Yes - Union - Progbrasil

Yes

Inglaterra




Titulo: Union
Ano de Lançamento: 1991
Genero:
Label:
Numero de catalogo: 261558

Revisto por Gibran Felippe em 04/02/09 Nota: 5.5

 

Ficou um gostinho de "quero mais"

Ficou um gostinho de quero mais.

'Union' deveria ser o retorno triunfante do Yes, o marketing em torno do mesmo enunciava isso. Uma verdadeira reunião de todos os membros importantes que já haviam trabalhado na banda, no passado e no presente, deixando de lado as diferenças e voltando a produzir em conjunto, numa espécie de super produção. O resultado comercial foi ótimo, enquanto o musical nem tanto. Não demorou nada para que o público percebesse que estava diante de um embuste, onde a tal união não se apresentava de fato. A dissidência entre os músicos estava toda presente na obra, de um lado ABWH com Tony Levin e do outro o
Yes dos trabalhos anteriores. Ora, que raio de união fora essa em estúdio? Só mesmo pelo nome Yes! Não é por acaso que muitos apelidaram o álbum de 'Desunion'.

Mesmo assim, o resultado musical em si, foi superior ao do trabalho anterior ('Big Generator'), o que não chega a ser louvável. A redenção só viria três anos depois com o excelente 'Talk' e logo em seguida com o já
lendário 'Keys To Ascension'. Nesse aspecto, 'Union' teve uma certa importância, pois serviu como elo de ligação de um trabalho medíocre para uma fase melhor, que infelizmente perderia a continuidade com o pior trabalho da carreira do Yes, o assustador 'Open Your Eyes'.

Union' começa muito bem com 'I Would Have Waited Forever', talvez o maior sopro de inspiração do álbum, todos tocando muito bem, a formação aqui é ABWH, com destaques eufóricos para os vocais de Jon Anderson e guitarras e violões de Steve Howe.

O mais curioso a ser ressaltado, é que essa formação ABWH fez um trabalho no 'Union' muito semelhante à sonoridade do '90125', que não tem muito a ver com esses integrantes, até o timbre das guitarras de Howe se aproximou do
que o Rabin fez no '90125', para confirmar esse aspecto, basta ouvir a segunda música - 'Shock To The System'.


'Masquerade' é uma peça solo do mestre Steve Howe, onde fica óbvio perceber a força da sua presença, que mesmo estando onze anos afastado oficialmente do Yes, conseguiu emplacar uma composição exclusiva de sua autoria, assim como no 'Yes Album' e 'Fragile'. Porém, 'Masquerade' está muito distante das outras duas em termos de qualidade.

'Lift Me Up” abre os trabalhos da formação que produziu os álbuns anteriores de estúdio com a marca Yes e sinceramente considero uma música hiper enjoativa, difícil chegar ao final, não há variações e com Alan White e Tony Kaye extremamente burocráticos, se aproximando muito mais do péssimo 'Big
Generator' do que o ótimo '90125', uma das piores músicas do 'Union'.

ABWH volta com 'Without Hope You Cannot Start The Day' e revive um pouco o clima da magistral 'Time And A Word', com a dobradinha Jon Anderson e Rick Wakeman em seu início apoteótico, depois emenda com um bom rock a la '90125'.
BR> Em seguida, mais duas músicas com a formação que tinha a marca Yes naquela época, 'Saving My Heart' e 'Miracle Of Life', que só valem mesmo principalmente pelo baixo do Chris Squire e dos vocais do Jon Anderson, pois são músicas extremamente pops, pelo menos em 'Miracle Of Life', Tony Kaye e Trevor Rabin resolvem tocar, sendo essa a melhor música com essa formação no álbum, a acentuação pop exagerada é que prejudica essa composição com
aqueles refrãozinhos e rifs manjados.

'Silent Talking' se faz interessante, pois percebemos mostras claras, como se fosse um suspiro, do que teríamos no 'Keys To Ascension', mas sem a mesma categoria.

'The More We Live - Let Go' encerra os trabalhos da trupe do Chris Squire, da mesma forma que começou, sem qualquer brilhantismo e mais ainda, os relhos não são tirados dos integrantes que tocam de forma burocrática, com uma sonoridade a la Duran Duran, para os admiradores do Yes não é fácil ver a banda tocando como o Duran Duran, nada contra o Duran Duran, só ressalto que isso não é Yes. Ainda bem que no 'Union', essa formação só executou apenas quatro músicas.

A partir desse momento, todas as músicas são de ABWH e segue a média das anteriores composta por esses elementos que foram muito superiores ao feito pela outra formação. Depois do 'Union', principalmente pelas quatro músicas fracas produzidas por Rabin, Kaye, Squire, Jon Anderson e White era difícil imaginar algo que prestasse com essa formação que já estava deixando muito a desejar desde o ótimo '90125'. Pra surpresa geral eles conseguiram arrebentar no 'Talk' e o curioso é que depois de acertarem a mão em estúdio novamente, depois de 12 anos, a formação findou.

'Union' é um bom cd e obrigatório para aqueles aficionados pelo Yes(meu caso particular), pelos vocais do Jon Anderson, baixo do Squire, teclados do Wakeman, guitarra do Howe. Recomendável também para todos que curtem a sonoridade oitentista do grupo, já os setentistas inveterados nem devem se aproximar.
Progbrasil