Extremamente bom, um clássico ro rock progressivo
Os alemães do Neuschwanstein são famosos por terem lançado, em sua carreira, um único e elogiadíssimo álbum (Battlement, de 1979) no fim dos anos 70, bem calcado no folk-prog, cantado em inglês. A voz de seu cantor, Frederik Joos, tinha uma semelhança incrível com a de Peter Gabriel do Genesis, o que faz muita gente comparar a banda ao Genesis.
Porém, sempre se soube que, antes disto, a banda excursionou por alguns anos em seu país, com um show muito elogiado no qual apresentavam uma longa peça sinfônica, inspirada na famosa história de Alice no País das Maravilhas de Lewis Carrol. Obra nunca lançada oficialmente pela banda.
Exatos 30 anos após Battlement, uma iniciativa conjunta das gravadoras Musea (França) e Rock Sympony (Brasil) finalmente trouxe esta obra à tona. Lançado em 2009, Alice in Wonderland contém uma gravação de estúdio que a banda fez da referida peça em 1976, com boa qualidade de áudio. A formação da banda é praticamente a mesma, com a única diferença de que o já citado Frederik não participou (ele só se juntaria à banda um pouco mais tarde).
O álbum é composto por 8 músicas interligadas, num total de cerca de 40 minutos. Quase totalmente instrumental, com apenas algumas narrações em alemão (e um pequeno trecho cantado pelo guitarrista Roger Weiler), o álbum é rico melodicamente, e muito mais sinfônico do que Battlement. São várias lindas melodias. A estrutura básica do som consiste em teclados (principalmente piano) fazendo uma base sinfônica, às vezes com dedilhados de guitarra acompanhando. E as melodias são marcadas por belíssimos solos melódicos de flauta, além de alguns solos (igualmente belos) de guitarra (que lembra Steve Hackett) e teclados. Muito coesa, a banda conduz em arranjos ricos e de muito bom gosto as 8 faixas, e recriam muito bem o clima mágico da história de Carrol. Um dos melhores lançamentos de 2009, e um resgate realmente histórico de uma belíssima obra, que esperou mais de 30 anos no baú.
A tiragem brasileira do cd já esgotou. Até a data desta resenha (janeiro de 2010), ainda restavam exemplares da tiragem francesa. |
|