Ótimo trabalho, disco de cabeceira
O quarto álbum de estúdio dessa banda sueca traz um estilo de som bem
diferente de seus primeiros álbuns, "Vemod" e "Nucleus". A forte
influência do King Crimson continua lá, mas ao longo dos álbuns, a
partir de "From Within", o Anekdoten começou a deixar sua música mais
personalizada, trazendo toques mais leves e cargas pesadas de
mellotrons, deixando transparecer uma certa melancolia.
O álbum começa com a forte Monolith, com altas doses de mellotron e
vibrafone, um vocal bem postado de Jan Erik Liljeström, guitarra
viajante e uma cozinha bem coesa. A faixa a seguir, Ricochet é muito
bonita, com baixo bem pesado e um tom de melancolia extremamente marcante.
The War Is Over é outra bela música, com acordes envolventes de
guitarra e como sempre bons vocais (um dos pontos altos do álbum).
Entretanto a música soa um tanto comercial, além de um certo "quê" de
Radiohead.
A seguir temos What Should But Did Not Die, uma canção densa,
melancólica, triste e...maravilhosa. Teclados, guitarras, órgãos e
mellotrons em perfeita harmonia em exatos 6:44 de música. SW4 não tem
o mesmo brilhantismo e voltamos aqui a ter alguns toques
"radioheadianos", o que não significa que a música não é boa, mas não
está no nível das demais. Já na faixa-título, a coisa muda de figura:
São 8:22 minutos de uma verdadeira "orgia" de deutos
mellotron/guitarra e sem dúvida é a melhor faixa do CD.
Após essa canção maravilhosa, temos The Games We Play. Basicamente
acústica, é uma canção linda, com o vocal de Jan sendo o destaque,
trazendo um grande ar de melancolia.
Fechando o álbum, temos a instrumental Seljak que mostra toda a
habilidade do quarteto, com todos os instrumentos tendo destaque,
fechando o álbum com grande categoria.
Enfim, uma das mais aclamadas bandas de rock progressivo dos anos 90
continua fazendo um som de alta qualidade, mesmo não tendo o peso dos
2 primeiros álbuns, nem a mescla entre o pesado e o suave no excelente
"From Within", o Anekdoten conseguiu algo pouco comum: Deixar seu som
personalizado, com identidade e elegância. Mesmo não estando no nível
do seu antecessor, "Gravity" é um álbum extremamente recomendado para
os fãs de boa música em geral, não só do universo progressivo. |
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