carreira do Soft Machine, prefiro a fase 3, 4, 5 e 6, mas gostei de ter ouvido este CD. Não se deve começar a ouvir Soft Machine por este CD, mas com certeza vai agradar bastante aos fãs mais árduos da banda. Um documento muito interessante e importante. |
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