Bom, mas apenas para fãs ou admiradores do gênero
O baterista Nick Mason, que oscilou momentos de euforia em Atom Heart Mother (1970) e de total preguiça em tocar o instrumento (PULSE, 1995), chega ao seu segundo "disco solo". O primeiro disco, Fictitious Sports (1981), foi composto e tocado por Carla Bley e sua banda, então não conta como disco solo. Seu segundo disco não é solo, mas sim uma parceria com o ex-guitarrista do 10cc, Rick Fenn. Por ser fã de Pink Floyd desde os 12 anos, tenho quase todas obras de seus músicos. Consegui em CD o raro MASON + FENN - PROFILES, engraçado desde a capa, em que um palhaço aparece com um funil na mão.
O estilo aqui é uma espécie de rock eletrônico, não necessariamente progressivo. Mason e Fenn tocam todos os instrumentos. Para um fã da bateria de Mason, o disco decepciona, pois é tudo eletrônico. Algo tipo Bill Bruford no Anderson Bruford Wakeman Howe, que largou a acústica e ficou com uma bateria cheia de pads. Apesar dos pesares, temos alguns destaques nesse disco exótico:
MALTA: Um arranjo de "metais emulados" por conta de Craig Pruess dita o ritmo. Alguns bonitos solos de guitarra, mas é triste a bateria eletrônica. Teclados de trilha de filme de terror classe C.
LIE FOR A LIE: Um ritmo envolvente, mais para dançar em uma praia de Barbados do que ouvir um arranjo elaborado. Aqui, David Gilmour aparece cantando.
RHODA: Lentíssima e bela canção. O solo de saxofone é lindíssimo, mas Mel Collins consta como convidado em outras músicas, então vá saber que solo é esse.
PROFILES PART 1/2: Eletrônica ao extremo. Dez minutos que alternam alguma beleza com algum experimentalismo, mas com timbres muito primários. Mas o que esperar de um guitarrista e de um baterista que se metem a tocar teclado?
ISRAEL: Parece trilha do Rocky IV. Arena rock puro! Inclui voz de Danny Peyronel. Divertida.
AND THE ADDRESS: Quase uma salsa eletrônica com algo de arena rock e solos de sax (Mel Collins).
MUMBO JUMBO: Início ao melhor estilo de uma tribo do Burkina Faso ou de Gana. A guitarra norteia a música mas não leva a lugar nenhum, tendo Mel Collins tocando sax.
ZIP CODE: Para sair dançando. Bateria eletrônica de gosto duvidoso. Deixa um cardíaco nervoso pelo ritmo rápido.
BLACK ICE: Mais rock and roll com sax de Mel Collins e guitarra bastante explorada.
AT THE END OF DAY: Guitarra e teclados. Bonita melodia.
PROFILES PART 3: Fim de disco. Tem seu charme, mas não acrescenta.
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