Bom, mas com ressalvas
E eis que em meio à mingua de lançamentos progressivos de bandas brasileiras, somos pegos de surpresa por Saulo Battesini e seu disco solo Scored Fractals.Que bela surpresa!
Saulo Battesini capitaneou desde as composições, às quais ele dedica cada um dos diferentes momentos por ele vividos, bem como toda a gravação e produção do trabalho, sendo portanto um trabalho solo no mais literal sentido da palavra, evidentemente amparado pelos músicos supracitados.
As duas primeiras faixas(Journey to Orien Planet e Lapse of Confusion) seguem uma linha mais fusion, com bons momentos de Saulo na guitarra, mas particularmente não apostaria muito nesse estilo, terreno já tão demarcado pelos virtuoses americanos e ingleses e sim na linha que o trabalho segue a partir da terceira faixa (Flying Dutchman) com seu início inspirado no barroco e passagens mais focadas na melodia e climas mais introspectivos, sem tanta aceleração rítmica, em uma linha mais sinfônico progressiva com muita variação de paisagens e retomadas com sons de cravo e flauta que ajudam a dar o clima.
A faixa 4 (Tema 3) é mais acústica e aponta para algo mais reflexivo até mesmo depois da entrada da bateria, ambiente que mais ou menos tem prosseguimento na faixa seguinte ( Theme C) e seu belo dedilhado virtuoso ao violão intercalado com o piano e a bonita melodia executada pelo teclado.
O disco segue com One Bit Over e sua levada um pouco mais groove com foco inicialmente nos solos de teclado e passando gradualmente à guitarra em um estilo que faz lembrar o Tribal Tech pelos timbres utilizados.
A Little Moment to Rejoice encerra o álbum retomando um enfoque mais melodioso com as flautas e o piano embalados pela fluida melodia do teclado e violão.
Resumindo, um lindo trabalho, produção caprichada e boa qualidade de gravação, grande estréia.
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