Discoteca básica, fundamental
Laurens Hammond, um relojoeiro norte-americano, foi provavelmente o primeiro a conceber um instrumento musical eletrônico dentro de um conceito mercadológico, que pudesse ser vendido para muitas pessoas. Assim, em 1935, ele construiu o primeiro órgão Hammond, dotado de dois teclados e pedaleira. A geração do som era feita usando o mesmo princípio do Telharmonium: um motor acionava um eixo com várias rodas dentadas, cada uma girando próximo a uma bobina magnética, de forma que cada “dente” ao passar pela bobina produzia uma variação de corrente, gerando assim um sinal oscilante.
Outros recursos interessantes foram incorporados no Hammond, como os efeitos de tremolo e vibrato, além do controle de volume por meio de um pedal de expressão. Além da sua sonoridade, o Hammond também tinha um acabamento impecável, construído num gabinete de madeira do tipo “escrivaninha”, o que dava ao instrumento uma aparência muito bonita dentro dos padrões da época. Provavelmente, foi o instrumento eletrônico de maior vida útil, tendo sido produzido de 1934 a 1974.
Em Nova York (1963), Bob Moog começou a construir seus primeiros equipamentos. Primeiro vieram os Theremins e, logo depois, surgiu algo que daria origem a uma “espécie” que ficou famosa durante muitos anos: o sintetizador analógico baseado em módulos controlados por tensão (“voltage controlled”). Depois de apresentar sua idéia no boletim da Audio Engineering Society, Moog começou a obter sucesso construindo módulos sob encomenda. Mas a consagração do sintetizador Moog e seu merecido reconhecimento como um verdadeiro instrumento musical só aconteceu mesmo em 1968 com o lançamento do belíssimo álbum “Switched-On Bach”, em que Walter Carlos usou somente sintetizadores modulares Moog em seus arranjos eletrônicos para músicas barrocas. Os instrumentos Moog dispensam qualquer comentário, uma vez que se tornaram um marco na história dos sintetizadores, como o famoso modelo modular usado por Keith Emerson (Emerson, Lake & Palmer) e, sobretudo, o Minimoog, que foi usado pela maioria dos tecladistas progressivos.
O que Bob Moog não sabia é que no mesmo ano que seu instrumento recebia o verdadeiro reconhecimento, nascia no Brasil Eloy Fernando Fritsch. Um dos maiores multitecladista do mundo e sem duvida o maior do Brasil.
Landscapes, título do álbum solo de Eloy, entre muitos é a prova disso. Mesmo num país que não há qualquer espaço na mídia para músicos do gênero fica clara a competência e o talento que o musico possui no comando dos seus teclados. Tirando belíssimas músicas com muita harmonia.
Um álbum eletrônico com muita influencia progressiva. Tudo muito bem dosado e magnífico. Músicas que nos leva a viajar nesta maravilhosa “Paisagem Sonora” nas mais variadas dimensões do imaginário.
O musico é gênio em todos os momentos da criação. Quando em sua mente é capaz de criar todo um enredo motivado pelo cosmos, ficção cientifica e a natureza. E quando leva para seus instrumentos toda criação que nos faz participar de seus sonhos.
Laurens Hammond e Bob Moog devem estar muito orgulhosos de ver sua criação nas mãos de Eloy Fritsch criando músicas de forma majestosa e surpreendente.
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