Emerson, Lake & Palmer - Pictures At An Exihibition - Progbrasil

Emerson, Lake & Palmer

Inglaterra
http://www.emersonlakepalmer.com/




Titulo: Pictures At An Exihibition
Ano de Lançamento: 2002
Genero:
Label:
Numero de catalogo: 34438

Revisto por Gibran Felippe em 12/08/09 Nota: 7.5

 

Bom, mas com ressalvas

Bom, mas com ressalvas.

O grupo Emerson, Lake And Palmer com a performance de 'Pictures At An Exihibition' lança um padrão musical há muito procurado pelos grupos de rock progressivo nos idos de 72, mas ainda não formalizado propriamente, ou seja, a fusão plena do rock com a música clássica através da releitura de um trabalho admirável do compositor russo Modest Mussorgsky, através da exposição dos quadros que já no menu desse dvd se mostra bastante original com o devido destaque para cada membro da banda: Keith Emerson - teclados, Greg Lake - baixo, violão e vocais e Carl Palmer - bateria.

A galeria de arte apresentada no dvd tem como primeiro quadro os acordes de Keith Emerson em 'Promenade'. O visual do grupo é muito anos setenta, extremamente psicodélico e extravagante, com aquelas roupas apertadas e cheias de floreio para alegria dos saudosistas. A quebradeira chega já em seguida com um dos clássicos do álbum homônimo, a brilhante 'Gnome', em que a evolução da música desemboca num duo nervosíssimo entre Keith Emerson e Carl Palmer, com direito às suas famosas viradas no trabalho de pratos, o solo final de Emerson é de uma agilidade incrível.

Na sequencia temos a execução da melhor música de todo o dvd, a pungente 'The Sage', praticamente um número solo sob condução de Greg Lake, sua desenvoltura vocal aliada ao maravilhoso dedilhado no violão nos deixa com um nó na garganta, funcionando como perfeito anticlímax para o turbilhão de efeitos criados por Emerson. Em 'The Old Castle' os efeitos soam muito mais como curiosidade psicodélica do que propriamente musical, denotando até mesmo um certo exagero por parte do tecladista, atacando sem piedade a inerme mesa de teclado, vale como curiosidade porque até com as nádegas ele toca, mas ao contrário de Hendrix que conseguia extrair melodia executando sua guitarra das formas mais inusitadas possíveis, a melodia de Emerson surge mesmo quando ele resolve tocar de forma convencional, fora isso é puro exibicionismo, a tal da performance de palco que os críticos e platéias menos preocupadas com a música, tanto aplaudem e fazem questão de citar como necessidade premente para as bandas de rock.

'Blues Variation' apresenta o que todos os fãs do ELP tanto apreciam, power trio com total sinergia e vibração, cozinha formada por baixo e bateria frenética para o desfile virtuoso de Keith Emerson e sua apurada técnica, um primor, deixando o público presente literalmente boquiaberto, fato perceptível com alguns cortes das câmeras para a platéia extasiada. Mas nem tudo ajuda na produção do dvd, que resolve acrescentar justamente neste momento, em que todos os músicos estão arrebentando, uma série de mosaicos e imagens destorcidas, tirando a total visualização da execução no palco, ora se fosse somente para ouvir, melhor seria colocar o cd no player. O pior de tudo é que sempre que os movimentos se tornam mais elaborados, rápidos e quebrados, os mosaicos entram tapando completamente as imagens, saindo somente quando o grupo retorna para movimentos lentos e super psicodélicos, ou seja, sempre que rola aquelas jams fabulosas, como na alucinante 'The Hut Of Baba Yaga' o espectador fica assistindo uma série de gravuras sem sentido, definitivamente irritante! O problema não reside nas gravuras e mosaicos propriamente, mas na insistência e duração dos mesmos, prejudicando a visualização do show, dando a entender que o apreciador de rock progressivo só assiste aos shows chapadão, com a única preocupação de viajar, ficar alucinado... esse tipo de percepção é que muitas vezes prejudica a penetração do estilo, ou seja, a nítida associação com as drogas, principalmente o LSD.

A direção do dvd é tão bisonha que no momento mais viajante, aquele em que Keith Emerson quase arremessa a mesa do hammond para o alto, tocando tudo invertido num completo devaneio em que os mosaicos deveriam surgir com força, a imagem fica aberta, ainda bem que a mantiveram dessa forma até o fim.

Os extras do dvd são muito pobres, apresentando uma biografia e a discografia do grupo, nada mais. A biografia, nem um pouco imparcial, já inicia informando ser o Emerson, Lake And Palmer como o primeiro super grupo de rock progressivo. Ora, excluíram o Pink Floyd, Genesis, Yes e Jethro Tull. Talvez o mais adequado seria informar que o ELP se tornou o maior medalhão no início dos anos setenta, principalmente pelas concorridas exibições ao vivo que redundaram no álbum triplo e esperadíssimo 'Welcome Back My Friends To The Show That Never Ends'. Há também uma seleção de meia dúzia de fotos. É muito pouco se pensarmos na envergadura do grandioso ELP, além da curta duração do show (aproximadamente 39 min.).
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