Extremamente bom, um clássico ro rock progressivo
Sinfônico até a alma! Essa seria uma definição razoável para esse
trabalho da mais conhecida e apreciada banda progressiva australiana
dos anos 70, porém da mesma forma que diversas bandas dessa época, o
quarteto australiano não concebeu um legado razoável, a sua
discografia resume-se a duas produções somente, tendo mais uma
terceira obra "Symphinity", onde Mario Millo resolveu encampar com
o nome de Windchase, nada mais que a denominação do outro prestigiado
trabalho do Sebastian Hardie.
"Four Moments" possui três composições principais: a que dá nome
ao título do disco com os seus quatro movimentos, "Rosanna" e
"Openings". Na primeira parte acredito que o melhor momento está
presente em "Journey Through Our Dreams", onde Mario Millo mostra
todo o seu leque de habilidades ao tocar magistralmente sua guitarra,
mostrando porque é considerado um dos melhores guitarristas do rock
progressivo, com solos muito bem elaborados.
Em "Rosanna" temos um verdadeiro pingente de sentimentalismo, é
difícil não ficar encantado com tanta beleza, é justamente por essa
música que muitos chamam a banda de Camel australiano com mellotron.
Na minha ótica é difícil de precisar exatamente o Camel como
influência, tendo em vista que as bandas surgiram quase que
simultaneamente, logo prefiro identificar uma similaridade entre a
sonoridade de ambos; prog sinfônico com guitarra chorada. A rigor, os
australianos seguem uma linha mais épica e mais acessível, já o
Camel é mais quebrado e um pouco mais hard, sem falar que o quarteto
inglês tinha Peter Bardens que fazia mágica nos teclados.
Classifico como grande influência do Sebastian Hardie não o Yes e
Camel, como muitos apregoam, mas, sobretudo os trabalhos clássicos de
Rick Wakeman, principalmente "Journey To The Centre Of The Earth".
Do Yes temos apenas suspiros, não contornos óbvios como nas obras de
Wakeman, até porque o Yes sempre fora muito quebrado também, enquanto
Wakeman solo nos anos 70 foi mais clássico.
O fato de a banda fazer um som acessível, sem muita complexidade,
prevalecendo a melodia sobre os atributos técnicos, provoca o
desagrado de uma ala de admiradores do progressivo mais complexo e
ousado, principalmente daquela turma que gosta de um bom fusion, para
esses, a obra em si pode não ser recomendável, mesmo assim é de se
ressaltar que apenas com dois trabalhos a banda teve uma aceitação
mundial no meio progressivo, mesmo com a maioria das pessoas conhecendo
dez ou vinte anos depois dos seus lançamentos.
A última música "Openings" é de grande qualidade, o melhor
momento do álbum, repleta de passagens sinfônicas e belíssimas de
extremo bom gosto, em que Mario Millo dá o tom com muita personalidade
e emoção.
Uma sacada que percebo a respeito do grupo reside justamente no seu
nome, o Sebastian é uma referência óbvia ao grande mestre da música
clássica alemã, até porque o grupo envereda totalmente para as
passagens clássicas como percebemos nos mais diversos movimentos,
sendo a própria introdução, meio que com arranjo orquestrado, a
grande deixa para essa concepção que permeia toda a obra. Altamente
recomendável para os amantes do bom prog sinfônico! |
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