Extremamente bom, um clássico ro rock progressivo
Confesso que nunca me interessei pelo som desse grupo que tem suas origens ligadas ao pessoal do Vulgar Unicorn, porém, dado o excessivo destaque que o novo trabalho recebeu, resolvi conferir detalhadamente.
A verdade é que o novo cd não tem rigorosamente nada a ver com os trabalhos anteriores, representando uma guinada bastante expressiva e uma busca por novos caminhos.
Partindo desse ponto, observamos que o grupo aderiu ao modismo que atualmente reina absoluto junto a muitas bandas, fortemente influenciadas pelo Pink Floyd + Porcupine Tree + Radiohead.
A dose de cada elemento pode variar um pouco, mas como o ponto de partida é sempre a melancolia Floydiana, isso acaba fazendo pouca diferença.
Esses modismos são mesmo muito curiosos, se os anos 60 pertenceram aos Beatles, me parece que os 70 foram os anos do Yes, influenciando muitas bandas mundo afora, a década de 80 indiscutivelmente pertenceu ao Genesis e sua influência junto ao movimento neoprogressivo, já nos 90 tivemos a era crimsoniana e sua ascendência sobre a cena sueca e tb em outros rincões do planeta, mas do final dos 90 para cá o Pink Floyd dominou a cena, é certo que surgem a cada dia novas bandas zappianas, o que tb me parece uma tendência, porém nada parecido ao fenômeno floydiano.
"What we have sown" começa com a melhor canção que ouvi em muito tempo, "All i need to know" é perfeita, lindos timbres mellotrônicos, um refrão maravilhoso e pegajoso e um solo de guitarra que no mínimo poderíamos chamar de dramático, na sequência temos faixas instrumentais que soam um pouco perdidas como "Well..." e a mais caótica "West Winds" onde a banda exercita alguns experimentos menos inspirados e as boas "Take me..." e "Deep Blue World" que retoman as influências citadas no mesmo nível de "All You Need...".
Para finalizar, a suíte título de 27:33 minutos, aqui a banda se perde e se reencontra diversas vezes e soa como uma colagem de diversos temas desencontrados e fica realmente impossível estabelecer qualquer tipo de conexão, com diversos momentos puramente eletrõnicos.
Para mim ficou a sensação clara de busca por novos horizontes e nisso o grupo não falha, a orientação menos pop e mais progressiva agrada bastante, com os maravilhosos timbres dos teclados( o disco está infestado de mellotrons ) bem como as distorções das guitarras, poucas mas maravilhosamente inseridas e os vocais sensíveis do líder Bruce Soord.
Um ótimo representante da cena atual, fazendo tudo aquilo que gostávamos no Porcupine Tree da era "Skies Move Sideways" e até um pouco mais.
Não se surpreendam se um dia esses caras fizerem sucesso e não deixem de ouvir "All you need to Know" em http://www.myspace.com/thepineapplethief . |
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