Finnegans Wake - The Bird and Sky Above - Progbrasil

Finnegans Wake

Belgica
http://www.henrykrutzen.com/




Titulo: The Bird and Sky Above
Ano de Lançamento: 2010
Genero:
Label:
Numero de catalogo: FM 0828

Revisto por Renato Moraes em 03/04/10 Nota: 9.0

 

Extremamente bom, um clássico ro rock progressivo

Sexto CD da banda internacional e comandada pelo “cabra” belga Henry Krutzen. Cabra Belga? Sim, Henry é belga, mas mora no nordeste brasileiro há quase uma década. Depois de passar pelo rock, rock progressivo, jazz-rock com influências Canterbury, R.I.O. e de música brasileira, The Bird and Sky Above é baseado na música contemporânea, nos jazz e nas formas livres de improviso. Finnegans Wake agora é quarteto formado por Henry, dois brasileiros, Alexandre Johnson e Marcíclio Onofre, e Markus Stauss (Spaltaklang e Yugen); ainda participam Kazimbé, Dudú Campos e Sami Tarik na percusão, Darlan Marley na bateria e Antônio de Pádua nos trompetes. As faixas funcionam como suite, transicionam de uma para outra espontaneamente. Em todo o CD a percussão é o elemento forte e muito é desenvolvido sobre um tapete percussivo, sem peso, delicado e cheio de pequenos detalhes importantes. A percussão dá a dimensão e o espaço para os temas. Still Dreaming é criada em clima misterioso, dado pela flauta, piano e saxofones. Em First Flight a percussão novamente nos mostra os lugares pelos quais o pássaro vai passando, sendo que os sopros e o piano decoram a paisagem. Walking on the Ground é praticamente um ensaio de bateria e percussão, calmo e sem alvoroço. Stealing on the Pinic Table começa com trompete a la Miles Davis e sax baixo bem encorpado, mas após alguns segundos a música torna-se bastante free, em que há alternância de solos dos instrumentos de sopro, enquanto os outros adicionam detalhes, até os assaltos em que a bateria ataca com fúria, sendo acompanhada pelos saxofones, com muita energia. O assalto no picnic foi grande e irrestrito. Em Dark Clouds o tempo fecha, seguindo o estilo da faixa precedente, mas recebendo uma dose de energia, os solos se sobrepõem, ocorrem ataques de todos os sopros e do piano, algo inebriante, complexo e intenso, mas após a tempestade sempre vem a calmaria. Infinite Background dá continuidade à calmaria do final da faixa precedente, sendo a vez do piano se destacar. O CD é muito diferente de todos os outros do Finnegans Wake, não se ouve nada das raízes do rock que todos os precedentes tinham, o trabalho da percussão é fenomenal, bem como a maneira em que os sopros são explorados. Um CD para se ouvir com calma, para refletir e ouvir. Aí ouça de novo e de novo.
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