Discoteca básica, fundamental
The Microscopic Septet representa o som do jazz americano do século 20, de todo o jazz, misturando influências de big bands como as de Duke Ellington e Charles Mingus, aspectos do free-jazz de Albert Ayler e Ornette Coleman, da vanguarda de John Zorn e Lounge Lizards e do Be Bop, como Lennie Tristano. A banda apareceu em 1980 e acabou em 1992, mas voltou a ativa depois desses relançamentos e vem se apresentando com certa freqüência e acaba de lançar novo CD. Essa banda novaiorquina apareceu na fase do No-wave de NY, junto com Material, Massacre, Lounge Lizards, Curlew, John Zorn, movimento que se opunha ao new-wave. Ao contrário de algumas dessas bandas, o som é otimista e sempre upbeat, apresentando com muita alegria e energia, muitas vezes dançante e com muito swing. The Microscopic Septet estava entre o “revival” do jazz clássico que Wynton Marsalis encabeçou e o “downtown jazz” sempre relacionado com os músicos da vanguarda de Nova Iorque em que traziam elementos do rock e do extremo do improviso ao jazz dos anos 80. A banda é formada por bateria, baixo, piano e quatro saxofones, soprano, alto, tenor e barítono. Surrealist Swing reúne o terceiro e quarto trabalhos da banda, “Off Beat Glory” e “Beuty Based on Science” e algumas faixas bônus das sessões do primeiro e do terceiro LP, uma faixa inétita e duas versões de Fresh Air. Fresh Air é o tema usado na abertura do programa de rádio de Terry Gross, um dos mais populares dos Estados Unidos, que foi composto exclusivamente para esse programa e é usado até hoje. “Off Beat Glorry” abre com Brooklyn in the Fifties, que é uma paródia do clássico A Night in Tunisia misturado com arranjo caribenho e em Baghdad Blues a energia aumenta, mas a mistura e rearranjos temas clássicos do jazz não para, passando por Crepuscule with Nele de Monk. Na bela In the Mission, os saxofones se alternam em cada frase. As duas últimas faixas do CD, Kelly Grows Up e Watching Television, temos a formação original do The Microscopic Septet, com John Zorn, que manda muito bem, em estilo mais clássico do jazz, antes de sua fase totalmente experimental que marcou e corou sua carreira. A faixa inética “You Know What You Know” é inédita e cantada por Paul Shapiro, a única com vocais da banda. Esses CDs são realmente excelentes, para quem gosta de jazz e para quem quer começar com algo muito bom e estava com medo de arriscar, aqui é não há erro. “Surrealist Swing” é a melhor designação para o som deles, com muita energia da primeira a última faixa e para ser ouvido nas horas que for necessário levantar o astral. |
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